Os ecos não são vozes nem o amor são falas
Falas como se desconhecesse
O lugar do choro e das mágoas,
Como se desconhecesse a forja
Das tuas garras.
Falas com a voz de uma tribo inteira,
Das direções certas,
Das batalhas sem derrotas,
Das derrotas que serviram
De força,
Agitadora das vitórias.
Esqueceste de falar
De todas as indecisões
Que te mantiveram parada,
De todas as lições que deste
Sem as comprovares na pele.
No fim da conversa,
A fome do peito
Sabe a silêncio
E não a amor,
Como dantes,
Quando sentíamos
Medo,
Quando um ou outro
Não chegava a tempo
De amar.
Vou-te amar até à ultima gota de luz …
Procura-se o vinculo mais forte, no céu mais estrelado,
Procura-se o regadio da lágrima mais pesada …
Mas a resposta recostei no profundo da alma …
Com a promessa de te amar …
No eterno lugar onde o tempo não tem espaço …
Poema dedicado a todas as mães que se tornaram estrelas antes de serem avós …
Poema dedicado a todas as filhas que ficaram com o coração amputado, antes de serem mulheres…
As galáxias libertam o mesmo som ...
lutas como um anjo
longe das asas
e do chão azul
então vamos lutar os dois
com o coração
batendo
um no outro
A moradia mais bonita é o teu coração…
Moras cá dentro
Feito sentimento
Doseando a pressa das horas
E os rumores do reencontro ….
Jurado no latejo dos olhos …
Na inevitabilidade
Dos pontos cardeais
Dispersos
No desassossego
Irrequieto …
Dos passos
Porem,
Há uma força contida na veia mais fina
No suspiro maior
Soprando o teu nome
Numa nortada de amor
Que não arrefece
O núcleo
Dos sonhos
Castrados
Pela distancia dos
Nossos braços
Pelos traços
Molhados de dor…
Lutadores
Os heróis de bicos de pés
Alcançam o céu para nós
Cabe também a nós
Azular os seus passos
A gentileza do toque em mão
sabes
aproximei-me de ti
trazendo aquela pureza do sentir
aquela generosidade intrínseca de te fazer feliz
não queria tocar-te com o comum
próprio dos homens creatófagos
queria dar-te a melhor versão de mim mesmo
por isso coloquei à frente do desejo
a nobreza dos sentimentos
a candura do coração
a verdade
de querer dar
sem querer nada em troca
para além do teu bem-estar…
com o tempo
ensinaste-me
que existe pureza
na pele da carícia
caída no dorso
…que o gosto a murmúrio doce
se intervala na ranhura dos lábios
e num sopro mágico
…que tudo em nós
se procura num todo
o mais chegado
da nossa essência
fervilhando num abraço
…que um afago dócil
nunca poderá
ser impuro
partilhado
na mesma dimensão
…que a extensão dos nossos sentimentos
tem o gemido som
do afeto em fogo
envolvido em prazer
num amor completo
Ainda acredito que uma Elefanta do mar pode abraçar um Lóris
Observei cada passo teu,
cada rasto de estrela
que deixaste,
emoldurei-o
com o olhar,
nas mãos,
sem pregar olho.
Apesar da lonjura dos olhares,
ainda tenho em fila
o molde de cada passo
teu,
e o seu infinito brilho
do adeus.
Deveríamos seguir o amor
quando o adeus não faz sentido
e modificar o seu destino.
Ou melhor,
o sentido contrário do amor
não pode ser a mão aberta
disfarçando o Não
com mais quatro dedos
levantados,
desunidos do coração.
Ou melhor,
não deveria existir adeuses,
só as mãos abertas em pares,
mais que preparadas
para se entrelaçarem nas costas,
assim que regressares
e tocares
no peito com o peito,
em clave.
O bicho e a ave
Prometo
não envelhecer,
a melhor parte
da tua parte,
que abrigo no peito.
Existe um segredo
para isso acontecer.
Talvez seja lembrar-te
cá dentro,
como faz
um bichinho na amora,
aproveitando as folhas
para escrever a seda da história
de uma larva que transforma
a sede da vontade
num par de asas,
para tentar acompanhar
a sua amada
no ar.
Prometo
que até lá,
nunca deixarei o coração
a falar sozinho,
longe da saudade,
perto
do grosseiro
silêncio.
Mesmo que o tempo
amadureça os sonhos,
protegerei um
capaz de atracar
o vagar
nos dias corridos,
para recordar devagar
o nascer do teu sorriso
em verde nado.
Sei
que um dia
destaparei os braços
para aquele abraço,
o mais suave
que alguém te pode dar,
independente da idade.
Até lá,
cuida da Esperança,
alimenta-a
com um pouco de "acreditar";
até pode hibernar,
mas por amor,
acorda-a
quando a tristeza
encher
o teu lindo olhar
de ribeiras e de mares.
Os silêncios dos teus vocábulos mudaram as cores das ruas
o peito afunda
a sede
de acreditar
que o amanhã
vai mudar
a esperança verde
ganha
a cor da espiga
antes de ser fendida
os olhos viram
lagos
copiando
os raios
do nosso astro
chorando a lua
tudo isto ... só porque desististe
do nosso abraço
do afago
dos nossos
gestos
tudo isto... porque o teu mundo
virou mudo
e as palavras caíram descalças
no asfalto
no itinerário
dos lábios
Janelas do fundo
Não tenhas pressa
De abrires as janelas
Como te posso
Explicar
De forma
Pura
A verdade
Existem vários mundos lá fora
Existe o mundo da natureza ´
E o mundo em metades dos seres
Possuem partes desumanas e humanas
O mundo natura
Dorme como tu
Quando as luzes se apagam
E acorda
Quando
Se acende
A luz do céu
O mundo dos seres binários
Lá fora
Travam lutas
Egoístas
E depois enviam a culpa
Em forma de raiva
Em nossa direção
Metade desse mundo
Dos homens
Está de luto
A outra parte
Não se incomoda
Ergue-se e se ensombra
Quer ser maior que o sol
Como te posso
Explicar
De forma
Pura
A verdade
Tem cuidado
Quando abrires
As janelas do coração
Não abdiques da liberdade de amar
Só por que tens medo da solidão
Vai atrás dos teus sonhos
E recorda o que o pai te disse :
- Nenhum sonho é insignificante
Só porque está dentro de ti
Eles são as sementes mais férteis
Que conhecemos
Por estar protegidas
Só temos que encontrar uma forma
De as trabalhar
Nas condições certas
Para que eles possam germinar
E se tornarem reais
Ao longo da vida
Como te posso
Explicar
De forma
Pura
A verdade
Nunca duvides do teu valor
Quando o mundo lá fora
Te fizer sentir o contrário
O verdadeiro valor
Está no modo
Como entregamos amor
Às coisas que fazemos
E não duvidamos desse amor