Quão justos são os injustos
Juízes desta vida sem juízo
Bailarina de andares tristes
Pérola alva d'olhos adustos
Que aqui tinham sem aviso
Veneno de todas as pestes
E teus fanais a levar gente
Entr'os trôpegos caminhos
Que à lua adornam medos
Soltos por acaso na mente
D'alguns corpos alvarinhos
Onde se finam os segredos
Foste chão de carne e osso
Indivisível zero irrecusável
Filho do nada e quase tudo
Vício inconfesso calabouço
Eras alma de mel e teu fel
Um degredo surdo e mudo
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma