Não há grito na noite que te evoca,
Junto ao rio que de Lethes tem pouco,
A brisa canta um silêncio rouco,
Já sem barca atracada nesta doca.
Nenhum dizer murmurado em sufoco,
O beijo e a ansiedade que provoca,
A mão espectral que o toque não toca,
Trinta anos são, serão trinta de louco.
Tanto mar as marés ao rio deram,
Choros, gozos que no peito viveram,
Cada dia uma ode ao esquecimento…
Somos memórias que envelheceram,
Sentimentos que ardem em fogo lento,
Dez de Agosto, uma data sem ter tempo.
10 de Agosto de 2024
Viriato Samora