DEIXA-ME DIZER-TE (TUDO)
Deixa-me dizer-te
Porque sorriem as orquídeas no Outono
Se me aqueço do teu corpo no Inverno
No paraíso a dois só tu és meu dono
Só no teu peito encontro o calor (e)terno.
Deixa-me dizer-te
Todos os passos de fogo que dá a Lua
Quando serpenteias louco pela minha pele
E te vestes da minha carne (a tua) nua
Se lavo o sorriso nos teus olhos de mel.
Deixa-me dizer-te
Porque só enlaço as minhas mãos com as tuas
Se nossos lábios se juntam num poema maior
Sempre que estou perto e nos meus braços suas
Gritando à tempestade não há sensação melhor
Deixa-me dizer-te
De que cor pintei as águas do Rio Mondego
Pela pureza ruiva que roubei ao teu olhar
No teu leito sinto o doce aconchego
Onde não me perco, só me sei encontrar
Deixa-me dizer-te
Corrigi o itinerário das minhas asas
Ao encontrar um voo de sol em teu redor
Ate(e)i a nossa paixão em plenas brasas
E no teu ventre tatuei a palavra amor
Deixa-me dizer-te
Não é coincidência ouvirmos a mesma canção
O que nos rodeia é mais do que terra, é (a)mar
Nunca te negarei o bater do meu coração
Porque só tu sabes como o completar!
Deixa-me dizer-te TUDO...
Num (só) verso mudo.
27.02.2012
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JESSICA NEVES E CARLOS VAL - HOJE SÓ AS CINZAS SE VESTEM DE NÓS
Hoje só as cinzas se vestem de nós
No regaço trazes os meus olhos em cruz
Só a noite sabe de mim
Despe(de)-me do teu amor
Se existiu sol, existe (ar)dor...
Empoleiro-me nos teus cabelos
Embebedo-me com o cheiro da pele
A rasgar o fogo lento
Que me cospe em tiras desalinhadas
Desço aos teus pés
E interrogo a maré de sal
Presa ao meu leito
Num cálice de vinho tinto…
Afogado em lençóis brancos
Os rios falam-me deste regresso
Onde pernoito neste céu incompleto
Que trago nas estrelas dos teus olhos
E o branco aveludado onde me deito
Ressuscita o mel dos teus lábios
Ainda que o cálice já esteja vazio…
Hoje cultivo jardins próximos do mar
No salitre acetinado do tempo
E um dia…quem sabe?
O tempo se lembrará de nós…
22.07.12
1ºLugar CONCURSO POESIA APPACDM - O TEU SORRISO... UM POEMA
POEMA VI CONCURSO POESIA APPACDM SETÚBAL "COMUNIDADE ESCOLAR"
O teu sorriso
É o brotar de uma flor
O brilho encantado da noite
O nascer de um novo dia
A esperança de uma luz acesa
Que me traz a alegria
E leva para longe a tristeza
O teu sorriso…
Um poema
Só o teu sorriso me seduz
Nele vejo a vida
De olhos fechados
Num tocar de lábios
Intensos e delicados
O teu sorriso…
Um poema
O teu sorriso
É a chama do meu corpo
É o meu íman de eleição
É aquilo que me alimenta
O espírito e o coração
O teu sorriso…
Um poema
O meu coração diz
Que tu apenas sorris
Porque sabes
Que o teu sorriso
É tudo o que preciso
Para me manter viva
O teu sorriso…
O maior poema
12.10.11
Alexandra Vasconcelos (pseudónimo)
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Reparto este primeiro lugar com todos aqueles que se orgulham com este saboroso passo na ainda curta mas tão desejada longa caminhada.
Um sincero muito obrigada a todos os que me apoiam e me lêem diariamente.
OBRIGADA!
Queria ainda felicitar a organização do Concurso pela iniciativa e também todos os participantes e desejar que este evento se realize por muitos anos.
Especial agradecimento à D.Nanda que tornou este acontecimento possível :)
Jessica Neves
(SEI QUE) EXISTES
Sei que existe
Uma rosa rubra desabotoada pela primavera
Num piano dedilhado ao compasso suave
Como cálice em fogo sugado por uma fera
Ascende ao gemido incendiado duma ave
Sei que existe
Uma valsa ensaiada a um canto da sala
Iluminada por uma vela em pranto ardida
No poema qu’em meus lábios nunca se cala
Quando a fome é fugazmente combatida
Sei que existe
Espalhado em teu corpo o aroma a incenso
Resgatado na mata viva dos meus encantos
Onde estão reservados desejos que penso
Serem para ti diferentes de outros tantos
Sei que existe
Uma pele de cetim embrulhada na minha
Num presente recebido de braços abertos
Que conduz o nosso amor numa só linha
E embriaga os sonhos em nós despertos
Sei que existe
Um leve sorriso com a porta entreaberta
Que insiste em não se querer esconder
Avistando a lua cheia pelo céu descoberta
Logo espreita arrebatado até amanhecer
Sei que existe
Um mar que me ladeia incandescente
Em que a paixão se inunda sem fim
Onde só tu existes simplesmente
Em cada fragmento único de mim!...
