Sonetos : 

Não tem nome o teu nome que se diga

 
Não tem nome o teu nome que se diga,
Nem na noite escura formas de gente,
De gente que fustiga e não abriga,
Na noite em que te esculpi cegamente.

Não tem voz a tua voz que persiga,
O eco na tua boca loquazmente,
Do que disseste na noite já antiga,
Naquela mudez dum beijo fremente.

Não tem face o teu rosto deformado,
Não tem pele o teu corpo devorado,
À sanha das carícias eternas…

Não tem bitola o que me tem custado,
Trespassar-te o espectro com mil lanternas,
Nas sombras que projectas nas cavernas.

02 de Dezembro de 2022


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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