Poemas, frases e mensagens de JoanaMatias

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de JoanaMatias

Dança do mar

 
Dança do mar
 
Nesse palco repleto
De brilho do sol dourado
O mar convida as ondas
Para o grande bailado

Elas chegam aprumadas
Alvas e perfumadas
Com cheiro a maresia
Rindo de alegria
E o mar possessivo
Com vaidade e confiança
Arrebata uma a uma
E começa a dança

Num jogo de fantasia
De arte, de sedução
As ondas vivem eternamente
A sua grande paixão
 
Dança do mar

Ralho de mãe

 
Ralho de mãe
 
Ralha a mãe do Martinho:
- Tens o quarto num desalinho!

Zanga-se a mãe da Guiomar:
- Vi-te na rua a namorar!

Reclama a mãe da Maria:
- Chegaste tarde no outro dia!

Chora a mãe da Rosalina…
Naquela cama, imóvel
Eis ali a sua menina
Seu quarto sempre arrumado
Não pede para sair
Não vai ter namorado

Fita aquele doce olhar:
Quem me dera ter um dia
Como a mãe do Martinho
Da Guiomar ou da Maria
Uma razão para ralhar
 
Ralho de mãe

O circo da vida

 
É bom ser artista neste circo que é a vida
Encarnar personagens, construir meu destino
Sou mágico dos meus sonhos
Equilibrista das minhas emoções
Sou ilusionista e acredito nas minhas próprias ilusões
Vejo- me além do espelho, sou palhaço brincalhão
Rio-me das minhas tolices e disfarço assim a tristeza
Que atormenta o meu coração
Desafio a fera do medo com coragem e valentia
Converto as dificuldades em arrojadas piruetas
Numa deslumbrante acrobacia
Encaro as luzes da ribalta sem me deixar ofuscar
Gosto de subir ao trapézio
E bem alto voar

E se um dia eu decidir tirar a rede de proteção
E voar de encontro ao chão
Pouco me importo
Caí por amor à vida
A minha queda não foi em vão.
 
O circo da vida

Estranha paz

 
 Estranha paz
 
Naquele romper de dia
A brancura da paisagem
Denunciava a noite fria
Árvores adormecidas
Imóveis, na sua quietude
Pássaros em ausência plena
Pessoas que tardavam em chegar
Flores que esperavam a Primavera
Para o seu desabrochar
Mergulhada em estático silêncio contagiante
Uma estranha paz inebriante
Apoderou-se de mim
E eu fiquei assim
A pairar serenamente
Naquele mundo de tranquilidade
Que vai para além da realidade

Mas eis que de repente
De volta aos meus sentidos
Um corvo, dois corvos
Saltitam irrequietos
Sobre a húmida folhagem
Quebrando aquele silêncio
E a brancura da paisagem

Está de volta a cor, o som
O movimento, a alegria
É o meu regresso à vida
Que eu vou viver nesse dia
 
 Estranha paz

Viagem

 
Meu pensamento ziguezagueia
Entre o passado e o presente
Entre a tristeza e o estar contente
Entre o parar e o ir em frente

É longa a viagem!

A estrada enfadonha
Acinzenta a minha alma
E remete-me para a paisagem
Vêm ao meu encontro
Extensos campos de estio
Outrora restolhos dourados
Hoje de verde inundados
Dos extensos olivais
Que lembram, de certa maneira
Uma nova invasão
Vinda de lá da fronteira
Ferem o meu olhar
Marcas de luto e tristeza
Salpicos de maldade humana
Vestem de negro a natureza
Surgem no alto os castelos
Símbolo da nossa história
Que nos fazem regressar
A um passado remoto
Pleno de honra e glória
São exemplo de bravura
Resistência e coragem
Que nos faz acreditar
Que vale a pena a Viagem

Rumo ao sul...
 
Viagem

Invasão

 
 Invasão
 
Do alto do pedestal
Dessa serra de encanto
Deitada num verde manto
Vejo ao longe o horizonte
De azul celestial
Fecho os olhos,
Ergo o rosto
Sinto a brisa no ar
Embalo-me no coro das ondas
E dou comigo a pensar:
É o mar que invade o céu
Ou é o céu que invade o mar?

Imagem da Serra da Arrábida(Google)
 
 Invasão

Momento

 
Momento
 
Nasce um novo ser!

