Esta perturbação que me consome o peito
Entre o sonhar... Mas é o acordar que sempre erra
Em trilhos caprichosos que o destino encerra!
Nada é o que parece, em nada que seja perfeito.
Vou assim sempre a tentar cortar a direito
As curvas duvidosas da vida, mas caio por terra
Não existem asas que me amparem, a dor me ferra
E a tristeza me dá título de derradeiro eleito.
É assim que minha alma sempre gira
Sem sair do mesmo ponto, ou sem pira
Que exista uma rotação alegre, e chora...
Tudo concedo em linhas rectais de intensidade
Me confundo numa fatídica rotativa ansiedade
Quando a repetida volta do tempo, a alegria devora.
Paulo Alves