Poemas : 

Renascer Dói

 

Cravei o mastro no chão.
Lancei ao vento minha chegada.
Deixei a vista completa e inata.

Me olhei no reflexo e enxerguei o absoluto.
Brilhei como nunca — ao me ver.

Fiz histórias com minha conquista,
clamei ao pódio que eu nunca alcancei.
Soltei as amarras que me prendiam,
absorvi a luz como se fosse a primeira vez.

Mas há dias em que o brilho me cega,
e volto a temer minha própria claridade.

Ser luz dói —
porque, pra brilhar, precisei morrer muitas vezes.

E às vezes me pergunto
se ainda sei existir
sem a dor que me criou.


Aqui jaz alguém que não pode ser metade.

 
Autor
Gabriel-Tavares
 
Texto
Data
Leituras
13
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.