É o momento!
A mãe natureza
Exulta de alegria
E com sabedoria
Lança o sinal, o alerta
E tudo desperta
Tudo funciona
Tudo mexe, tudo gira
Tudo se redimensiona
O espaço está criado
O novo ser é chegado
Peça única, necessária
Encaixa na perfeição
Na engrenagem da vida
Grande puzzle em movimento

E começa a sua missão
A partir desse momento
 
Momento

Retrato

 
Conheço um pequeno menino
Criança alegre e feliz
Brilho no olhar de petiz
Quero ser dona do teu destino

Menino ingénuo, menino puro
Teu sorriso um poema
Teu destino amargo e duro
Tua alegria teu lema

Ofereces em teu redor
Beijos que sabem a mel
Entre abraços apertados
Uma vida que sabe a fel

No teu mundo de pureza
Não cabem ódios nem guerras
Alegria em vez de tristeza
Sorrisos que tocam as estrelas

Com essa alegria infinita
Que eu quero partilhar
Enriqueces a minha vida
Com o amor que tens para dar

Pobre menino inocente
A pobreza não te intimida
A vida não te sorri
És tu que sorris à vida

in "Personagens Escolhidas"


Quando as desigualdades se esbaterem, os preconceitos desaparecerem, os valores se enaltecerem,aí sim, é NATAL!
 
Retrato

Menina Mulher

 
Menina Mulher
 
Num corpo de mulher
Vive aquela menina
De olhar doce mel
Sem lei nem doutrina
Não ama, não odeia
Quem ao mundo a deitou
Menina mulher
Que a maldade do mundo
Não contagiou

Menina mulher
O que quer da vida
A idade que tem
Não sabe ela
Não sabe ninguém

Menina mulher

(Imagem retirada do Google)
 
Menina Mulher

Noite

 
És farra, és folguedo
És trabalho, és cansaço
És escuridão, és medo
És amor, és ternura
És solidão, és tristeza

Ou simplesmente
Inabalável fortaleza

Sabes ouvir, sabes guardar
Ensinas a ponderar
E nos dias mais cinzentos
Meu refúgio, companheira
Encontro-me comigo
És meu porto de abrigo
Confidente, conselheira
Aconchego-me em teu regaço
Apertas-me com teu abraço
E assim, nessa calma infinda
Nessa paz que me arrepia
Recarrego de alento
Para o começo de um novo dia
 
Noite

Pedido

 
Pedido
 
Acordo pela manhã
Olho o mundo à minha volta
Sinto a ânsia de sair
De falar… De saltar…
De viver … De sorrir…
Empresta-me as tuas pernas
Eu quero dançar, dançar
Empresta-me os teus braços
Eu quero voar, voar
A metade de mim que a vida não alcançou
Tomou-me como refém
e assim me mantém
sedenta de liberdade,
Empresta-me as tuas pernas
Eu quero dançar, dançar
Empresta-me os teus braços
Eu quero voar, voar
Esta vida que pulula no meu peito
me sufoca, me domina, me transcende, me fascina
É a outra metade de mim
Que me grita que me empurra
Que me impele para a luta
Que me solta as amarras
Da imaginação
E me liberta desta prisão
Empresta-me as tuas pernas
Eu quero dançar, dançar
Empresta-me os teus braços
Eu quero voar, voar
Empresta-me o teu sonho
Porque eu quero sonhar, sonhar,
… sonhar
 
Pedido

Largo da Praça

 
Largo da Praça
 
Quando para ti olho
Apetece-me ser o pintor
Da tela que ninguém pintou
Retratar tua beleza
Que o tempo não desgastou

Laranjeiras e limoeiros
Viçosos no seu esplendor
Emolduram-te de harmonia
Em mistura de cheiro e cor
As crianças em correria
Entre brigas e risadas
Futebóis e apanhadas
Enchem o quadro de alegria
Passam casais de namorados
Alguns bem atrevidos
Não querem ficar na tela
Procuram ninhos mais escondidos

Os bancos de madeira
Antigos mas renovados
Carregam a nostalgia
De rostos outrora jovens
Hoje gastos e cansados
Nessa sua travessia
Pelo tempo que já foi seu
São testemunhas fiéis
De que ao velho Largo da Praça
Coube o mais nobre dos papéis

Com pinceladas de luz
Cenário de emoções
És a sala de convívio
Entre as várias gerações

Porque os símbolos da nossa terra são raízes
que a ela nos prendem < para sempre >
 
Largo da Praça

Vazios

 
É sempre assim…

Na hora da partida
Disfarçada de alegria
Vem uma estranha sensação
Que me invade o pensamento
Entra dentro do meu peito
E me causa sofrimento

São os vazios
Vazios que ficam
No coração da gente
Vazios que partem
No coração dos outros

Feridas que doem devagar
Que só o sábio tempo
Consegue cicatrizar
Desvanecer, preencher
Com outros rostos, outras vidas
Que à minha vão pertencer

São vazios que ficam em mim…
E cada ano que termina … é sempre assim!

