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LABIRINTO

 
Tags:  Monólogos vivos  
 
Se me chamarem poeta,
Direi...Poeta não sou!
O poeta finge dor
Eu fujo da dor que sou...

Finjo ser feliz assim,
Dor, eu escondo do canto,
Sobrevivo por fingir
Que é rosa a cor do pranto.

Dos espinhos faço agulhas
Com que costuro os retalhos
Que sobram da dor que tinjo
Das cores que colho em migalhas...

E provo, renovo a Vida,
A cada passo que ensaio,
Por entre as dores que não finjo,
Tropeço, peco e não caio.

Perco, é parco o pecúlio
Das estrelas que juntei,
Mas as poucas que retenho
São puro ouro de lei...

Finjo a alegria do amor,
Mesmo na cena mais nua,
Porque a arte de fingir
É amar-te, Vida crua!

Ser poeta, eu não sou,
Não finjo dor de viver...
A dor é que vive em mim,
Escondida e a sofrer...



Teresa Teixeira


 
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Sterea
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/01/2009 11:39  Atualizado: 02/01/2009 11:39
 Re: LABIRINTO
É UM VERSO MAIS BONITO QUE O SENTIMENTO QUE LHE POSSO ENVIAR POIS ENSINA A AMAR A AMAR A VIDA E A COMPREENDER O MUNDO EMBORA NAS RETICÊNCIAS DA POESIA. VERDADE É UM TEXTO PURO. PARABÉNS POIS.

Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 02/01/2009 12:32  Atualizado: 02/01/2009 12:32
Colaborador
Usuário desde: 28/12/2007
Localidade: Penafiel
Mensagens: 1801
 Re: LABIRINTO
Parabéns pela beleza (que não é de lei) deste poema mais valioso que ouro (de lei).