Poemas, frases e mensagens de agniceu

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de agniceu

Os ecos não são vozes nem o amor são falas

 
 
Falas como se desconhecesse
O lugar do choro e das mágoas,
Como se desconhecesse a forja
Das tuas garras.

Falas com a voz de uma tribo inteira,
Das direções certas,
Das batalhas sem derrotas,
Das derrotas que serviram
De força,
Agitadora das vitórias.

Esqueceste de falar
De todas as indecisões
Que te mantiveram parada,

De todas as lições que deste
Sem as comprovares na pele.

No fim da conversa,
A fome do peito
Sabe a silêncio
E não a amor,
Como dantes,
Quando sentíamos
Medo,
Quando um ou outro
Não chegava a tempo
De amar.
 
Os ecos não são vozes nem o amor são falas

Vou-te amar até à ultima gota de luz …

 
Vou-te amar até à ultima gota de luz …
 
Procura-se o vinculo mais forte, no céu mais estrelado,
Procura-se o regadio da lágrima mais pesada …
Mas a resposta recostei no profundo da alma …
Com a promessa de te amar …
No eterno lugar onde o tempo não tem espaço …

Poema dedicado a todas as mães que se tornaram estrelas antes de serem avós …

Poema dedicado a todas as filhas que ficaram com o coração amputado, antes de serem mulheres…
 
Vou-te amar até à ultima gota de luz …

As galáxias libertam o mesmo som ...

 
 
lutas como um anjo
longe das asas
e do chão azul

então vamos lutar os dois
com o coração
batendo
um no outro
 
As galáxias libertam o mesmo som ...

Faz nos tão bem… escrever sobre o coração com o coração

 
Faz nos tão bem… escrever sobre o coração com o coração
 
 
os únicos espelhos

que espelham o real espectro da alma

sem inverterem a imagem das palavras [por desenhar] ….

são os olhos



e como é imperdível

o seu confronto

com olhar do ser amado



aqueles sorrisos

sem lábios !



aquele brilho

sem o céu estrelado !



como é possível

nascer daqueles rostos,

o mais preciosos piscares de sonhos



e as vezes

num simples restolho do rostolho

nasce um fio de mar



e quando o mar

se confunde com o céu

naquele silêncio doce

o abraço precoce sucede

sem grandes trabalhos

[é assim a mãe e um filho

quando entram em casa

carregados de saudades]
 
Faz nos tão bem… escrever sobre o coração com o coração

O retrato mais fiel

 
O retrato mais fiel
 
 
A cor desmaiou
Desvirginou o quadro
E espelhou
A realidade
Do que hoje sou

Uma flor que perdeu
A cor rosada
Do seu corpo

A virgindade da alma
Sem ser tocada

Que nunca mais
Voltará
A ser
Presente
Para o amante
Para a namorada

Aquele brilho inocente
Chorado antes de um reflexo límpido
Sem ser tocado
Pelo olhar de outro alguém
Tão esperado
 
O retrato mais fiel

Iria sempre á Cova da Iria

 
Iria sempre á Cova da Iria
 
 
Um peregrino
Segue o caminho
Que o leva
Ao coração

O peregrino não tem um tamanho definido
Apenas uma sede de infinito
Que se sacia
Assim que se chega
Aos pés de Maria

No outro dia
Seguimos o trilho
Tão pisado

Seguimos a concha raiando um sol
Para a gradecer o milagre das rosas

O milagre das rosas

A mãe
Do oco tronco à rama frouxa
Fez nascer um botão de vida

Da ferida dos espinhos
Fez nascer a beleza mais bonita

Aquela criança
Com um sorriso nos olhos
Que nos faz nascer
Em toda a parte
 
Iria sempre á Cova da Iria

Cuida dos meus olhos

 
Cuida dos meus olhos
 
 
Em Ti

Em ti,

tudo nascia

mais verde,

amadurecendo o belo...



Tudo

Tudo em ti,

ganhava o inverso do escuro,

no alinhavado sorriso.



Nasceste

de um poema,

verso

caule,

maestro

erguendo

sentimentos em tudo

que nascia,

protegido pelo solo

da carne,

depois do véu da pele.



Chamaram-te

alma

árvore

tutora,

para mim serás

mãe de todas as dores curadas,

de todos os amores

desembrulhados na pele

de mulher amada...
 
Cuida dos meus olhos

Ainda acredito que uma Elefanta do mar pode abraçar um Lóris

 
Ainda acredito que uma Elefanta do mar pode abraçar um Lóris
 
 
Observei cada passo teu,

cada rasto de estrela

que deixaste,

emoldurei-o

com o olhar,

nas mãos,

sem pregar olho.



Apesar da lonjura dos olhares,

ainda tenho em fila

o molde de cada passo

teu,

e o seu infinito brilho

do adeus.



Deveríamos seguir o amor

quando o adeus não faz sentido

e modificar o seu destino.

Ou melhor,

o sentido contrário do amor

não pode ser a mão aberta

disfarçando o Não

com mais quatro dedos

levantados,

desunidos do coração.



