Rosamar " By Eugénio Trigo & Cina De Moura"
Os
teus
seios
Abro neles as
janelas
os
lagos de cânfora de uma
lua
as
estrelas em
degraus
no
Sol
diamantes os
rios
Suaves
Bebo nos teus
Lábios
Amor
No
teu
coração
com as luvas nos dedos
as lágrimas cortam
as
Rosas
A lua
o seu gosto de nascer entre as
Flores com as
crianças em pequenos barcos
de seda
Agora que
partes
as linhas dos balouços
são cravos em
Mim
Uma
pedra de ouro toda num
agrafo
arrancarei
aos cristais que me
cegam
Nunca
das
tuas mãos se
desfaz
a
estrela que te
Pedi
Amor
O
destino é verde nas penas
Todas
as flores saem-me
do
coração
Para Longe
Nos poentes Nas
tuas mãos
Antes que
Partas
Amor
Selada mirada
Na almofada do meu
berço.
Foi um prazer imenso fazer este dueto com o meu querido Poeta Trigo. Obrigado Eugénio por quereres repartir a tua misteriosa poesia com a modesta da minha. Me sinto honrada!
AMIZADE MAIS ALÉM...
AMIZADE MAIS ALÉM...
Eu vejo o mundo mais além ...
Tento desfrutar ... nem que seja a mais pequenina pedrinha no meu caminho.
Tudo é lindo e maravilhoso...
Mas saber que alguèm mais além existe é ainda mais extraordinário.
Alguém que pensa em mim...
Alguém que deseja meu bem...
Alguém que reza por mim...
Alguém que tem sempre a mensagem certa na hora certa...
Alguém que nunca me viu...
Sim, isto é que é digno de se chamar maravilhoso, extraordinário!!!
Como uma paisagem radiante de luz que vai mais além de explêndida...
Uma amizade de carinho e conforto, limpa e sem esforço.
É o mais lindo sentimento que habita este planeta.
JUST HOLD ME... ( Abraça-me somente...)
Just Hold Me...(Abraça-me somente...)
Just hold me… My darling…
Não me perguntes porquê... somente abraça-me.
Não quero falar, não quero escutar
Só quero sentir me aconchegada nos teus braços.
Dá-me o teu colo meu amor
É só isso o meu querer
Me sinto triste... perciso de me recompor.
Só quero ser embalada com a música do teu ser.
Just hold me…Tight…
Nesta noite fria
Onde me sinto perdida sem valor
Neste dia sem sentido só sinto horror.
Abraça-me forte
Aconchega-me no teu porte
Muito, muito forte...
Dá-me o teu ombro quero chorar consorte...
Agarra-me forte meu amor
Quero te sentir... teu calor
Não digas nada sê só o meu consolador
Nesta noite cheia de dor
Just hold me tight, my darling!
Amores Lá do Alto da Serra...
Ai, os amores lá do alto da serra...
Inocentes, brincávamos á apanhada numa oportunidade de podermos nos tocar...
Lá do fundo se ouviam ecos buzinar até os calhaus vibravam com tanta exaltação.
- Ó João já foste buscar o pão?
- Maria vem comprar a sardinha...
Inocentes nos riamos em gargalhadas mistas sorrateiras e maliciosas.
Então gaiatos como éramos, gritávamos: - Ó Maria já não compras sardinha se acabou só se quiseres farinha.
- O João não foi buscar o pão anda no jogo do pião.
Como raposas matreiras, enganadoras nos riamos até as lágrimas nos correrem cara abaixo.
Então tu muito sorrateiro com cara de anjo que não partia prato, agarravas a oportunidade com unhas de gato. Secavas minhas lágrimas com a palma da tua mão.
Descarado numa corrida me roubavas um beijo dos meus tenros lábios, deixando um sabor a pouco e chorar por mais.
Sobre as carumas de pés descalços eu corria atrás de ti: - Seu atrevido manhoso, quando te apanhar já te digo.
- Apanha-me então que te dou outro.
Eu corria ladeira abaixo com minha saia verde voando á brisa do vento.
