Textos -> Outros : 

O TESOURO DO REI MONGOL

 
O TESOURO DO REI MONGOL
 
O desânimo tomou conta de Ricardo e do seu amigo Luís, de alcunha Jacaré. A misteriosa passagem secreta que daria acesso á gruta, onde possivelmente estaria guardado o tão cobiçado e procurado tesouro do rei Mongol, parece nunca ter existido, convencera-se agora Ricardo, depois de estar cansado, de tanto procurar nas rochas mais altas e nos locais onde o mapa assinalava.

Foram muitos os exploradores, que movidos pela ambição, passaram todos aqueles locais a pente fino, explorando ao pormenor, todas as rochas que estavam muito próximas das escarpas, sempre com a expectativa de encontrarem algum vestígio das riquezas do tão falado monarca.

Mongol, foi um rei que viveu durante o século I antes de Cristo e era extremamente esperto. Diz-se que era dono de uma fortuna de valor incalculável, quando o mar invadiu a terra.

Quando soube que iria haver um dilúvio, receoso por vir a perder toda a sua fortuna, mandou então abrir uma passagem secreta nas rochas mais altas, para por a salvo, todo o seu tesouro.

Passaram-se imensos anos, sem que nunca ninguém tenha tido conhecimento da descoberta do famoso tesouro. Foram muitos os exploradores, que com grande entusiasmo, revolveram toda aquela zona marítima, mas no fim das escavações, acabaram por dar o dito por não dito, deixando até de acreditar na sua própria existência, pelo que não é de estranhar, que agora passados tantos anos, não tenha surgido ninguém com mais vontade para o procurar, cabendo a excepção, a estes dois amigos.

Ricardo, só tem apenas 15 anos, mas sempre teve um gosto muito especial desde muito pequenino em fazer explorações ou tentar descobrir coisas. Foi ele que convenceu o seu amigo Jacaré, um pouco mais velho do que ele, já com 18 anos, a procurarem juntos, o lendário tesouro, nos locais mais perigosos das rochas, onde em tempos dizem que viveu a comunidade Mongol.

Antes de partirem para a sua perigosa aventura, os rapazes estavam muito entusiasmados com tudo o que poderiam encontrar, mas á medida que o tempo passava, os resultados não eram os mais encorajadores. Os dois amigos pensaram até mesmo em vir a desistir da ideia, que muita gente pensava ser absurda.

O tempo começava a ficar instável. Exaustos, Ricardo e Jacaré, decidiram então por termo às explorações e acabar assim com as suas já longas horas de caminhada, para comerem qualquer coisa, para mais tarde, procederem á arrumação das suas mochilas e Canadiana de regresso a casa.

Ricardo e Jacaré estafados, aproveitaram para descansarem numa pequena clareira, beneficiados agora por uma agradável brisa fresca que corria, filtrada por um enorme Eucalipto. Comentavam algumas das suas pequenas descobertas e experiências que anteriormente haviam feito, quando algo de extraordinário os surpreendeu:

Uma pedra, soltou-se de um dos penhascos e rolou com alguma violência pela encosta abaixo, indo parar até aos pés do Jacaré, causando-lhe um enorme susto. Para surpresa das surpresas, a pedra de alguma dimensão, desapareceu de seguida, por entre o próprio solo.

Apesar do susto, os dois rapazes ficaram excitados, porque tinham ganho agora uma nova esperança, para descobrirem, qual a razão ou motivos, porque a enorme pedra tinha desaparecido.

Seria ali, que se encontraria a famosa entrada para a gruta do rei Mongol? Pensou Jacaré com os olhos muito arregalados.

Aproximaram-se então com muito cuidado, para espreitarem o buraco por onde a pedra se escapara e foi com enorme satisfação, que gritaram bem alto o nome de Mongol, quando descobriram que ali se encontrava uma passagem secreta. O nome de Mongol ouvia-se vezes sem conta, ecoando por todos os buracos que saíam das entranhas da terra.

Jacaré sem perder muito tempo, agora bastante nervoso, agarrou a mochila e não teve qualquer dificuldade em agarrar a sua lanterna, para não a mais largar. Apontou a sua potente lanterna para o interior do buraco que se encontrava bastante escuro e viu a luz incidir em algo maravilhosamente brilhante, que se perdia no infinito. Aquele buraco parecia á primeira vista, mais um poço sem fundo quando iluminado pela lanterna do Jacaré. Ninguém ao certo, acreditaria, se não visse com os seus próprios olhos, que ali estava guardada uma imensa fortuna.

À luz da lanterna, os dois amigos, podiam ver um aglomerado de esmeraldas, rubis e outras jóias bastante valiosas e também o que pareceu-lhes ser, o cadáver de alguém, vestido com trajes de um metal, que parecia ser ouro.

Ricardo estava entusiasmadíssimo! Também ele não queria perder um único momento daquela espectacular descoberta e decidiu convencer o Jacaré a explorar o buraco e a descerem por uma corda, que tinham levado consigo.

Jacaré advertiu de imediato o amigo, que talvez isso, não fosse muito aconselhável por razões de segurança.

Corriam o risco de ao descerem, provocarem uma derrocada e ficarem soterrados dentro do próprio buraco. Jacaré sabia o que dizia. Bateu então com a sua bota no solo e não levou muito tempo para que a terra se mexe-se por baixo dos seus pés. Sabia que as terras que pisavam, não lhes ofereciam qualquer resistência, até porque o peso que ambos tinham, não era assim tão relevante.

Jacaré aconselhou então, para que tapassem o buraco com alguns ramos de árvore, até reunirem as condições, para mais tarde o explorar em segurança. Acabaram por regressar a casa muito entusiasmados com toda aquela descoberta, mas não demorou muito tempo, para que Ricardo e Jacaré não conseguissem guardar o seu precioso segredo e resolveram então contar aos familiares, toda a sua fantástica descoberta.

O Tio do Jacaré, ouviu com grande admiração, as histórias dos dois rapazes e ofereceu-se de imediato, para dar a sua ajuda aos dois rapazes. Estes não conseguiam esconder todo o seu entusiasmo, por terem ganho a ajuda, de mais um aliado, para levar a sua aventura até ao fim.

Chegados ao local bastante inclinado, os três podiam olhar lá para baixo e ver o mar muito azul ao mesmo tempo que muito calmo. Os três exploradores desta vez, não tiveram qualquer dificuldade em dar com o manto de ramos de eucalipto e silvas, que cobria o suposto buraco da entrada para a gruta. Apressaram-se a retirá-los rapidamente e qual não foi o espanto dos dois amigos, quando verificaram que o buraco que existia antes, estava completamente tapado.

Está completamente tapado! - Gritou Ricardo incrédulo e confuso.

Não dava para acreditar, parecia até que ali, nunca ninguém mexera na terra antes.

Tudo indicava, pelos sinais, que a terra não tinha sido remexida por alguém. Não restava qualquer dúvida. Estava tudo como se nada tivesse existido antes. O tio do Jacaré não gostou nada da surpresa e considerou uma brincadeira até de mau gosto, quando verificou com os seus próprios olhos, que ali não estava absolutamente nada do que ouvira contar pelos dois rapazes.

(continua)

GABRIEL REIS


 
Autor
reisgabriel
 
Texto
Data
Leituras
1517
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.