Ou melhor,

não deveria existir adeuses,

só as mãos abertas em pares,

mais que preparadas

para se entrelaçarem nas costas,

assim que regressares

e tocares

no peito com o peito,

em clave.
 
Ainda acredito que uma Elefanta do mar pode abraçar um Lóris

Afirmação do coração

 
Afirmação do coração
 
 
os dedos, por fortalecer,

com as palavras e os sentimentos,

e não com as frias reguadas.



aquele menino poeta,

faz batalhas de rimas

no roblox,

e nos silêncios

resguardados dos nossos.



prometeu a si mesmo

que as lágrimas

não se mostram

quando os cantos se olham.



mas às vezes,

o peito é demasiado pequeno

para conter um sentimento oceânico.



assim foi,

no outro dia,

quando um gesto maternal

ficou preso no estendal dos braços

e a maré rompeu os olhos.



assim foi

no outro dia,

quando

se lembrou do pai natal

que trazia as chaves do carro do pai

e lhe dizia que o amava muito

antes de sair.



Mudando de assunto no mesmo assunto…

Esta história começou num lugar fronteiriço e do vagar ponderado, onde duas crianças, com laços de sangue, brincavam com a natureza e as suas mãos. A pobreza, não trazia os brinquedos estrangeiros que gostavam. Brincavam com as pedras, faziam pequenas barragens para conter a água, travessas para as formigas, balizas para sinalizar a entrada da bola, feita de cuecas e trapos.



Um dia, encontraram um pardal caído do ninho. Apressados, construíram uma espécie de casa com as pedras, para ele não fugir, e foram chamar o avô. Quando chegaram, o pardal já lá não estava. Um dos irmãos guardou uma dessas pedras.



Trinta anos se passaram até que esse irmão teve um acidente e partiu. O outro irmão foi recolher algumas coisas que ele tinha deixado e, no meio dessas recordações, estava aquela pedra velhinha, mas tão viva naquele momento. Acabou por guardá-la junto à imagem de Nossa Senhora.



Uns anos mais tarde, regressado do trabalho, não encontrou aquela pedra e ficou furioso. Tinha sido seu filho, de cinco anos, que a tinha perdido ao brincar com ela.



Uns dias mais tarde, regressado do trabalho, encontrou seu filho com os olhos entornados e uma dezena de pedras em cima da mesa... tinha ido ao campo procurar as pedras mais bonitas para lhe entregar…



Esse menino é o meu filho que deu umas das lições mais importantes e mais bonitas ao seu pai.
 
Afirmação do coração

Íntimas idades…separadas… procurando-se…

 
 
antemão
sabia-te,
sentia-te,
mas escondia a desilusão
de saber o futuro da gente.

ainda hoje,
o salitre da alma
emana a brisa calma
de te amar,
independente
da ácida ilusão
de nunca te chegar,
de nunca estar à altura
de te abraçar.

sabes,
amo-te,
duas palavras
que doem muito,
muito mais quando
seguem niveladas à realidade
de estar
solidamente
só.

o que me salva
é saber que estás bem.

contudo, existe dentro
do corpo
um animal sedento e carente
de carícias e arrepios,
que busca a dérmica
do teu abotoado ventre.

e já agora,
como será o toque entre uma estrela-mar e uma ave, com as tuas asas, destapadas ?
 
Íntimas idades…separadas… procurando-se…

Faguices

 
Faguices
 
 
Olho
Agora
Para o aquário
Vazio
Não deixa de ser bonito…

Mas, o que sinto
Sãos a recordações tuas
Do teu entusiasmo
Do primeiro peixinho
Da “tata tuga” como dizias na altura …
Das nossas peripécias
Com a limpeza e alimentação das criaturas

O que recordo á volta do aquário,
Sãos teus sorrisos e as tuas lagrimas,
E a nossa história a dois …

Talvez os lugares de antigamente, envelhecem e morrem da mesma maneira que a gente, apesar da imortalidade dos sentimentos verdadeiros… o importante é não desperdiçar a riqueza dos momentos e do tempo certo deles …
 
Faguices

Aprisionado numa gota de mar

 
Aprisionado numa gota de mar
 
 
As lágrimas

virgens

de calor

regressam

ao mar

lacrado

para os sonhos.



Vejam,

o que as brigas

e os silêncios

[da indiferença]

fazem nos olhos

de uma criança.



Vagas de escuridão

presas na inquietude

de marear

a mágoa.



Querida,

vamos lá

agarrar no machado

e arrombar o pombal,

é urgente

salvar

os seis braços

com a paz

para que todos

os aniversários

sejam mágicos .
 
Aprisionado numa gota de mar

Partidas

 
Partidas
 
 
Os caminhos
cruzam-se,
separam-se,
unem-se,
acabam,

começam
depois
da última
paragem.

Terminam
onde
começaram.

Caminhos…

No outro dia, caminhava
com a alma mais dorida que os pés,
olhava as árvores
abraçando-se umas às outras.

Sozinha
caminhava,

observava
as colinas de mãos dadas.

Sozinha ia.

Avistava a aliança do arco-íris,
aldeagava um pouco mais a solitária marcha,

até chegar à foz da ria.