- Grande descarado! E se eu disser ao teu pai?
- Não dizes não. – Digo sim...gritava eu já sem fôlego.
- Tu sabes bem o que vai acontecer se disseres alguma coisa. As nossas brincadeiras d’ apanhada se acabarão, dizia ele todo sorridente olhando para trás com aquele olhar doce de petiz sabedor.
Eu sentindo-me derrotada me ria por dentro sabendo que ele tinha razão. Eu até gostava daquelas loucas aventuras dele. Aqueles doces beijos me faziam cócegas na barriga eram como borboletas livres voando por tudo quanto é canto dentro de mim. Lá ia ele até ao rio... tinha de ser... lá tinhamos os melhores momentos... entre nadar... salpicar água um contra o outro... coleccionar pedras entre outras mil e uma coisa, tudo á imaginação dele.
Quando o sol já se via pôr lá por detrás da serra , estávamos derrotados de tanto divertimento. Nos deitávamos sobre o manto verde onde testemunhamos vezes infinitas formas inimagináveis de flocos brancos voando pelo céu a fora.
Que lindos momentos de ternura e inocência aquela... ele era o príncipe dos meus sonhos, o meu herói...
Só quando cada um ia para seu ninho me dizia ele baixinho: até amanhã princesa das minhas loucuras...
Eu me sentava á porta de casa quando o céu se enchia de diamantes, relembrando o dia de aventura passada e pedindo a cada diamante mais um dia do apanhada com o principe dos meus sonhos lá no alto da serra.
DOCE UTOPIA DO VERSEJAR ( Dueto)
DOCE UTOPIA DO VERSEJAR ( Duetos)
Escuta, observa, sente, na distância, que lindo está o horizonte!
Ouves o chilrear dos pássaros?
Eu penso que serão...
Poetas a cantarolar, mística poesia, para animar nosso lugar.
Vês aquelas borboletas livres a esvoaçar?
Eu julgo que são...
Disfarçados anjos em diversos mantos,
Diversificando suas vestimentas, mas que tudo é um só.
Sentes o perfume do vale vermelho?
Eu sinto...
Papoilas a dançar misticamente,
Largando sem pudor sua modesta fragrância.
Observa agora o azul do céu e do mar,
Distingues o princípio e o fim de um e de outro?
Eu vejo...
Um só, unificado significando ribalta de paz.
Sabes que mais vejo neste remoto horizonte?
Sinto algo...
Um existente, sexto sentido, ouço e vejo as mil cores do teu sorriso, cascalhar...
Será tudo minha visão, uma utopia, o meu sonhar?
Utopia? O sentir do poeta com seu verbo pintar
Uma tela na composição do que pensa ser...
Do que julga que é...
Do que sente e ver...
No todo do mundo a realçar, o belo da rotina
O extraordinário que salta a sua retina
Que se coloca a mapear o seu mundo e o do outro
Num resultado que só na arte salta ao olhar...
E se sonha alto e faz a alma brilhar
Põe maior realidade nos seus versos
Onde viu e sentiu a natureza, de si, se aproximar
E viveu aquele encontro indefinido entre o céu e o mar...
Símile do conflito da alma no dualismo a pairar
Entre tantos entes habitantes de terra, céu e mar
Anjos a cuidar de aves, flores, terra... Natureza e lugar.
Tudo num sorriso... Seria isto a utopia de cada versejar.
Alcina
USA (29.07.2009
Ibernise
Indiara (Goiás/Brasil) 31.07.2009
NOITE FATAL
Noite Fatal
(O Leito decorado como num conto fadas...)
A brisa se sente leve e suave . As cortinas dançam á deriva velando a lua cheia.
Em fascos de cristal se encontram pequenas luzes com aroma a ervas doces.
A única iluminação naquele quarto de paixão.
Os lençois brancos de cetim reluzem com semelhante luz.
A sinfonia dos grilos se mistura nesta sedução romântica.
Dois copos de cristal repousam ansiosos nesta sedução prestes a começar.
Esta noite te...
Quero entre meus braços
Quero sentir teus beijos na minha pele macia de perfume de orquídeas.
