Faguices
Olho
Agora
Para o aquário
Vazio
Não deixa de ser bonito…
Mas, o que sinto
Sãos a recordações tuas
Do teu entusiasmo
Do primeiro peixinho
Da “tata tuga” como dizias na altura …
Das nossas peripécias
Com a limpeza e alimentação das criaturas
O que recordo á volta do aquário,
Sãos teus sorrisos e as tuas lagrimas,
E a nossa história a dois …
Talvez os lugares de antigamente, envelhecem e morrem da mesma maneira que a gente, apesar da imortalidade dos sentimentos verdadeiros… o importante é não desperdiçar a riqueza dos momentos e do tempo certo deles …
Lutadores
Os heróis de bicos de pés
Alcançam o céu para nós
Cabe também a nós
Azular os seus passos
A moradia mais bonita é o teu coração…
Moras cá dentro
Feito sentimento
Doseando a pressa das horas
E os rumores do reencontro ….
Jurado no latejo dos olhos …
Na inevitabilidade
Dos pontos cardeais
Dispersos
No desassossego
Irrequieto …
Dos passos
Porem,
Há uma força contida na veia mais fina
No suspiro maior
Soprando o teu nome
Numa nortada de amor
Que não arrefece
O núcleo
Dos sonhos
Castrados
Pela distancia dos
Nossos braços
Pelos traços
Molhados de dor…
Há um firmamento no teu olhar …mapeando o velejar do meu coração … Há um firmamento no teu coração …mapeando o velejar do meu olhar …
Poderia escolher um milhão de estrelas,
Semeadas por Deus no céu
Para me guiar na emoção …
Mas escolho a luz do teu coração
Para atravessar a escuridão
Da solidão,
Dos passos leigos
Feridos pelo chão molhado …
Escolho a esperança do teu amor
Por mais incerto que seja
Por mais encoberto que esteja o olhar,
Escolho olhar-te,
Despido de peito …
Por mais perto que esteja o clarão de um outro amor,
Escolho fugir para longe, mais perto da dor e da tua incompreensão …
Escolho – te
Pois só há
Uma escolha …
Amar-te!
Amar-te!
Amar-te!
E se um dia,
Deixar de te amar,
É por que morri de alma e de carne …
Escuta, linda flor ,com genes de Lisboa ...
A marulhada da alma
oiço os passos da chuva
correndo
a madrugada chegou tão
rápido
ao canto dos olhos
Depois do teu adeus …o mundo virou as costas ao sol …
O acenar das tuas mãos
Lembram,
Fósforos queimando
Na magreza dos minutos…
O emadeirado dos seus corpos…
E quando parar a imolação da sua luz,
Será o fim do sossego do escuro
Então os olhos se rasgarão dos teus
Deixando a tua imagem intacta
Como tatuagem da alma
Imortalizada no infinito do íntimo
Uma espécie de oásis largado para trás
No começo do deserto…
No início suicida do resto
Que ficou …
Se eu pudesse afinava tuas assas só para regressares… salva das tempestades…
os amores do século passado
já não podem sentir
o aperto de um abraço
a culpa é de um desgraçado
despassarinhado que te prometeu
levar ao céu e apenas te deixou
uma
pena
ao teu lado
[sinto que os meus erros
foram pesos nos teus ombros
e as promessas
flechas arremessadas por um cupido
imperito ]
e agora …?
a reviravolta
está na dança
da tua anca
ou viraste para trás
ou segues em frente
rodopiando
caminho
com os teus lindos passos ….
…mas não percas a lava do peito
nem esse jeito
de espiritar o melhor
dos nossos atos
o que fazes… fazes bem
basta ajustar o sossego ao olhar
e verás a solução
de um coração
tão golpeado
...acredito que um sorriso te acompanhará…
Papagaio-do-mar repete tantas vezes rio para se tornar doce para um amor que corre por um fio …
em tua direção
meu coração
chega ao teu lado
antes do peito
até os recados recatados
não passam dos lábios fechados
nem conseguem ser respingo
na curva do teu ouvido
por vezes junto letras às tuas letras
para que a dança dos ecos
perfume os silêncios
de vez enquanto
finjo ser folha
no teu jardim
no teu poema
no rascunho
do supermercado
e como seria bom!
ser tocado pela magia
dos teus traços …
ser tatuado por um vocábulo
nascido dos teus lindos dedos
ser pisado
pela leveza dos teus passos
Meu mano indo …
seguia o trajeto dos pássaros
fazia de conta que tinha asas nos braços
lascava as pernas
naquelas terras
de searas velhas
naquela planície
[fora da gaiola]
sentia-se ave
com pernas altas
á solta
procurando
limpar
tristezas
sem sujar a roupa
um herói
que fez
dos tombos
regressos
tatuados
de sangue posto
sorrindo
ainda
com pedaços
de terra
nos bolsos
dos calções
um dia
não chegou a tempo
do lanche
nem do jantar
nunca mais chegou
para nos abraçar
meu mano…
o herói
que mudou
o peito
de lugar
sem levar
o coração