* CARTA DE AMOR ღ
Escreveu o poeta que as cartas de amor são ridículas
Quem me dera escrever uma carta de amor ridícula
Mas o que sinto não há palavras que consiga expressar
Tu sabes que a nossa vida não tem sido fácil
Mas não existe sacrifício
Mas doação, não existe renúncia, mas entrega
Não existe amor sem dor
Não existe sentimento sem renúncia
Não existe paixão sem carinho
Não existe rosas sem espinhos
Ninguém sabe o amor que estamos
A viver e vivemos todos os dias
E quando vejo o sorriso das crianças
Não há preocupação, não há dor
Não há problema que não sejamos
Capaz de prevalecer e tudo vale a pena
E ao teu lado as discussões mais banais
São fúteis e deixam de ser importantes
Quantos anos já se passaram
Quantas histórias já vivemos juntos
Tantas dificuldades e tantas conquistas
Tu és o homem da minha vida
Mesmo passados todos estes anos
Continuas a ser o dono do meu coração
E mesmo sabendo de todos os teus defeitos e qualidades
Sinto que fiz a escolha certa
Sou grata por ter encontrado o homem
Que me faz sentir única e amada cada dia mais e mais
E nas noites em que dormimos juntos
Somos água e fogo, terra e vento, amor e paixão
"Pois"Gosto quando as minhas palavras
Se aninham na tua alma em silêncio
Gosto quando as minhas palavras sorriem
Para dentro do teu coração, florescendo amor
Gosto de ti como um verso, desses versos
Que se escrevem nos troncos das árvores
Daqueles que ficam eternos sem se conseguir apagar
Não há maneira mais romântica e simples
Do que dizer na língua de Camões "Amo-te"
Com a certeza que embebedo-me
Nas letras que vou escrevendo pelo teu amor.
Todas as cartas de amor
são flores que a alma dita
e o coração sente
👒💕🎀
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*Palavras soltas ilusões da vida ♥
Sensual de paixão, voluptuoso e libertino
Solidão dos corpos, ilusões da vida
Sonhos loucos, olhares sombrios
Mágoas e angústias, espinhos das rosas
Poetas tristes, madrugadas vazias
Rostos frios, palavras sentidas
Maresia e vento, tempestades do inferno
Fogo da carne, mar imenso
Cegos do destino, escuridão da trevas
Sentimento de um poema, despido de mágoa
Infinito e intenso, perfumado no tempo
A chuva cai com força na lama
Lágrimas de sangue, dor
De todos aqueles que perderam a vida
Por uma causa, por um ideal
Luta desigual entre o aço e a carne
Entre a pátria, família, liberdade
Rasgada por dentro, carne sofrida
Sofrimento atroz, dor que arde
No fogo do inferno, sofrida depois da ida
Guardada depois da vida, dos mártires
Da guerra feita do aço e da carne podre
Sem alma, sem coração, sem honra, sem humildade
Homens sem esperança perdidos, esquecidos, com fome
Com frio, lágrimas de sangue que correm nas veias
Sem medo, sem nada, esperam a paz dada pelo aço.
ღ 🌹 ಌ
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*GUERRA CORRE O RIO DE SANGUE*
Corre o rio de tristezas devagar cor de sangue
Sangue, sangue de dor arma enferrujada
Veias de veneno lapidado sugado no escuro
Corpo estendido esquecido e sentido
Sangue derramado de um soldado
Com o coração partido perdido, magoado
Guerra estúpida, sem tempo, sem hora
Humanidade despida sem destino nas areias
Escaldantes do deserto desentendidos, ignorantes
Corre o rio de dor, de sangue de odor, podre, fede
Carne apodrecida deixada à sua sorte
Veias lapidadas de cores de uma guerra estúpida
Sem honra, sem respeito, sem compaixão
Feridas feitas no peito de sangue que deixam cicatrizes
Na fogueira das vaidades resplandecentes sentimentos
Lapidados de sangue nas veias de um corpo escondido
Onde as trevas cobiçam aquilo que não podem ter
Águas que correm com a força da natureza nas fragas
Da nossa lucidez na dor sentida tantas vezes em nós
Corre o rio de tristezas, devagar nas pedras cor de sangue
Desta humanidade que se esquece de conquistar a bondade .
Quando eu morrer serei pó
numa qualquer roseira
entre as saudades de alguém.
