Poemas : 

Para (in)Justos (138ª Poesia de um Canalha)

 
Quão justos são os injustos
Juízes desta vida sem juízo
Bailarina de andares tristes
Pérola alva d'olhos adustos
Que aqui tinham sem aviso
Veneno de todas as pestes

E teus fanais a levar gente
Entr'os trôpegos caminhos
Que à lua adornam medos
Soltos por acaso na mente
D'alguns corpos alvarinhos
Onde se finam os segredos

Foste chão de carne e osso
Indivisível zero irrecusável
Filho do nada e quase tudo
Vício inconfesso calabouço
Eras alma de mel e teu fel
Um degredo surdo e mudo


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 28/08/2025 14:01  Atualizado: 28/08/2025 14:01
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Mensagens: 1036
 Re: Para (in)Justos (138ª Poesia de um Canalha) p/ Alemtagus
Oi, Alemtagus.
Gostei bastante do poema, especialmente dessa ideia de justiça e injustiça meio embaralhadas, como se ninguém estivesse realmente fora do jogo, nem quem julga.
A imagem da bailarina de andares tristes cria um contraste tão bonito com o veneno das pestes. Tem algo delicado aí que também pesa, que incomoda, no bom sentido. Essa mistura do simbólico com o humano, trazendo a injustiça pra dentro da gente, como parte da nossa própria fragilidade, deixa algo pra pensar.
Abraço.


Enviado por Tópico
AlexandreCosta
Publicado: 28/08/2025 16:41  Atualizado: 28/08/2025 16:41
Administrador
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Mensagens: 1293
 Re: Para (in)Justos (138ª Poesia de um Canalha)
justo seria não haver injustiça, mas infelizmente a justiça ajusta-se muitas vezes...


um abraço


Enviado por Tópico
MarySSantos
Publicado: 28/08/2025 22:55  Atualizado: 28/08/2025 22:55
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Mensagens: 6033
 Re: Para (in)Justos (138ª Poesia de um Canalha)
Olá Alemtagus

A justiça e a injustiça, sobressaltos feitos para a vida tropeçar. O homem é feito de jardim e praga.. flor que nasce já cercada de ruínas.
A vida é bailarina de pés cansados e, ainda assim, com ela bailamos, mesmo sabendo que o veneno chega sem aviso; destino antigo em taça amarga.
Mas o fato é que justiça e injustiça, uma não vive sem a outra.

Gostei de ler e favorito!

bjinho.


Enviado por Tópico
KaiiqueNascimentto
Publicado: 30/08/2025 00:25  Atualizado: 30/08/2025 00:25
Da casa!
Usuário desde: 23/09/2014
Localidade: Francisco Morato - SP
Mensagens: 420
 Re: Para (in)Justos (138ª Poesia de um Canalha)
Boa noite meu amigo!

Alemtagus,

teu poema não só fala, ele respira. Cada verso traz uma dor que não é apenas tua, é de todos nós que carregamos silêncio e contradição. Senti como se tuas palavras me puxassem para dentro de um espelho quebrado, onde cada caco reflete um pedaço da vida. O verso “filho do nada e quase tudo” não é só bonito, é imortal. Tua escrita tem peso de alma e luz de sombra — e eu me sinto pequeno diante dela, mas ao mesmo tempo grande sem final!

A cada verso seu me deu uma lembrança, uma escrita e (ou uma memória)...

Obrigado por partilhar conosco!!!!


Abraços ,

Kaique Nascimento!