Poemas : 

9.º de um ciclo Bocageano

 
Vem, Marília, senta-te comigo
À beira deste Sol que se derrama
Sobre o corpo do rio e por nós chama,
Reclama o nosso olhar quando te digo:

“Vem, Marília”, e a mão dá-me que eu sigo
O olhar do Sol, nos olhos teus, em flama
Onde colhe o poeta o que declama
Como se o verso fosse o seu abrigo.

Vem, Marília, o tempo que desdenhas
É este tempo do amor sempre a florir
Que em poemas e gestos se anuncia.

Mas não, minha Marília, não venhas,
Se teu destino for sempre partir
Como o sol que fenece em cada dia.

Xavier Zarco
www.xavierzarco.no.sapo.pt
www.xavierzarco.blogspot.com


 
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Xavier_Zarco
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/02/2009 14:34  Atualizado: 14/02/2009 14:34
 Re: 9.º de um ciclo Bocageano
...vou ter que ler os outros...

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/02/2009 15:28  Atualizado: 14/02/2009 15:33
 Re: 9.º de um ciclo Bocageano
Este poema transportou-me para o rio e:

"Vem sentar-te comigo, Lídia á beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa e não estamos de mãos enlaçadas
(Enlacemos as mãoes)
Depois pensemos, crianças adultas,
Que a vida passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado
Mais longe que os deuses
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos
Quer gozemos quer não gozemos, passamos como o rio
Mais vale passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes
Nem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos
Nem cuidados porque se os tivesse o rio correria
E sempre iria ter ao mar...."

Ricardo Reis (F.P.)

Carpe Diem

Abraços

Enviado por Tópico
Renata
Publicado: 14/02/2009 17:27  Atualizado: 14/02/2009 17:27
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 Re: 9.º de um ciclo Bocageano
E dá vontade de ir... ao encontro das
suas belas palavras.