Eu trago te em minhas mãos o inesquecível
Fraturo os ossos que me sustentam
Meus gestos são fatos finais de um livro
Repondo as dores que me atormentam.
Meu poema lúdico repassa o sofrer
De uma coisa inerte ao sofrimento.
Te declaro não tenho culhão
Deixo me levar pela linhas de um Inato
E entrego o controle sobre meu ser.
Fiquei solto pelas entrelinhas
Amargurado pelo gosto do talvez
Embriagado pelas possibilidades.
E ainda assim, permaneço.
Mesmo sangrando, mesmo ciente,
fico aqui — amando-te nas ruínas,
como quem encontra beleza no próprio fim.
Aqui jaz alguém que não pode ser metade.