EM SUAS MÃOS
Em suas mãos
Você me acena
Mas não me toca
Procura-me
Faz um gesto
Chega bem perto
Eu gosto
Depois foge
Num relâmpago
Pelas suas avenidas
Como se fosse um raio
Consome-me
Bem depressa
Depois some
E em cada ida
Transporta-me em pedacinhos
Para seu ninho
Devora-me
Vou cedendo
Dou-me, e percebo.
Suas mãos
Cheias de malícias
Deixo me levar
Por suas carícias
Meu corpo desejoso
Do seu tocar
Criando fantasias
Nos olhos a decifrar
Lateja singular
Famintos sentimentos
Meu coração viciado
Segue seus vôos
Rasantes
Do seu rosto
Exalantes do bom perfume
A me ungir...
Márcio de Oliveira
05/04/2011
Cifrado
Cifrado
Meu coração dedilhando as cordas
Fora de ritmo, descompassado.
Bate desafinado e não treme.
Sufocado em sustenido dentro do peito
Silenciosa canção desperta
Alma do corpo desprendendo
Acordes devorando os sentidos
Transportada deixando sétima em dó
Pautas sincopadas derivando
Lágrima doce com clave de sol maior
Notas molhadas na face deslizando
Emoções calculadas em dádivas
Paixões desfilando ares
Atirados em vendavais certeiros dardos
Vence a razão debatendo o amor.
A sorte deságua pelas veias
Esperança derruba o castelo
Onda sonora declinando
Seus passos decorando a areia...
Márcio de Oliveir@
18/05/2011
"A vida cifrada ou decifrada, sempre será um enigma..."
APEDREJADOS
(Dueto)
Lindos olhos dependurados nas cortinas
Corações quebradiços, taças de cristais.
Paixões movediças, décor dos vitrais.
Inerva a alma em suas janelas
Induz meu universo... (Márcio)
Paixões são como ventanias,
Das chuvas torrenciais.
Efêmero encantamento,
Eterno tormento,
Açulando o reverso...(Susely)
Meu coração é alvo fácil
Lança seu dardo, acerta-me no peito.
Não será fácil desfazer deste amor quebrado
Cada fragmento calcificado
Um novo amor é solidificado...(Márcio)
Sonhos ferozmente apedrejados,
Desorientados elos que desatam.
E fustigados talvez pressintam,
As emendas dos remendos,
Deste coração alado...(Susely)
Brada tímida voz, coração...
Solta as suas sonoras cordas
Engenho sorridentes de luz, vôo da lua.
Refina... Sob o véu da noite nua
Estilhaços das paixões, presos nas retinas... (Márcio)
Soluça um canto adormecido,
Revira no leito amanhecido,
E em teu último suspiro,
Escreve sobre o papiro,
Que o melhor da vida é amar! (Susely)
Susely & Márcio de Oliveira
07/01/2011