*
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
♥TERNURA VINCADA NO MEU ROSTO*
Prenúncio de alva beleza, talvez de adoração
E prece, olhei devagar para o espelho
Ele falou comigo em silêncio, mostrou-me
O tempo vivido, vivido no meu rosto
Mostrou-me como eu mudei
Novos traços, novos vincos
Rugas que agora estão mais fortes
Por um instante não me reconheci
É o meu próprio reflexo que ali mostrava
Que na penumbra vivem nos reflexos da esperança
Na pausa da incerteza notei o meu olhar
Um pouco cansado da fúria do tempo
Do meu interior, quero um vestido de flores
Suave na reticência deste cansaço que ainda existe
No brilho de tantas coisas para ver
O meu olhar ainda está vivo e não importa as lágrimas
Ou sorrisos que eu dou de mim, do outro lado do espelho
Existe tanto quando eu me imagino, um mito de existência
E de desencanto, silencioso o meu destino
Foi o tempo do meu pensamento
Tempo que nunca será feroz e duro
Para eu deixar de ter esta importância comigo
Tempestade, vento indaguei a idade como solução
Veio o tempo dos meus olhos, da minha pele
Onde cada traço que tenho são apenas
A prova do que já vivi cheia de amor, de dor e esperança
Será que só eu vejo as mudanças do tempo no espelho, ou não
Mas o tempo apoderou-se das formas do meu escultural corpo
E o meu rosto perdeu a formosura de outros tempos
Vive agora repleto de algumas rugas mas continua bela
Pois ser mulher é ter alma, é ter coração, é sonhar, é amar
É ter fé, é ter esperança, é perdão, é dar sem nada pedir
Viver sem medo de arriscar com os sentimentos a flor da pele
É ser feliz com o pouco que a vida dá é voltar sorrir ...a ser criança.
As minhas rugas são o livro
mais bonito do meu rosto
*
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
ღO MEU NOME É MARIA*
O meu nome é Maria
A quem chamam e chamavam
De retornada na escola
Quando cheguei à Metrópole
Eu já vivi uma guerra, uma guerra sem nome
Eu já vi pessoas a morrer e a matar sem piedade
Tinham dor e sofrimento no rosto e gritos na alma
Recolhi todos os pedaços, com um fio as lembranças
O meu nome é simplesmente Maria
Eu já vi fome, a morte, a dor e o sofrimento
Eu já vi crianças como eu a chorarem de fome
Eu própria já passei e vivi com ela
Eu já vi a morte mesmo ao meu lado
Eu já vi homens armados
Com tanques a descer a minha rua
Eu já vi pessoas a fugir, só com a roupa do corpo
Eu já vi a dor nos olhos das crianças como eu
Eu já vi o sofrimento de quem perdeu tudo e nada tem
Eu já vi as crianças da minha escola a fugir
Dos soldados inimigos, onde eu própria fugi
Eu já vivi uma guerra, uma guerra tão estúpida
A quem chamavam e chamam liberdade
Eu apenas chamo simplesmente de saudade.
A saudade é feita de lágrimas de dor
E com o tempo ficam apenas
As cores de um tempo passado
Num presente futuro
*
Isabel Morais Ribeiro Fonseca.
A carne é fraca, a guerra é constante 🍁 ღ
A carne é fraca, a guerra é constante
Quando o espírito deixa e não é forte
Desejo maldito, bendito, profano, covarde
Boca que a língua invade, no corpo, na carne
Do sangue que é alarme, onde a brasa inflama
Na luta onde o sangue que se exalta, pecado capital
Dor, amor salgado que a vida nos dá muitas vezes
Navalha que corta a fraca carne do nosso pecado
Guerra constante, constantemente sem vencedores
Besuntados estão os corpos estendidos
Na lama antiga no chão do nosso instinto
Com a mesma intensidade num labirinto
Rugem as carnes sem sangue já apodrecidas
Memórias de um tempo de batalhas de glórias
Palavras ditas talvez corrompidas na noite
Flor de um jardim bela ardente e misteriosa
Religião com o terço na mão de quem ama
Vertigem no passo longo de um precipício
Boca que ruge na selvajaria do instante
Gemido do homem que ama já feito amante
Muralha com a bandeira mais bela do mundo
A fé de uma sombra num templo perdido
Insanidade de todos os descrentes e ferozes
O vento que guia-nos no céu com o seu rastro
A carne é fraca, a guerra é tantas vezes constante
Como é constantemente vencida sem vencedores
Quando o espírito é fraco, na luta do sangue
Sombra da navalha, gemido do homem descrente.
ღ❤
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*LER COM PAIXÃO COM AMOR♥
Ler com dor, amor, paixão, esquecida, perdida
Abri um velho livro de poesias, poemas de amor
Poemas de saudade, sonhos ideais, poemas
Que não foram realizados e talvez nunca sejam
Ficaram como cristais nas gavetas da esperança
Amores idealizados esfumaçaram no ar como nuvens
Pétalas de flores, amores esquecidos, amizades variadas
Angústias contidas, traições deslavadas, amores vividos
Injustiças que gritam de clamores, oportunistas desleais
Cravam os seus punhais no peito, como farpas de madeira
Nas páginas do velho livro, sinto que passou o tempo
Que a saudade ficou, com os sonhos, nas gavetas fechadas
Os meus olhos inundaram como por encantamento
Secaram as lágrimas que ao longo do tempo
Esvaiu-se aquele dia de dor nas asas do pensamento
Senti que as forças renovadas com as flores
Secas que restaram, de um jardim
Rejuvenescido de dor e despertado de um velho livro.