Aí,
no cimo da minha revolta,
tinha uma multidão
de beijos
caídos em gota,
escorrendo
o som da cara.

Nesse momento
percebi
que todos os caminhos
vão dar ao mar
das lágrimas,
depois do prefácio
do último passo,
antecedendo
o marasmo
dos doces lábios
afogados
noutra face
que não a minha.
 
Partidas

A moradia mais bonita é o teu coração…

 
A moradia mais bonita é o teu coração…
 
Moras cá dentro
Feito sentimento
Doseando a pressa das horas
E os rumores do reencontro ….
Jurado no latejo dos olhos …
Na inevitabilidade
Dos pontos cardeais
Dispersos
No desassossego
Irrequieto …
Dos passos

Porem,

Há uma força contida na veia mais fina
No suspiro maior
Soprando o teu nome
Numa nortada de amor
Que não arrefece
O núcleo
Dos sonhos
Castrados
Pela distancia dos
Nossos braços
Pelos traços
Molhados de dor…
 
A moradia mais bonita é o teu coração…

Lutadores

 
 
Os heróis de bicos de pés
Alcançam o céu para nós

Cabe também a nós
Azular os seus passos
 
Lutadores

A gentileza do toque em mão

 
 
sabes
aproximei-me de ti
trazendo aquela pureza do sentir
aquela generosidade intrínseca de te fazer feliz
não queria tocar-te com o comum
próprio dos homens creatófagos

queria dar-te a melhor versão de mim mesmo
por isso coloquei à frente do desejo
a nobreza dos sentimentos
a candura do coração
a verdade
de querer dar
sem querer nada em troca
para além do teu bem-estar…

com o tempo
ensinaste-me
que existe pureza
na pele da carícia
caída no dorso

…que o gosto a murmúrio doce
se intervala na ranhura dos lábios
e num sopro mágico

…que tudo em nós
se procura num todo
o mais chegado
da nossa essência
fervilhando num abraço

…que um afago dócil
nunca poderá
ser impuro
partilhado
na mesma dimensão

…que a extensão dos nossos sentimentos
tem o gemido som
do afeto em fogo
envolvido em prazer
num amor completo
 
A gentileza do toque em mão

Há um firmamento no teu olhar …mapeando o velejar do meu coração … Há um firmamento no teu coração …mapeando o velejar do meu olhar …

 
 Há um firmamento no teu olhar …mapeando o velejar do meu coração … Há um firmamento no teu coração …mapeando o velejar do meu olhar …
 
 
Poderia escolher um milhão de estrelas,
Semeadas por Deus no céu
Para me guiar na emoção …
Mas escolho a luz do teu coração
Para atravessar a escuridão
Da solidão,
Dos passos leigos
Feridos pelo chão molhado …

Escolho a esperança do teu amor
Por mais incerto que seja
Por mais encoberto que esteja o olhar,
Escolho olhar-te,
Despido de peito …

Por mais perto que esteja o clarão de um outro amor,
Escolho fugir para longe, mais perto da dor e da tua incompreensão …

Escolho – te
Pois só há
Uma escolha …

Amar-te!
Amar-te!
Amar-te!

E se um dia,
Deixar de te amar,
É por que morri de alma e de carne …
 
 Há um firmamento no teu olhar …mapeando o velejar do meu coração … Há um firmamento no teu coração …mapeando o velejar do meu olhar …

Estatuetas feitas de letras

 
Estatuetas feitas de letras
 
Os poemas são estátuas,
Lembram-nos os feitos da alma
De qualquer poeta...
Seja poeta menino
Ou velhinho
O que importa é sua obra
E a indiscutível forma de obrar o íntimo.

Há quem “ moluge ” as palavras à realidade presente,
Quente dos instantes …

Outros insistem em trazer consigo, um passado distante,
Colhendo saudades…

Mas todos,
Todos aromam os sonhos
Escrevendo as imagens das suas falas…
Numa janela voltada para o mundo …para a arte …
 
Estatuetas feitas de letras

Gotas despidas no areal

 
Gotas despidas no areal
 
 
o mar antigo
já se vê da janela.

observo
os vazios
ocupando o areal,
ignorando as marcas
das patas
dos passos,
abafando os desabafos
das gaivotas militares.

vejo o Luto
a encher a faixa
de areia
molhada,
da mesma tristeza
que os olhos
embarcados.

um pesaroso
sinal
do roto
outono
que sabe (a)mar
no seu violento sopro.
 
Gotas despidas no areal

É preciso alma para desmurchar

 
 
essa nua cor,
que entristece a chuva,
essa cor de ruga,
amarrada de alma,
chega até aqui,
a este cais de mágoa.

menina,
levanta a cara,
enfrenta a luz com garra,
desabriga esse lindo olhar de todas as lágrimas.

levanta-te!

a vida grita por ti
do outro lado da janela,
do outro lado da porta.

neste lado,
existe um arco
para enfeitares
com a tua íris
os céus caídos
de mar.

neste lado,
esperam por ti sorrisos por abrir,
e um jardim
onde as flores
te chamam de prima…
 
É preciso alma para desmurchar

“Acredito que o céu pode ser realidade, mas levarei flores para o pai - Erotides ”