31.12.11
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Desejo a todos um ótimo ano 2012 e agradeço todo o carinho e íncentivo à minha escrita no ano passado :) *
(CONTRO)VERSOS DE OUTONO
Em plena noite soalheira de Outono
As folhas caídas afrontaram o sono
O teu corpo pediu esmola ao meu
À minha porta dormente bateu
Abriguei-te ao aconchego da lareira
Cheguei-me perto, à tua beira
Amei-te ao calor das mãos entrelaçadas
Em arrastos de pele carenciadas
Resmunguei condensada no teu olhar
Ousando o nosso amor em versos abafar
Versos soltos lapidados de pura paixão
Que abrigo num sopro do meu coração
Se a tempestade chorona desata
As árvores arrepiadas
Se as folhas secas
Estão prestes a ser calcadas
Se o berço da noite é o colo do dia
Irrelevante é descortinar tudo isso agora
O nosso relógio ainda marca a mesma hora
Os calos curados brotam de alegria
Amor, despreza o tempo lá fora
O nosso relógio ainda marca a mesma hora
Mantém-te assim radiante a sorrir
É só isso de ti que quero sentir!
15.11.11
O meu blog em:
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O POEMA QUE NÃO TE LI
Não penses que me esqueci de ti.
Não esqueço que um dia ao teu leito pertenci
Um dia de cego e quente amor (tão tua) me perdi…
Na noite em que roubei o sol e me vesti
Ao teu íntimo murmurei e pedi
Leve, que me deixasses possuir-te, desci
Breve, soltei-te as vestes, renasci…
Não esqueço a flor de lótus que para o teu sorriso colhi
Numa era em que só aos teus olhos me (p)rendi
Partilhei, vivi, amei, sorri, chorei, aprendi
Tanto mendiguei nos teus braços
Tanto superei a tempestade
Quisera eu o calor daqueles abraços
Para navegar no mar em liberdade…
Não, não penses que me esqueci de ti.
Tanto que eu pedi para voltares
Tanto eu pedi para me amares
Que importa se dos olhos salgam gotas?
Se tu olhas e finges que não notas?!
Morreu-me ao canto dos lábios o poema que não te li…
No dia em que me esquecer de ti
Quando me faltar a palma unida
Meu amor, quando me faltar a vida
Morri.
07.03.2012
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VERSOS DE AMOR NUNCA SERÃO DEMAIS
Todas as palavras podem ser banais
Mas se um dia em meu peito habitou um cardume
Versos de amor nunca serão demais
Mesmo quando resta só um rumor do teu perfume
Esta saudade de ti, esta distância
Dos teus lábios perdi o gosto
Do teu corpo esqueci o mosto
Quisera eu combater esta ânsia…
Perdi até o luar d’Agosto
Tinha tanto p’ra te dar
Já não há folhas de rosto
No fogo aceso dum olhar
Não (es)corre mais o rio Tejo
Com as mãos ainda te desejo
Todas as palavras podem ser banais
Versos de amor nunca serão demais
Deixa-me comtemplar-te
O instante só dum sorriso
Para de seguida amar-te
Neste nosso laço impreciso
Meus olhos há muito que esqueceram a cor
Alguma vez tinhas desfeito em pó uma flor?!
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CEIA DE AMOR
Desencantei dos teus olhos
Perfume no ventre da escada
Embriagada em nossos folhos
Ondas em plena praia rasgada
Conchas embebidas na areia
Entre um beijo desapertado
Abanca o tempo de lua cheia
Em tons azul do céu dourado
Corre fogo lento da cascata
Desenfreada de tanto riso
A tempestade fugaz desata
Em cada corpo, um sorriso
Chovem luzentes alianças
Com cheirinho a alecrim
Ingenuidade de crianças
Pimenta, canela e jasmim
Ceia d’amor em praia
Extasiado sopro do vento
Roda viva solta em saia
Carne unida pelo momento
14.12.11
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ESBOÇO DE SAUDADE
Enfeitiçada pelo breu da noite
Esfumaçava o cachimbo
Enquanto bebia o licor da vida
Humedecia o rosto de afinidade
Lembranças inquietas
Do esboço da saudade
O meu olhar colheu diamantes
Esboçou um sorriso breve
Por longos instantes
No breu da noite
Caíram flocos de neve
Padecias tão leve…
A dor sossegou.
Algo te trouxe
E não mais te levou
Por amor
Nada de mim te arrancou.
18.10.11
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DO(RM)ENTE
E se minha alma ao compasso da carne ferve
Mordo a língua em cegas tiras de inquietação
Doença triste que o deserto sombrio me serve
Só um corpo amorfo me cabe na palma da mão
Sou renda desafinada tentando arranhar sedas
Ferida incurável em pele do(rm)ente
Aos olhos em cinzas ardendo entre labaredas
Quisera eu um dia neste mundo ser gente
Oh quimera ingénua, pureza de criança
Entre montes e vales havia um olhar risonho
Soltava-se a voz em timbre de esperança
Porque é que acordei daquele belo sonho?!
Arrepia-se a garganta, tenho foles nos dedos
Vendaram-me os olhos, tropeço nos meus medos.
20.02.2012
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