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E Ainda Assim, Fico

 
Eu trago te em minhas mãos o inesquecível
Fraturo os ossos que me sustentam
Meus gestos são fatos finais de um livro
Repondo as dores que me atormentam.

Meu poema lúdico repassa o sofrer
De uma coisa inerte ao sofrimento.

Te declaro não tenho culhão
Deixo me levar pela linhas de um Inato
E entrego o controle sobre meu ser.

Fiquei solto pelas entrelinhas
Amargurado pelo gosto do talvez
Embriagado pelas possibilidades.

E ainda assim, permaneço.
Mesmo sangrando, mesmo ciente,
fico aqui — amando-te nas ruínas,
como quem encontra beleza no próprio fim.




Aqui jaz alguém que não pode ser metade.

 
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Gabriel-Tavares
 
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