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Cai o Carmo e aTrindade

 
Pergunto ao povo que passa
como passa o meu país...
Passa triste e quando passa
passa calando a desgraça
e Alegre, nada me diz

De voz grave e colocada
passa em revista o país
Não percebi quase nada!...
E a vós, o que é que ele diz?

- Cai o Carmo, a Trindade,
o cravo e a baioneta;
Já caiu a liberdade
por não haver igualdade
no socialismo da treta -

Mas há sempre uma luzinha
no túnel (quanto a mim)
e uma esperança teimosinha
e nem sequer levezinha...
Há sempre alguém que diz sim

sfich

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Autor
Norberto Lopes
 
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Enviado por Tópico
Hisalena
Publicado: 26/07/2008 16:31  Atualizado: 26/07/2008 16:31
Membro de honra
Usuário desde: 30/09/2007
Localidade: Leiria
Mensagens: 734
 Re: Cai o Carmo e aTrindade
Mais actual é dificil.
Bem dito.


Enviado por Tópico
flavio silver
Publicado: 26/07/2008 17:29  Atualizado: 26/07/2008 17:29
Colaborador
Usuário desde: 24/09/2007
Localidade: barcelos
Mensagens: 1001
 Re: Cai o Carmo e aTrindade
bem que podia ter mencionado o nome do adriano correia de oliveira e do manuel alegre, já que o tema é tirado daí:

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
o vento nada me diz.

La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la, [Refrão]
La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la. [Bis]

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

[Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.




Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/07/2008 20:09  Atualizado: 26/07/2008 20:09
 Re: Cai o Carmo e aTrindade
Vou-me estar sempre a repetir? Sou fã, simplesmente.
Um grande beijinho!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/01/2016 19:55  Atualizado: 14/01/2016 19:55
 Re: Cai o Carmo e aTrindade
essa luzinha também sustenta o povo daqui que mal respira e mal chora por falta ate mesmo de sal, falta de tudo menos a crença de que talvez algo de bom aconteça em meio a esse caos.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/01/2016 12:20  Atualizado: 18/01/2016 21:51
 Re: Cai o Carmo e aTrindade
obrigado pelo texto



Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 19/01/2016 11:55  Atualizado: 19/01/2016 11:55
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
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Mensagens: 12485
 Re: Cai o Carmo e a Trindade P/ Norberto Lopes
Gostei, uma analogia muito bem conseguida, parabéns! Vólena