Textos : 

Friday, 12/12/25

 
Friday, 12
Vamos deixar os prolegômenos e vamos aos finalmente – assim pensou o poeta depois de realizar tudo que necessitava. Agora eu passo – disse para si ao atravessar a pista de mão única na beira-mar defronte ao imponente Palacio dos Leões na avenida Dom Pedro II e encarar a subida da rampa Campos Melo – inicio de sua saga, desceu em frente ao Terminal da Praia Grande. A sua meta era dirigir-se ao Centro Pop no bairro do Diamante, no outro extremo para pedir um certificado que o isentasse de pagar a segunda via da certidão de nascimento digital. Entrevistou-se com seu psicólogo e acompanhante social o DR. J – foi até ventilado a sua inscrição no programa popular Minha Casa, Minha Vida de Papai Lula. O poeta não tem casa, é agregado na pensão Vince. Um sem teto da vida. A dr. expediu o documento e o poeta feliz como pinto na bosta seguiu como se não quisesse nada – desceu a rua do Sol e deu uma olhada nos livros em promoção no Sebo do Arteiro – o homem chafurdou e quando quase desistia encontro a biografia de Boris Yeltsin – esse russo é um dos bons, quebrou a temida União Soviética. Programou-se para passar no cartório de registro Civil na Av. Beira Mar, para sentir o clima para encara-lo na segunda. Mas qual foi surpresa, o clima calmo, todos sentados, resolveu entrar, apanhou uma senha 653 e aguardou lendo Yeltsin. Minutos depois foi chamado ao quichê 4 – entregou os documentos a atendente, uma simpática gordinha bem humorada o atendeu sem a menor cerimonia ou burocracia e avisou que na próxima sexta-feira, dia de seu aniversário, 65 anos pode ir buscar. Aleluia! Oh! Gloria! Louvado seja o senhor – agradeceu o poeta assim que a menina lhe entregou o protocolo. Um problema a menos – Falta apenas o novo RG e assim dar entrada no seu beneficio (aposentadoria). Quando Deus tá no comando tudo dar certo – pensou enquanto caminhava na orla da avenida beira-mar – a maré enchia, uns pescadores despescavam uma rede na croa no meio do rio Anil – que segundo o velho Bamba – não era um rio e sim um braço de mar, assim como o Bacanga que banha o Desterro.
Na banca da Loura em frente ao terminal, comprou a biografia do líder chinês Mao Tsé-Tung – completando seu ciclo, entrou no terminal e embarcou num Piancó direto para a Vila Embratel – sempre agradecendo a Deus. Louvado seja o senhor! Uma coisa o poeta aprendeu nesses seus 65 anos de boy – tem que ter paciência e muita fé no Altíssimo. Seu Baixinho tira as goteiras, a Little Black puxa o tijolo de cimento tal qual um fantasma escocês e Bob Dilan destila a sua poesia de Premio Nobel de Literatura.

 
Autor
efemero25
Autor
 
Texto
Data
Leituras
27
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.