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Nova aventura do Gato Pintão

 
Nova aventura do Gato Pintão
 
O sol de Agosto está abrasador. O gato Pintão já não pode desfrutar da sombra do Limoeiro que tinha no seu quintal.
A sua dona cansou-se das folhas que sujavam o quintal e por esse motivo, decidiu tirar a árvore. Pintão recorda com saudade aquela árvore, onde tantas vezes fez as suas sestas. Agora em alternativa para apanhar sombra, apenas pode abrigar-se debaixo do tanque de lavar roupa, que está encostado ao muro do quintal.

O gato Pintão reparou que não muito longe do seu quintal, está um enorme sobreiro. São 11.30 da manhã e o calor está insuportável. Porque não aproveitar e dar um pulinho até ao sobreiro, para fazer a sua tradicional sesta?
Afinal, todos os seus amigos também ali passam um bom bocado do seu tempo.
Quando chegou perto da tão desejada árvore, uma catrefada de animais de criação nomeadamente, patos, galinhas e dois imponentes galos que andavam por ali, olharam-no com alguma desconfiança.

O gato Pintão olhou para eles, mas não se sentiu incomodado. Apenas se tinha dirigido aquele local para desfrutar de uma boa sombra fresca.
Levantou-se nas duas patas da frente e …Zás! Afiou as unhas vezes sem conta na árvore, enquanto ao mesmo tempo espreguiçava o seu corpo. Com agilidade saltou para o ramo do sobreiro mais próximo e enroscou-se para dormir.

Foi então importunado pela chegada ao local de uma pequena comunidade cigana. Sem saber ao certo o que se estava a passar no seio daquela família, um dos homens começou a disparar tiros com uma arma de pequeno calibre. Pintão borrou-se todo quando a sua cauda fofalhuda, foi tocada por um pedaço de metal quente.
Tinha sido uma hora de sorte para o gato Pintão. O desajeitado cigano tinha posto em perigo, todas as suas sete vidas.

O gato Pintão sabia que mais tarde ou mais cedo, um ciganito que apontava para ele e que transmitia supostamente ao pai, que estava ali um gato, não o iria ali deixar ficar descansado por muito mais tempo. Para piorar ainda mais as coisas, os ciganos traziam com eles, dois enormes cães sarnosos que farejavam tudo quanto era sítio, como se fossem cães de caça. Mostraram os seus aguçados dentes ao gato Pintão, advertindo que estavam ali para disputar aquele espaço.

O que Pintão mais desejava naquele preciso momento, era sair do cimo daquele sobreiro e pôr-se a milhas.
As coisas para o lado de Pintão, não estavam a correr nada bem. Primeiro foi brindado por um disparo de um projéctil e agora, estava a braços com aqueles rafeiros de mau hálito. Como poderia dali sair, sem ser agarrado? Ainda por cima, para seu desespero, a sua casa não estava muito longe daquele local.
Quando um dos ciganos se aproximou da árvore para ver de mais perto o gato, ouviram-se o som de sirenes.
Eram os bombeiros! Tudo fazia crer que se dirigiam para aquele local.
Os ciganos abriram espaço quando o carro estacionou mesmo junto aos seus pés.
Um homem fardado de bigode farto, perguntou então ao cigano que estava mais próximo, aonde é que estava o gato. O cigano com ar de quem não estava nada á espera de ver bombeiros sem motivo de incêndio, muito atrapalhado, apontou para o ramo mais alto do sobreiro.

Ali estava o gato Pintão bastante assustado e desorientado, por todo aquele aparato. Mas porque razão, também aqueles homens lhe queriam fazer mal? Pensou Pintão desesperado.
Mas aqueles homens não vinham fazer qualquer mal ao gato Pintão. Estavam ali para o levar para casa. A dona do gato deu pela sua falta e ao reparar que o gato tardava em não aparecer, foi á sua procura e descobrindo que estava em maus lençóis, decidiu então chamar os bombeiros municipais para o resgatar daquela enorme árvore.
E assim acaba mais uma história com um final feliz, que tem como protagonista uma senhora e o seu gato, que teimam em não conseguir passar muito tempo, sem a presença um do outro.

GABRIEL REIS


 
Autor
reisgabriel
 
Texto
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1891
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