Luso-Poemas
 
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doei-te o meu coração

 

fico
sempre fico sem saber para onde ir, tenho meia dúzia de palavras enlatadas na garganta, o mesmo número de silêncios presos nas palmas das mãos e cá dentro, batendo-me no peito um vento. no meu discernimento ainda não encontrei uma loucura tão sã.
fico
ainda que me pareça estúpido fazê-lo, continuo a amar-te e ter-te perto pode não gastar-me as pegadas mas arranha-me o caminho, anoitece nos meus gestos, é inverno nos meus pés e antes que a terra dê uma volta sobre si mesma tenho de partir.
fico
apesar de saber que nada me prende aqui, estou certa de que o teu corpo agradecrá o calor do meu mesmo que não o sinta, os teus sinais vitais não existem e eu, que no meu passado te doei o coração, morro contigo.

. façam de conta que eu não estive cá .

 
Autor
Margarete
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o não barulho.
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O meu desejo (a nu)
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a carta que nunca me escreveste ou a simples confissão do teu maior crime
diz-lhe.
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onde se lê esperança deve ler-se agonia: território banal, delimitado e sempre longe.
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Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 29/08/2008 21:45  Atualizado: 29/08/2008 21:45
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4038
 Re: doei-te o meu coração
Entrega total. Ficar mesmo que não sejas sentida...

Triste e belo.

Bjs


Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 29/08/2008 22:00  Atualizado: 29/08/2008 22:00
Colaborador
Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: doei-te o meu coração
As belas palavras deixaram esse texto bonito!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/08/2008 23:39  Atualizado: 29/08/2008 23:39
 Re: doei-te o meu coração para Margarete
fico sempre sem saber onde estou.
fico sempre onde estou.
continuo a caminhar por dentro dos gestos calados.
é inverno nas tuas palavras e as que não me dizes morrem comigo, morrem tanta vez, só não me matas tu de tanto matar. gosto muito de te ler. *

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