XVIII
Quietude ...
Mudei-me na mesma noite para a mansão. Meus amigos do mercado ficaram muito felizes comigo, alguns me invejaram. Minha vida melhorou muito. tinha um apartamento na parte de trás de um grande quintal, bem mobiliado , uma cama, um guarda-roupa cheio de roupas novas que ela comprara para mim. Uma escrivaninha onde estudava todas as noites, depois de acompanhar a Madame ao quarto e fechar todas as portas e janelas da mansão . Um sofá onde lia os livros que pegava na grande biblioteca de Madame. Eu a acompanhava a todos eventos da alta sociedade. Graças a isso, conheci pessoas muito interessantes: deputados, senadores, desembargadores do Tribunal de Justiça. Foram os melhores dez anos da minha vida. Uma vida diferente, em outro mundo, o mundo dos ricos. Eu estava sempre ao seu lado, da manhã até as dez da noite,. Então, voltava para os meus aposentos. Aproveitava oportunidade para estudar línguas estrangeiras. Madame falava três idiomas: francês, alemão e inglês. Eu tinha uma vida tranquila, a comida era boa, boas roupas, perfumes franceses, e meu salário era cuidadosamente guardado debaixo do colchão. Mas, como sempre, a desgraça aconteceu. A Sra. Silvia morreu enquanto dormia. Foi um dia muito triste para mim. Seu sobrinho Bonifrates herdou tudo. pagou todos os meus direitos... Aluguei um quarto no prédio de Dona Honoria, na Traversa da Lapa, no Portinho. Separei o dinheiro e com medo de ser roubado, e decidi pedir a alguém para guarda-lo para mim. Então entreguei a metade para um certo Sr. Badi, que morava na Rua de Riberão e que era uma pessoa de confiança. Tinha 70 anos de idade. Com a outra metade cai na esbornia , levei uma vida boêmia, desperdiçando meu dinheiro com prostitutas e bebendo. Seis meses depois não tive mais nada. Então fui à casa do Sr. Badi para buscar o meu dinheiro