Uma vez mais convosco aqui sozinho,
Paredes minhas, mudas, quedas, frias,
De nada cheias, de afecto vazias,
Mais uma noite sem um só carinho.
Como uma ave que agoniza no ninho,
Estertorizando a falta das crias,
O televisor amigo, o Messias,
Inventa-me na noite, como um vinho.
Anos dedicados parecem vãos,
Erros de emoções são desenterrados,
E erguidos na ponta da bruta lança…
Mas a força, essa, está na nossas mãos,
Será demolidora de passados,
E mãe do corpo e da alma da esperança.
22 de Março de 2016
Viriato Samora