Poemas -> Saudade : 

CHOVE ENQUANTO ESCREVO

 



Na doce ternura, de quem repara a chuva
caindo, acendo um cigarro e vou à janela,
fechada, para todos os efeitos, e, o vento,
soprando rumores, indicia tarde chuvosa.

Tudo parece intensificar sua textura e cor,
desde as folhas, das árvores, mais verdes,
do que é costume, até às flores vergando,
ao peso das águas, que caem, insistentes.

Ao longe como que zurzido por pedrinhas,
a chuva ao cair no rio salpica por onde cai,
deixando sensação de um certo desnorte,
principalmente para pescadores perdidos.

Chuva e vento, inundam a terra de cheiros
e demais fragrâncias, expostas ao relento.
Nada escapa ao seu fulgor e a intensidade
é tal, que, nos deixamos absorver, por ela.

Alheio a tudo isto, meu canário branco pia
e canta odes graciosas, animando este dia
cinzento, onde o céu, parece se esconder,
envergonhado plo mau humor do Outono.

Particularmente é neste ambiente que me
sinto mais inspirado pra urdir meus versos.
Não me perguntem porquê, mas as chuvas
trazem-me a tranquilidade, que eu anseio.

E, assim, enquanto vento e chuva, insistem
no obedecer à natureza, fustigando tudo e
todos, no sossego de meu quarto deixo-vos
este poema e alguma nostalgia do passado.

Jorge Humberto
07/10/08





 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
Data
Leituras
842
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Marlene
Publicado: 08/10/2008 20:42  Atualizado: 08/10/2008 20:42
Da casa!
Usuário desde: 08/05/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 260
 Re: CHOVE ENQUANTO ESCREVO
Adoro estar em casa e ouvir a chuva a cair lá fora, é tranquilizante e reconfortante.
O seu poema trouxe-me boas recordações à memória