MINHA POESIA

obrigado pelo carinho das palavras. pertenço à uma geração de poetas que surgiu na década de 1970, durante a ditadura militar brasileira. esses poetas (mulheres & homens - detesto a palavra poetisa, acho ultrapassada e rançosa, como os poemas de bilac, rs rs), bem, para não quebrar o ritmo, ficaram conhecidos como poetas marginais ou geração mimeógrafo, porque nossos livros eram bem artesanais, quando não impressos em folhas soltas e lidos e vendidos nos bares, portas de teatro e universidades. a rebeldia estava também na linguagem, sem formalidades e purismos. o emprego da gíria e do palavrão também fazia parte da nossa proposta. as meninas, ao contrário das bem-comportadas cecília meireles e henriqueta lisboa, falavam abertamente em seus textos das suas relações sexuais. uma das vozes mais significativas da poesia marginal veio daí do rio de janeiro - ana cristina cesar ou ana cristina c., que infelizmente se suicidou aos 31 anos, jogando-se do 10° andar do prédio onde os seus pais moravam. bem me estendi demais. desculpe.

afeto,

j.

obrigado pelo carinho das suas palavras. podemos brindar, sim. mas você me permite um uisquinho? de leve, prometo.minha poesia também é sua.

afeto,

j.

alexandra,

a poesia é a minha vida. mas tem me saído caro este viver. grato pelo seu carinho.

afeto,

j.

nanda, maria fernanda, navegar na sua poesia é muitas vezes não entender que na simplicidade das pequenas coisas se diz e ensina o mundo. olho a sua poesia como quem olha com o respeito e a elegância de uma adélia prado - uma poeta fantástica, mineira, chamada - não gosto deste termo porque acho machista de o carlos drummond em saias. talvez por serem do mesmo estado, minas gerais, não por maldade. eu sempre defini a poesia de adélia prado, grande, espetacular, como uma poesia doméstica, como é a sua - uma mulher que cuida do marido, dos filhos, vai ao fogão, briga com deus, embora ela seja catequista, sai para ensinar as crianças. e diz grandes coisas ao mundo, da sua pequenina divinópolis, onde sempre morou, esta "dona doida", como carinhosamente a chamamos, depois que sua xará, a grande fernanda montenegro, fez uma leitura dos poemas dela no teatro que nos encantam até hoje. como você, adélia é uma grande poeta em quem eu tive o prazer e a honra de dar um beijo na testa.te adoro

beijos,

j.