*
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Num dia de Inverno soalheiro 👒
Num dia de Inverno soalheiro
Caminho pela praia que eu tanto gosto
Posso observar o sol e o vento
A brisa a acariciar-me o meu cabelo e a minha face
Brisa suave perfumada com cheiro a maresia
A areia massaja-me os pés
Vagueio pelos pensamentos, pelas memórias
De todos os momentos vividos
Hoje ao passear pela praia sinto-me só
Sozinha neste areal, neste mundo, vazio e triste
Como se o meu coração estivesse secado de dor
Como se já não existisse sol, como se o mar
Estivesse seco ando pela praia sem saber onde vai dar
Perdida e esquecida, um caminho de solidão
No meio da tempestade de tristezas
De lágrimas, sonho acordado feito de gritos
Murmúrios, lamentos, choros de dor
Feitas em carne viva que deixam
Uma cicatriz na alma, no corpo
Como se eu chamasse a morte em vez da vida
Como se carregasse no peito, na mente
As mágoas, decepções, frustrações, desilusões
Fecha-se as portas as janelas, da vida
Para ninguém entrar, um poço fundo escuro
Por mais que eu tente sair não consigo
Ler, escrever, rabiscar, publicar, é neste momento
A minha terapia para secar a dor que atormenta-me
Para colocar em ordem a minha mente
Que sinto que está em desordem
Sim mostro o mais íntimo do meu ser
E muitas vezes sinto-me nua
Mas a quem o mostro primeiro é a mim mesma
Sim as minhas fraquezas
Mas também minha força a vontade
De quando isto passar terei vontade de rir
Tenho consciência que não sou perfeita sou apenas
Um ser humano, com defeitos, manias e imperfeições
Que precisa de colocar as coisas cá dentro
Em ordem para melhor avançar
Começar a viver sem medo, sem dor
Num dia frio soalheiro passeio pela praia
Que eu tanto gosto, seja de Inverno ou Verão
Onde molho os pés da minha solidão
Da escuridão da minha alma
🌹
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Meu amor quando eu não estiver mais aqui💕
Meu amor, minha loucura, minha vida
Quando eu não estiver mais aqui
Meu amor, eu serei uma estrela
Serei o mar e as suas ondas
A luz do sol e a tempestade
O teu caminho, a chuva e o vento
O perfume das flores, a brisa do deserto
Serei o teu sorriso, as tuas lágrimas
Os teus sonhos, a tua noite
O teu abraço, estarei no teu coração
Para dizer-te, amo-te loucamente
Meu amor quando eu não estiver mais aqui
Olha para as crianças e verás o meu cabelo
O meu sorriso, os meus olhos, a minha boca
Meu amor quando eu não estiver mais aqui
Rega as flores que crescerão normalmente
Sente o seu perfume, o aroma da relva
Molhada, o orvalho da manha, vê a lua
Vê os pássaros que voarão livremente
As pessoas nem sentirão, a minha ausência
Elas seguirão os seus caminhos felizes
Ou infelizes, só depende delas
E eu terei somente uma certeza
De que estive aqui sempre ao teu lado
Amei-te loucamente e fui muito feliz
Meu amor, nunca deixes de amar e de viver
eu estarei sempre contigo, no teu coração
Amo-te meu amor forever.
💕
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*Mulher madura ❤
Ser uma mulher madura
Não é amadurecer, é deixar o tempo passar em vão
Não é sentar-se de baixo de uma árvore
E sentir o calor do verão
E esperar que o outono resolva a sua independência
Amadurecer é saber a diferença entre
A primavera que é o correto
E o inverno que e o desafeto
É lutar com a coragem e sem fugir
Nas horas que a ansiedade aparecer
Amadurecer, não é só pelos seus cabelos brancos
É crescer na mente e no coração
Na razão e na emoção, sem mimos e sem ser piegas
Pois o amadurecimento abre a porta
Da claridade e da verdade
Não tenha medo de ser uma mulher madura
É ser simplesmente eu
Rir, sorrir, chorar e continuar a ser criança
Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz
Sentir cheiro da erva cortada e do café passado
O cheiro de chuva e das flores
Da brisa do mar e principalmente do cheiro de vida
Ame e seja feliz com os seus cabelos brancos.
❤👒
Sou mulher em poesia
que o rio beija e o mar abraça
👒 ❤🌹
Isabel Morais Ribeiro Fonseca