Poemas, frases e mensagens de Antonio Ayrton

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Antonio Ayrton

Dia lindo

 
Um dia lindo não significa ficar isento de chuvas ou Sol, é sentir mesmo com chuvas ou sol, a alegria no coração.
 
Dia lindo

Diferença

 
Existe uma grande diferênça em dizer:
Eu me lembro de você
e
Eu sinto saudades de você;
 
Diferença

Saudade

 
Estranho, não sei o que sou
se lembranças ou pensamentos,
ou memórias, Eu sou doce...
venho sem pedirno presente
Sou um espelho que reflete
Pessoas, imagens ausentes.
Não sou amor, nem desejos,
Nem dor, nem uniões,
Apenas desperto
esses sentimentos
nada mais; e me chamo:
Saudade.
 
Saudade

. . .

 
. . .
Descobri que as estrelas são tão poucas,
Descobri que o Oceano é tão pequeno,
Descobri que os tres pontos ...
Descobri, ..., É maior que tudo isso.
 
. . .

Soneto às Sombras - I

 
Não sei mais em que imensidão estou
Só sei que sou passado como a noite;
Que meus lábios sussuram o que ficou;
Em túmulos de pedras, de açoite.

Quero morte de um papel vivo, sem vida
Coma não desperta, nem rasga a mortalha
Pois é um lugar profundo sem partida
Nem vejo mais a carcaça que se espalha.

Eu pintei de azul o ceu das vésperas
Em algum lugar ao redor das curvas
Que hoje são texturas das sombras.

Só manchas e penumbras que saem da lua
Trazem em silêncio a dança das sombras
E os olhos apenas veem imagens obscuras.
 
Soneto às Sombras - I

Saudade

 
Se a Saudade chegar,
Em uma noite tristonha,
Não procures chorar,
Cerra os olhos e sonha.

Alimenta a esperança
Que alguém teu amigo
Sofre a mesma lembrança
Também sonha contigo.

Abre a tua janela,
Para a noite deserta,
Fita a estrela mais bela
Que no infinito desperta.

Nossos olhos tristonhos
Nessa estrêla fundidos
Darão asas aos sonhos
Dos momentos vividos.

Se a Saudade consiste
Em uma separação,
Guarde a lágrima triste
Dentro do coração.

Se o aroma sutil
É o perfume da flor
A Saudade febril
É o perfume do amor
 
Saudade

Meus rabiscos com números

 
20 dizer (Vim te dizer)

20 dizer 100 rodeios,
20 dizer 100 preconceitos,
20 dizer 100 segredos,
20 dizer 100 pensamentos, .

20 dizer dos meus medos,
20 dizer dos meus momentos,
20 dizer dos meus sonhos,
20 dizer dos meus anseios.

20 dizer das minhas palavras,
20 dizer das minhas saudades,
20 dizer das minhas agonias,
20 dizer das minhas preces.

20 dizer de 1 encontro,
20 dizer de 1 desencontro,
20 dizer de 1 sorriso,
20 dizer de 1 beijo.

20 dizer carinho
20 dizer ternura
20 dizer Silencio,
20 dizer: ADORO VOCÊ.

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80 lembrar (Oi, tenta lembrar)

80 lembrar
1 dia voce veio
100 esperar, disse:
20 ver.
20 sentir
20 acariciar
20 aquecer
20 amar.

80 lembrar,
1 momento desse dia
1 pouco do que deixou
1 pouco do que falou

80 lembrar,
70 me procurar
70 me achar
70 encontrar

80 lembrar
20 esperar
20 beijar
100 te encontrar

Agora 100 você.
Estou Sózinho em 1/4.
100 dizer nada
80 me ver.

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100 versos (Sem Versos)

100 versos
qualquer 1,
80 ou faz,
Mas 60 e espera:
100 versos.
 
Meus rabiscos com números

Permanecer Jovem

 
A arte de permanecer jovem é
saber o que é um momento e vivê-lo.
 
Permanecer Jovem

Briga com Palavras

 
(Para Christiane)

Escrevi a tempo atraz

Palavras que ainda brigam na poesia
Em longos tempos, em tantos acasos
Nos tentandos do passar do tempo,
Segundos de vida de uma metade sofrida
Que entram em mim, por uma oculta rima.

E agora a frente do silêncio triste
Esqueço as antigas formas de dizer,
Nem mesmo sem querer e no despiste,
Consigo construir frases, nem rimar
As palavras: oceanos, rios, luar.

Ontem

Agora quero que as palavras acabem,
Fiquem jogadas num caos desordenado,
Nas frases sem nexo, sem rimas
E quando se cala o silencio,
Que elas se sintam sozinhas.

Brigo com elas, destruo frases,
Amasso, jogo-as no lixo com raiva,
Até digo, não escrevo mais poesia,
Quero ficar no silêncio e ausência
E que se danem, se estraçalhem.