Julho 2012

Gosto de comparar cada ano letivo ao pôr-do-sol:sempre diferente,sempre inesquecível!
 
 Vazios

Flor amarela

 
Flor amarela
 
O amor é uma flor amarela
Que tu pões à janela
Para o sol beijar
Sempre que desejar
Para que possa crescer
E nunca a vires a perder
Não te esqueças de a tratar
Com a seiva do carinho
A luz da lealdade,
Fertilizante natural
Que é a amizade
O vaso deves encher
Com terra da compreensão
Que há no teu coração
Assim…
A tua flor amarela
Será a flor mais bela!

E um dia…
Pura magia!
Olha a tua flor amarela:
Que lindo fruto nasceu dela!

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Flor amarela

O despertar

 
 O despertar
 
O sol chega…
De mansinho
Traçando o seu caminho
E acorda com um beijo
A serra que eu vejo
Ao longe a verdejar

Não resisto, quero lá estar
Quero sentir o novo dia
Que o canto das aves anuncia
Quero pedir-lhes ao ouvido
(não sei se faz algum sentido)
Que trinem muito baixinho
Não perturbem seu vizinho
Lá de baixo, que é o mar
Não vá ele acordar mal disposto
E dar-nos o desgosto
De estragar a harmonia
Daquele despertar

Imagem Google(Serra da Arrábida-Setúbal)
 
 O despertar

Contradições

 
Hoje, eu não quero ver o sol
Sei que ele lá está
Em todo o seu esplendor
Cheio de luz, cheio de cor
Repleto de vida para dar
E aquela minúscula fresta
É tudo o que lhe resta
Para me alcançar
Mas hoje…
Eu não quero ver o sol
Sinto-me invadir
Por uma estranha forma de sentir
Quero correr o mundo
Com vontade de ficar
Dou por mim a sorrir
Com vontade de chorar
Contenho o meu grito
Com vontade de gritar…

Emoções em turbilhão
Se apoderam de mim
E me deixam assim
Minha mente em desassossego
Numa grande confusão
Baralha - me os sentidos
Este querer não querer
São tantos os meus dilemas
Não consigo me entender
Resta-me …
Viver intensamente
As minhas contradições
Dúvidas, inquietações
E amanhã, talvez
Determinação e coragem,
Façam parte do meu rol
E então...
Bem alto eu gritarei

Hoje, eu quero ver o sol!

Há dias assim...
 
Contradições

Regresso

 
Regresso
 
Levo na bagagem
Saudades que lá quero deixar
Da minha casa, da minha gente
Da minha infância, do meu presente

Cada regresso é único
Carregado de emoção
Sentimentos em turbilhão
Me invadem, me dominam
Me preenchem, me fascinam

Ao ninho que foi seu berço
Sou ave que quer voltar
À procura de alento
Até ao novo regressar…
 
Regresso

Recordações

 
Meu corpo verga, abandonam-me as forças
O peso dos anos, há muito que chegou… e ficou
Neste pedaço de gente ressequido e gasto
Morou outro ser que eu já não sou
Sonho. Avisto dentro de mim
Uma jovem sem idade, primavera florida
Gargalhadas, amores efémeros
A correr de encontro à vida
Nos olhos, o brilho da esperança
No futuro que já passou
No tempo…resta a lembrança
Lembrança que o tempo não apagou
És tu, audaz fantasia
Meu porto de abrigo, salvação
Na descida vertiginosa, desalento em contramão
Rompendo as fronteiras do tempo
És tu que me agarras
És tu que me devolves
Ao meu dourado pretérito, oceano de alegria
És tu, audaz fantasia
Devaneio, irreal, ilusão? Pouco importa!
Neste meu entardecer, em que o ocaso não demora
Meu alimento é de emoções
E tu, audaz fantasia
Dás sentido ao meu viver
E fazes-me acreditar
…nas minhas recordações
 
Recordações