FLOR DE LIS
Vem, beije-me,
Meu amado...
Com beijos ardentes.
Toque-me, meu amado,
Com toques suaves...
Pois sou como uma
Flor de lis, delicada.
Sinta o meu frescor,
Um cheiro de aroma suave
Deleite-se no meu corpo,
Que como uma chama
Ardente te espera.
Vem, toca-me, vem...
Por entre os campos,
Entre as flores
Os pássaros saúdam
O nosso amor.
Mas toque-me
Com maciez!
Imagem Google
Tempo vagabundo
Com a impotência algemada à alma
e as mãos calejadas de acariciar
o vazio do eco arquejante
lavro na pedra barrenta
do destino
um outro olhar,
um outro caminhar
Com a firmeza de um sem abrigo
semeio na alma as flores do desejo
desse desejo que me faz crente
e na berma da estrada
visto-me
dos minutos e das horas do tempo,
desse tempo
sem tempo p`ra mim
A impotência permanece
na ardência da alma nua
e num impulso de puro
atrevimento
exijo ao vagabundo do tempo
um milésimo de tempo
por fim
Escrito a 30/12/09
Poema Despido
Dominas-me voraz
Sem que entenda o sentido
Dos versos que trazes
Na boca que beija
Em carícias longas
O brilho do sol.
Sou apêndice sôfrego
De um poema.
Pacifico-me na tua voz
Que embala o desejo
De ser letra do teu corpo,
E rasgo a folha imerecida
Que te sustém,
Com a fúria decomposta
Da improbabilidade
De te possuir.
Contempla-me
Na prateleira exposta
No extremo do segmento.
Sou matéria invisível
Dos teus propósitos.
AMOR. OU NÃO SERIA?
AMOR. OU NÃO SERIA?
À meia-noite
Um meio-dia ardia
À palma da mão fria
Desterrada ao açoite
Meu calor foi-te
Amor. Ou não seria?
Um cobrir-se do dia
No debulho da sonoite...
Foi veredicto agudo
De prisão decretada
Contra a língua beijada?
Foi o coração, conluio
De sangria estuporada
Desperdício à tua facada?
GIZ
GIZ
Paixão inexplícita escrita em giz
Traçada e apagada todo dia
Brota tênue, semente em raiz
E arde em fogo brando pelo correr da vida
Conquisto-te inteira e por um triz
A cada mínima entrega, a cada acolhida
Adormeço em teu beijar aprendiz
Que, fremindo, dá-me paz e guarida...
Em mim, devoção que jamais iria supor
Em nós o real sentido da palavra amor
Por ti o melhor que pr'a ninguém fiz...
Entrego-me aos teus olhos, teu rubor
E deliro no sonho d'um sol se por...
Será que entendo o que é ser feliz?
JUNTOS, IRMOS EM FRENTE
JUNTOS, IRMOS EM FRENTE
Surgiste do nada
E nem percebi
Na curva discreta
Daquela estrada
Aonde bateu o raio...
O trovão foi claro
Estupenda a visão
Como tudo
Que clareia a imensidão
Do esteio do escuro
E as minhas mãos
Cansadas
Cederam,
Fenderam-se ao poente...
Meus olhos comeram
Cru e quente
Aquela sensação
Dormente, tão minha
De que encontrei
Um real sabor,
Incandescente
Finalmente
Horizonte limpo
À minha frente
Como sempre sonhei
Minha italianinha...
Agora, é tocar...
Amar, viver
E, juntos,
Irmos em frente...
"Fome de você"
"Fome de você"
O meu corpo te espera, boca pedindo a tua
Te olho, provoco, quero tua alucinação
Teus olhos dizem "sim", quero sua loucura
Os delírios de teu prazer, sob teu corpo estão.
Olhando-me com fome cego, e quente...
Desafogando as vontades e minhas fantasias
Faz de mim sua loucura, dá todo teu êxtase.
Porque agora, minhas vontades são tuas...
Então mergulha teu corpo, mata nosso desejo.
Invade meu corpo febril, úmido e já desnudo.
Quero tua boca, a saliva, a textura do beijo.
Gestos ousados, atrevidos, nos deixando mudos.
Cada parte de mim, mostra que te cobiça.
Quer te ver alucinado, perdido de prazer.
Nas ondas das minhas curvas, tua delicia.
E nua nos meus lençóis, vem, quero te ter.
Corpos nus se entranhando, loucos, se tocando.
Movem-se cadenciados, desvendando cada trilho.
Bocas enlouquecidas, mãos, pernas se enroscando.
Sangue fervendo nas veias, prazer em estribilho.
Despudorada e louca, dou-me só pra você moço...
Olhando nos teus olhos, enquanto te sinto em mim
E alucinada,insana,contorcendo em gemidos te ouço.
Vem agora moça que eu amo, vem... Explode em mim.
Glória Salles
FICA
FICA
Não há como medir a distância entre nós
Tão longe ficamos e não chegamos a um lugar comum
Um vazio que restou
Uma saudade que não se afoga em lágrimas
Quero ouvir tuas histórias mais um pouquinho
ocupa meu olhar com a tua imagem
Careço do lar que habita em ti
Do aconchego nos quartos dos teus braços
Meu amado... se demoras,
Me apresso a morrer um pouquinho mais
Acabam-se as tintas, desbotam as cores do caminho
O amanhã fica indiferente
Então volta e fica.
Não adie o que o tempo roubou
Seja meu verso perfeito no risco do meu poema
seja flor temporã nesse outono que perdura
seja manhã clara e entardecer na varanda
Seja o amor guardado
pela eternidade de uma vida
Pelo tempo infinito de um beijo...
Então fica...
AMOR SEM SEMENTE
AMOR SEM SEMENTE
Valsas,
Giras,
Rodopias
Em ti ricocheteio
Os olhares
Que atiras
Intenções veladas
Estes teus balanceios
Golpeiam-me
Balançam-me
Os anseios
(Em arqueio)
Pensas que quero?
Supero-te
Volteio-te
E esbaldado em teus olhos
Um desejo de provar
(Nem que inverno frugal...)
E o que posso, devoro
Em castiçais
Licores fermentados
De folhas febris,
Urdidas em sorrisos rendados
Formando teus quadris
Fervilhando teus sais
Sombras frescas
E sutis
Cultivadas
Nos teus umbrais
O que posso, entorno...
Ah, suborno
Da alma sabidamente
Iludida...
Carcaça dormente
Carcaça que sente
A dor do prazer dividida
Paixão descabida
Em hora errada
(Traçada em poente)
Mesmo assim
Para mim
Para sempre
Inocência indecente
Incoerência
De querubim
Sem angelical
Essência...
Insistência
Verbatim
Natural
Quintessência
De amor sem semente
Que em tudo tem princípio
E, em nada, fim
NESTE SONHO QUE ME INVADE
Neste infinito de emoções
Neste universo onde flutuo
Neste sonho que me invade
A cada instante
Sigo na estrada da esperança
Ao encontro de ti.
Nesta teia de emoções
Neste turbilhão de sentimentos
Que se cruzam e nos absorvem
Viajamos neste sonho
Dentro das emoções
Que o sustenta
E me faz voar…
Neste universo de cumplicidade
Onde o amor flutua em nós…
Onde voamos
Nas asas do sonho
Nas nuvens do nosso sentir
Na galáxia…
Das nossas emoções.
Pudera eu ser
Pássaro veloz
Vento que fustiga forte
Mas que nunca perde o norte
Para junto de ti
Me levar…
E juntos voarmos
No céu azul infinito
E num sussurro
Num grito
O nosso amor…consumar.
Gil Moura