Que elas naveguem em um azul profundo,
Se percam. Caiam em um buraco sem fundo,
Que se quebrem. Embaralhem suas letras,
Fiquem incomprensíveis. Que voem ao longe,
Ao mais longe possível, ao infinito,
Se despedacem, se choquem, mas por favor:
Que Fiquem mudas pelo caminho.

Hoje

Eu me apaixonei por palavras.
Em livros, rabiscos, Poesias,
Na voz que escuto ou falo,
Até mesmo nas minhas escritas,
Que faço sem o devido cuidado.

Isso tudo porque faltava expressões,
Queria palavras com olhares, corações,
Que tivessem cores, até mesmo amores,
E a grande pretensão de serem espelhos,
Para refletir os meus íntimos desejos.

Que bobo fui, a busca estava em mim
retratei, implorei desculpas, pedi,
Percebi que não podia ficar sem elas
E no meio do meu e do choro delas
Reuni então as letras e escrevi:

Que voem ao mais longe possível,
ao infinito até ao impossivel,
Podem ficarem até mudas pelo caminho,
Mas ao chegarem no seu destino
façam sentir quem as lê, só uma frase sozinha:
Eu te amo, Amiga.
 
Briga com Palavras

Soneto de um falso amor (Sobras)

 
Passos rápidos, correrias, sobras
Tempos, espaços, migalhas de alentos
Apenas vistas como simples manobras
Medidas falsas de amor em momentos.

Não entendo, sobras de sentimentos
Talvez incompreensíveis sussurros
Que foram largados em falsos muros
Quebrando em cacos os enternecimentos

As Sobras de afetos, serão ossos?
Ruínas, adquiridas em uma vida
Que se jogam em alguém os destroços?

Será que no amor as sobras são migalhas
Dos sentimentos dados a alguém no todo
E depois da fartura, o resto é o outro?
 
Soneto de um falso amor (Sobras)

Caminhei (Meus Cs)

 
Caminhei...
Calmamente caminhei.
Convidei companheiros,
Compreendi cantos,
Cedi contos,
Clamei caridades,
Contemplei céus.

Confortei conhecidos.
Calei calúnias.
Criei confusões,
Corrompi conflitos.
Confrontei crueldades.
Cortei Cóleras,
Calafrios...

Classifiquei conclusões,
Calculei com critério,
Conversei conceitos,
Consegui coordenar
Conhecimentos colossais,
Compreendi constantes,
combinei, conclui.

Conheci cidades, crianças,
Colori campos, campinas,
Confessei, comunguei.
Convicto, confiante
Continuei, conquistei.
Consegui comunicar,
Colhi corações, cultivei.
 
Caminhei (Meus Cs)

Miragem

 
Eu queria tanto
Que você compreendesse
O meu olhar, meus lábios,.
Queria que tudo fossem abraços,
Carinhos, em laços.

Mas a miragem toma conta
E meus olhos que procuram
Tornam-se deserto sem oásis,
E as pegadas em areias
O vento as apaga, sem deixar rastros

Caminhos de choros
Alimentam a minha sede,
Água salgada
Cicatriza minhas feridas..
Queria tanto que compreendesse
Que o sol que tenho no peito
Traz apenas a mim calor
Que seca e racha.

Sentir que foges em cada encontro
É mesmo que não vir
É deixar as areias aquecendo
Pelo sol dentro de mim,

O barco viaja, mesmo em miragem
Percorre beijos, corpos, saudades
Em calor de areias quentes
No sal das ondas dos oceanos
Mesmo atado num porto amargo

Como queria que compreendesse
Que mesmo estando não sozinho
Também necessito de frios
Pois tem momentos, em que a brasa
Queima sem tua água, e sem você
Tenho que fazer de mim rios.

Quero que molhe meus lábios
Sem fugir pelo cansaço
Quero que sinta as dunas vazias
Minhas areias perdidas,
Uma distancia não ida
Os abraços, beijos,
Compreenda que toques invisíveis
Podem não deixar rastros, mas ficam

Oceanos e areias, ambos largos
Incompreendidos pelos anseios, carências
Problemas que nutrem desavenças,
Oceanos, lagos, desertos, rios não há um só lado,
Também há, o eu te amo, do outro lado

Miragem, tarde de névoas,
Esperas, crepúsculos
Sem cores nas esferas
Sol que vem e vai
Noites e dias correndo
Não há como ir, então apenas
Não há conversas.
Só fugas, cansaços...
Lágrimas silenciosas, mormaços.

Eu entendo, entendo as margens
Já estive nas duas
Mas, agora, existe uma corda
Que me prende, e só
Areias, folhas secas na minha margem.

Só queria que compreendesse
Que as minhas águas aquecidas
Não estão no meu lado
Eu fiz nuvens que choram
E deixei que os ventos
As levassem para o lado da sua.

