Rasgar as páginas da vida
Sensação de estar ofegante
Não consigo ter fôlego
Para te trazer surpresas
Para sentires feliz
Sinto-me perdido
Por estes labirintos sem saída
A minha alegria se está a dissipar
Estranhas-te pelas minhas palavras de mágoa
Angustiado pelo mundo
Exausto das ilusões
Pelas paixões e materiais de interesse
Rasgar as páginas da vida, tentar esquecer o passado
Um acontecimento, um pensamento
Arranjar reacções de trazer outra dinâmica
À minha vida, parecendo perdida
João Mendes
Assustador e macabro
Noites tão geladas e muito negras
Lua se esconde por trás das nuvens
Andar por caminhos bem estreitos e escuros
Dizia-se que estavam assombrados
Segui em frente e não olhei para trás
Á medida que ia avançar ouvia-se barulhos estranhos
Estava-me deixando assustado
Meu coração batia com intensidade à razão do medo
Ouvia vozes como se tivessem a falarem me ao ouvido
Via sombras a andarem pelos bosques
As nuvens dispersavam-se, a lua se mostrava a sua luminosidade
De repente uma figura sinistra me apareceu a minha frente
Estava possuído queria-me matar
Fugi, voltei para trás
Vozes se transformaram-se em sons distorcidos
Como se tivessem a gritar, bem arrepiante
Consegui escapar daquele caminho horroroso
Refugiei-me na cidade, escapando daquilo tudo
Andava pela avenida, imaginar aquilo tudo
As pessoas olhavam para mim de uma forma estranha
Sentia-me perseguido pelo mau olhado
Estanquei-me num lar bem simpático procurar a paz
Pelo mundo fora
Quero percorrer sozinho
Pelo mundo fora
Viajar pelos sete mares
Ou talvez sobrevoar continentes
De momento não tenho nada
Que me faça ficar preso
Numa terra aviltada
Quero-me sentir livre
Vou correr até ao horizonte
Vou correr em direcção ao sol
Deixar para trás as complicações
Vou seguir até aos planaltos respirar a pureza
Andar à deriva,
Pelos desertos de África
Aventuras magistrais
Que ficará nas minhas memórias
Amor Desprezado
Histórias simples, histórias marcantes
Pela minha pré-adolescência infeliz
Eu me lamento pelas minhas parvoíces
Saber que nessa altura podia mudar tudo
Fui desprezado pela minha roupa
Rejeitaram-me pelas minhas palavras
Odiaram-me pela inocência que eu tinha
Dei tudo mas o meu amor era desprezado
Em grandes letras escrevo ÓDIO
Que agora sinto pelo meu passado
Não consigo apagar o que me fez sofrer
Amor desprezado pelas minhas mágoas
Facas de cupido fizeram-me chorar
Por aquilo que eu mais desejava
Não nasci para amar, não nasci para sonhar
Cresci para ser odiado pelas minhas qualidades
Frio
Frio, muito frio se sente
Agasalhos de cachecol e de casacos,
Vento gelado se faz arrepiar
Desejos do seu doce lar, bem confortável
Ruas desertas durante a noite
Imóvéis e pálidas
Cama que nós lá vamos para ela,
Conforto e aconchego nós queremos
Uma pinga de água cai no chão
De uma pinga a várias
Lá se cai a chuva com intensidade
É hoje que eu quero,
Dormir descansadinho no meu quarto
Viagens
Viagens sem fim
Encantos aos teus sussurros
Corremos pelos campos fora
Afastar-nos das cidades
A nossa história não tem fim
Pausas nos nossos contos de amor
Nos deixa mais forte, nos traz saudades
Do nosso primeiro contacto, nosso início
Viagens pelas cidades,
Já não fazem sentido
Hipocrisia e ruídos perturbadores
Deixaram de ter as nossas aprovações
Vemos o céu estrelado
Grilos em coro, um louco cântico
Quero viajar até ao universo
Quero viajar ao teu lado
Anjo caido das nuvens
Noites vindas da escuridão
A lua ilumina a terra,
Algo que veio do céu
A sua figura era como um humano
As suas asas eram grandes,
Como uma ave de rapina,
Que sobrevoa pelos bosques...
Mas quando te vi de perto,
Eras sim, um anjo cáido das nuvens
Oh meu anjo salvador!
Levai-me desta terra que me avilta
Fazei com que eu seja livre
E poder deixar as minhas nostalgias
Mas ergueste e partiste,
Deixaste-me no meio destes campos
E fizeste que eu refletisse,
Que também posso libertar-me,
Das injustiças e da ruindade
E ter a minha própria personalidade
Sem viver aos pés das riquezas do mundo
Gota que caía do céu
Um dia de Dezembro
As nuvens cobrem o céu
Ventos vêm de África
Ar morno se sente na pele
Eu questiono a mim mesmo
Inverno onde estás tu?
Caiu uma gota do céu
Da primeira, vieram várias
Que até começou a chover torrencialmente
Entre as nuvens cinzentas
Sai um raio em flecha
Um trovão que estremece,
Com o seu grandioso som
O dilúvio correria,
Pelas montanhas abaixo
Um grande odor que vinha,
Da terra húmida
Um cheiro vindo da natureza
Riachos que passavam
Águas completamente limpídas
Última gota que caía do céu
Viria uma grande ventania
Escuridão
Noites geladas e negras
Corujas pousadas nos ramos das árvores
Perseguição além destas coisas
Sítios sombrios tenho andando a circular
Oiço choros vindo das suas casas
Sofrimentos constantes à razão do medo
Silêncio absoluto pelos cantos das ruas
Vendo a escuridão à sua volta
Vento se solta um assobio
Seus sepulcros iluminados pelas lamparinas
Insuficiente para clarear este local escuro
Neutraliza-me o meu sofrimento
Neutraliza-me o meu sofrimento,
Quero ser aquele que segue,
O rumo do além,
Escrever as minhas metáforas
È andar no mundo da fantasia...
Mas não quero iludir-me com o negro
Pois a escuridão já está em mim,
Andaste para me deixar,
Um obstáculo completamente só...