Os fantasmas me perseguem.
Eles me assombram,
me atormentam.
Não se vão — permanecem.
E eu já não consigo enxergar o mundo,
nem as pessoas.
Eles se aconchegam diante de mim,
ofuscando a minha visão.
Tudo o que vejo são eles:
ecos de pessoas que idealizei em silêncio,
fragmentos de rostos que inventei para preencher o vazio.
Resquícios de seres que mal sabem
que existe uma versão deles me acompanhando.
Perdi-me dentro da minha própria criação,
e agora não há mais saída.
Talvez…
seja esse o meu fim.
Aqui jaz alguém que não pode ser metade.