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Desprendimento

 

Não te quero em mim, assim alheio!
Quero que voes para longe
Que navegues em mares de liberdade
De autenticidade!
Que desfraldes os braços ao mundo
Sejas corrente límpida entre as montanhas verdejantes
Respires o ar das cidades num emaranhado de escolhas
De vínculos e demências!

Desejo que te ausentes quando almejares
Quando bem te apetecer!
Se a tua senda é diversa e a bússola te indica outros caminhos!
Quero-te cosmopolita e te percas nas cidades
Ou te isoles na natureza e respires paixão
Que acaricies tudo e todos, num hino à vida
Contemples as maravilhas que te apaixonam!
Quero que te extasies num filme e te deleites em música!
Te alagues de amor num abraço
Que não é meu!

Quero-te feliz!
Num sorriso de anuição pela autonomia
De quem não pertence a ninguém
E por todos distribui afeição
Navega nos teus mares que só tu tens acesso
Entranha-te nas profundezas dos teus fantasmas
Parte sem destino, sem imputação
Sem explicações
Dispo-me de ti!
 
Autor
AnaMariaOliveira
 
Texto
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Enviado por Tópico
João Videira Santos
Publicado: 26/06/2008 08:39  Atualizado: 26/06/2008 08:39
Da casa!
Usuário desde: 23/11/2006
Localidade: LISBOA
Mensagens: 354
 Re: Desprendimento
É um poema de desprendimento e, simultaneamente, um poema de identificação. Interessante.

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 26/06/2008 13:59  Atualizado: 26/06/2008 13:59
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Desprendimento
Nunca gostei de despedidas, Ana, nunca!
E penso que tu também não...! Não te despeças
de ninguém, principalmente quando a amargura
for uma mar revolto, cujas ondas nos enrolam
e no fazem perder a noção do prazer das suas
águas. Da serenidade que ele nos transmite. Nem sempre o que parece é... como sabes, e quando magoamos um coração é mais do que lógico que moramos dentro dele!
Sabes, tenho um desejo... utópico, mas confesso-te qual é...
Gostava, que no dia em que chegar a minha hora de morrer, e se me fosse dado a escolher como morrer,desejaria que fosse no mar. Através de uma qualquer onda que me enrolasse até eu perder a consciência de mim mesma!
Mas não... isso é pura ilusão. É como no coração, amiga!
Nunca escolhemos quem ele acolhe! Muitas vezes se o pudéssemos fazer, talvez as opções fossem outras. Mas a racionalidade nunca se deu bem com a emoção e quanto a mim, ainda bem.
Gostei deste poema, mas repito, nunca te despeças assim de ninguém!
Beijos
Vóny Ferreira