Sonetos : 

O VELHO ANCIÃO

 




Corpo cansado, ombros caídos,
A semente da vida é-lhe vetada…
Roupa desleixada, punhos puídos,
Pouca vontade para a retirada.

Cabelo descuidado, barba por fazer;
Unhas crescem sem o cuidado
De quem antes retirava prazer,
Do quanto de si era almejado.

Voz rouca, rugas desconfortáveis,
Passo incerto, trémulo e dolente,
Nas manhãs pouco confortáveis.

E assim é a vida do velho ancião,
Três passos atrás dois à frente,
Eis aqui a morte por antecipação.

Jorge Humberto
15/05/07

 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
Data
Leituras
1866
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 15/05/2007 21:45  Atualizado: 15/05/2007 21:45
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4038
 Re: O VELHO ANCIÃO
Á mensagem contida neste soneto sensibilizou-me. A forma como está escrita é "nua e crua". É uma triste realidade.

Bjs