A miragem toma conta
Olhos que procuram
Tornam-se desertos sem oásis
Pegadas em areias, ventos apagam
Sem deixar rastros,
Ventanias, Sol, e apenas dunas
Não tenho água
Durmo cansado.
 
Miragem

nove-palavras-por-seis

 
Porque querem saber? Não é conha!
Ainda sonha
minh'alma, em segredo te amei.
E mesmo que tudo seja impossível,
Ainda digo:
Agora te amo como da primeira vez.
Foi maior amor, e sabia que teria
Sempre o dia:
Vinte de maio de dois mil e seis.
 
nove-palavras-por-seis

Caminhos

 
andei...

caminho
Terra e pedra...

deserto
cacto e areia...

oceano
sal e agua...

chorei ...
 
Caminhos

Uma História

 
Estava em gritos, passos sufocados
Mãos e boca carentes, braços colados
Muitos segredos guardados no peito
Sem saber que estava em rumo sozinho
Continuava sempre no mesmo caminho
O amor teimoso que não tinha mais jeito
Chorei lágrimas em um luar de encanto
E não vi o sofrimento nem o pranto
Desse colo que entregava o seu canto
Que acariciava, afagava, sem importar
Com sua dor, apenas abraçava com calor
Dava consolo ao meu desconsolado amor
Que dançava na teimosia do chorar.

Adormeçi em suaves banhos de ares
Senti de novo as ondas dos mares
Mesclei estrelas da noite com o dia
Fiz dos beijos dados escuros claros
E depois da chuva o vôo dos pássaros
Senti o sol brilhar em minh'alma vazia
Sei que ferido ainda estou do antigo,
Não importa, é imenso o que esta vindo
Minha alma clama, estou agora indo
e tenha a certeza, sem nenhuma dor
seu calor, e minhas águas deixaram
O passado, só vejo o que regaram:
A nova semente de um grande amor
 
Uma História

ENÍGMA DA SAUDADE

 
Acontecimento mais lindo de minha vida

Iniciou na saudade,
Terminou pela saudade,
ficou a saudade.
 
ENÍGMA DA SAUDADE

Traços

 
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Meus traços foram feitos por passos
Olhando planetas cometas, estrelas
Numa contínua rima, achando a lua
Que clareia a noite de meus rastros.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Muitas vezes no caminho desfiz traços
Para que eu pudesse fazê-los novamente,
Mas no urgente, fiz dos traços, pedaços,
E sem perceber, deixei no chão, estilhaços.

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Olhei, vasculhei, amontoei estilhaços,
Houve perdas, ficaram tracejados traços,
E nos buracos da explosão por mim criados,
Jorram águas para que se colem os pedaços.

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Esses moldes de traços lavados, agora soldados,
Deixo com dois buracos onde as águas passam
Para que sejam espelhos de meus novos traços,
Pois aprendi a não fazer traços em pedaços.

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Agora deixo sentimentos de amor em traços,
Não importa se traços às vezes tem tristezas,
Minha alma sempre é regada por dois buracos
Lágrimas nos traços dos traços que agora faço.
 
Traços

Soneto às Sombras - II

 
Meus olhos turvaram,agora um cadaver
Um corpo rijo, esticado, sangue parado
Nada movimenta, sem sentidos, sem ver?
Caixão lacrado, repouso do verso acabado

Reunião, uns choram, outros falam, risos
Comentam, uns lamentam, outros só ignoram
chega a hora, vão entregar-me a terra liso
Mas fico no coração dos que no momento oram.

Escuro, túmulo, sou agora refeição,
Um prato, vermes me atacam, não sinto
Quem foram voltam, levando minha feição.

Se estou morto, como consigo contar isso?
Esqueci, apenas meu corpo ficou sem a vida
Eu sou vida dentro de quem sabe que existo;
 
Soneto às Sombras - II

Lamento

 
Esse amor-perfeito
Que coloquei no peito
Na vontade de te amar

É uma dor no peito
Que não lhe diz respeito
E não posso falar

Pensar que tinha aceito
Mesmo com defeitos
Sem medo de errar

É dor que vem sem jeito
Como se tivesse feito
Algo sem lhe agradar

Esse seu trejeito
De apenas tirar proveito
E conseguir me torturar

É Pranto que consome meios
Desses meus anseios
Que me fazem chorar

Você é dor no peito
Que não lhe diz respeito
E nunca vai passar.
 
Lamento

Eu posso, Mas não posso

 
Eu posso mostrar caminhos,
Mas não posso estar neles.
Eu posso dizer palavras,
Mas não posso ouvi-las.
Eu posso oferecer alternativas,
Mas não posso decidir.
Eu posso dar a vida como pai,
Mas não posso vivê-la.
Eu posso comprar presentes,
Mas não posso usá-los.
Eu posso mostrar Deus
Mas não posso dar Fé.
Eu posso dar amor.
Mas não posso pedi-lo.
 
Eu posso, Mas não posso