Textos -> Outros : 

A Lenda do Ganso Prateado

 
A Lenda do Ganso Prateado
 
Era uma vez... á muitos anos atrás, numa pequena aldeia do nosso país, uma menina que se chamava Arpa. Arpa, apenas de oito anos, vivia com os seus dois avós paternos numa pequena aldeia perto de Alcácer do Sal. Os pais de Arpa tinham falecido ainda a menina tinha dois anos de idade. A população da aldeia não tinha crianças. O sustento da aldeia era unicamente aquilo que a terra lhes permitia cultivar. A rapariga passava a maior parte do seu tempo no campo com os avós.

Apesar de ter oito aninhos de idade, já ajudava com a lida dos animais, mas onde gostava mais de dedicar o seu tempo era no lago da aldeia. Passava muitas horas a observar os patos e os gansos a banharem-se na água. Um belo dia estava Arpa a olhar para uma rã gordinha, quando ouviu alguém chamar pelo seu nome. Olhou á sua volta, mas não encontrou ninguém nas redondezas. Quem estaria a chamar por ela? Talvez fosse confusão ou o vento a passar por entre as canas.

De repente á sua frente apresentou-se um lindo ganso prateado que falou para ela. Não podia ser verdade. Os animais não falam! Mas este insistiu e perguntou-lhe:
-Porque gosta de observar os meus amigos? A menina com dificuldade respondeu: Não tenho amigos para brincar por isso gosto de estar aqui a olhar para os animais nas suas brincadeiras. Queres ser minha amiga? Respondeu o ganso. Mas tu és um ganso respondeu Arpa. -Sim mas tenho o dom de poder falar e ouvir. Que achas? -questionou novamente o ganso.

Sendo assim aceito! E assim foi. Passaram-se muitos meses e longas tardes, em que os dois amigos juntavam-se no lago para brincarem, outras vezes confidenciavam alguns episódios engraçados que se iam passando na aldeia. Os meses passaram a anos e a idade ia avançando até que Arpa atingiu os 18 anos de idade. Estava uma linda senhora, mas apesar disso, não deixou de gostar de ir até ao lago, para usufruir da companhia do seu amigo de penas prateadas. Um belo dia, o tempo passou, sem que o seu amigo desse vista. Estava cada vez mais preocupada pois do seu amigo ganso, não vinha nem um único sinal de vida.

O dia já ia longo e o sol ia descendo por entre os montes. Que se teria passado? Estava muito preocupada. O seu amigo não tinha aparecido no lago tal como as outras vezes. Os seus olhos verteram uma lágrima, e uma após outra lágrima, estava definitivamente a chorar. Até que alguém lhe tocou no ombro e perguntou:

-Por que choras? Aquela voz era-lhe bastante familiar. Estava á sua frente um belo rapaz, forte e de olhos claros. A rapariga sem contar com a surpresa, sofreu um tremendo choque emocional. Por breves instantes teve alguma dificuldade em falar. És tu.....? O meu amigo ganso?
-Sim sou! Respondeu-lhe o rapaz. Mas porque razão te apresentas como pessoa? Porque o teu amor por mim provou ser verdadeiro e fez com que voltasse á minha verdadeira identidade.

Terminou finalmente o meu feitiço e o fardo que carregava ás costas. Meu pai enfeitiçou-me desde os meus cinco anos de idade e daí para cá, tinha de encontrar alguém que gostasse verdadeiramente de mim para voltar a ter a minha forma humana.

Assim acaba a lenda onde ainda hoje naquela aldeia as pessoas respeitam muito os gansos.

Gabriel Reis
________________________________________

 
Autor
reisgabriel
 
Texto
Data
Leituras
2980
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/08/2009 12:35  Atualizado: 17/08/2009 12:35
 Re: A Lenda do Ganso Prateado
Nada como uma boa fabula para distrair-nos de tantas mazelas que o dia a dia nos "joga" na "cara".

Abraços Gabriel.