Quarta-feira, 26
Paguei Ed e através de seu celular entrei em contacto com meu agente cultural e deu chabu – não deu certo, ou seja, apesar de abrirmos uma conta no Banco do Brasil como pede o regulamento e o dinheiro ter caído na conta, infelizmente naõ deu para fazer a transferência para a conta dele, ou seja, vamos ter que esperar o cartão para poder movimentar o recurso. Muito bem. Tudo dentro do roteiro do inesperado, estava tudo muito fácil. E nada é fácil para o poeta – como dizia o grande filosofo Bamba “Quanto mais tarde a maré, melhor é”.
Depois do Ed, dei um pulo até o Lasierra para ver o ritual de seu rustico almoço que deverei adotar quando me mudar para o meu quartinho no centro.
Noite – Tenho que soltar as amarras que me prendem a minha mediocridade e ao medo de escrever o que deve ser escrito.
O jogo virou – filosofou na penumbra de seus humildes aposentos na pensão Vince, Vila Embratel – Foi até bom com o cartão do banco, o dinheiro depositado, não serei obrigado a gasta-lo de uma vez – posso me reprogramar – até mesmo alugar o quartinho e comprar alguns cacarecos básicos – colchonete, mesa, fogão elétrico de uma boca, filtro de água e até adiantar uns meses do alugueis, esperar até a aposentadoria. Um sonho que acalento aos poucos, voltar as minhas origens, assim como fazem os salmões e Dr. Spock de Jornada das estrelas – “Nasci no Desterro/Criei-me no Desterro/ E com certeza morrerei no Desterro” – tenho que cumprir o meu poema “Sou um desterrense e não um desterrado” -Mas essas dores esquisitas por todo o corpo. É a velhice cobrando com suas doenças – a próstata, uma infecção urinaria, uma demência senil, uma osteoporose - as micoses entre os meus dedos dos pés – incuráveis que podem causar uma eripselas. Mas existe o grode, uma boa vodca para temperar todos esses sofrimentos.... tirando gosto com goiaba. Paciência, para quem esperou mais de sessenta anos, não pode esperar uns meses... e o poeta sabe disso. E viva Jimy Cliff!