Quero sentir o ritmo do teu coração aumentar com tanta paixão.
Quero ouvir tua respiração acelerar com a emoção.
Quero viajar ás estrelas e nelas brincar.
Quero estar perto da lua a tal que se chama Lua de Mel.
Quero que esta noite seije fatal.
( O jogo da sedução começou... te enamoro e te enrolo...)
Chegas á porta do quarto e ficas paralisado.
Não sonhavas com semelhante acontecimento.
Teus olhos se encontram com os meus.
Te deixas cair num sorriso de garoto maroto.
Ias dizer algo mas te interrompi com um dedo no meus lábios.
Dás uns passos e queres te ver livre das calças.
Eu te aceno que não e te chamo com a minha mão.
Te juntas a mim, no leito do amor.
Ias dizer algo mas te interrompi com os meus dedos nos teus lábios.
Foi quando compreendeste o que se estava passando ali.
Sedução...
Beijas-te meus dedos de um a um, subindo até chegares á alça do meu cetim.
Fiz-te cair uma a uma... para revelar diante a ti o corpo nu pretencente só a ti.
Eu te livrei dos teus trajes...
Um beijo aqui e outro ali...
Um abraço tenro, um carinho fofo... o passar da lingua e...
Se vêem as sombras dos movimentos com a semi luz.
Os olhos se cerram, um no outro nos fundimos
Chegamos às estrelas e nelas brincamos.
Com o final do rumo chegamos á tal Lua de Mel...
Que noite fatal!
BEIJO DA MEIA-NOITE
BEIJO DA MEIA-NOITE
Beijo da meia-noite
Cai o último segundo
É meia-noite!
Lábios se encontram
Num beijo da meia-noite.
Começam outro dia outro ano
Com um beijo da meia-noite.
Beijo da meia-noite
Enamorados se prolongam neste beijo mágico
Dando asas a fantasias nunca vividas
Pois é o beijo da meia-noite.
Logo, logo começa a chuva
De beijos da meia-noite
Alegria se espalha contagiando
Pequenos e grandes.
Beijo da meia-noite
Beijo de esperança... um novo caminhar
Beijo do amor... se quer espalhar
Beijo de amizade... se deve guardar e procurar
Beijo da meia-noite
Para todo o mundo saboriar
O desfolhar de outra página
Onde o destino de cada um se vai encontrar.
Um beijo da meia-noite
Para todos que eu encontrar
Envolto de carinho para teu coração eu contagiar.
Floresta: Te Alimentam Labaredas De Inferno
Paraíso tropical entre giestas e carumas
És o simbolo de elegância com tuas vestes de esmeralda.
Danças ao som do vento de todas as estações presentes.
Mergulhas no ar com tuas essências precisas.
Careces de carinhos, e abraços não os tens.
Quando te crucificam, choras baixinho uma oração.
Defendes-te furiosa, em rugidos mortificantes.
Quando a ti te levam o inferno tirando-te todos os bens.
Teu manto verde se esfuma entre labaredas de inferno
Vingas-te sufocando-me a alma sem uma gota de oxigénio.
Vento sopra tuas cinzas já desgastadas da maldição, sem perdão.
Sim, isto não tem perdão!
Apresentas-te de luto forçado, por aqueles que te alimentaram o inferno.
Expandes teu odor num cortejo fúnebre.
Roubaram-te a vida, com fogo te consumiram.
Não comprendes a razão para tal quando te atiraram para este abismo...
ABISMO
Acordei dentro dum abismo
Minha alma se vê negra
Meu corpo desapareceu
Esta não sou eu...
Estou trancada numa corrente astral
Sem luz... Tudo é abismal
Tento recuperar em vão
Um sorriso que se me escapa...
Quero andar e não posso
Fico colada a este chão
Algo poderoso toma conta do corpo
Quero gritar, me falta a voz...
Quero chorar mas não encontro a foz...
As forças dissipam-se contra um barranco...
Não tenho tecto... Sinto o piso fujir quando lhe toco...
Só quero morrer...tornar a renascer...
Porque Entrei Neste Abismo?
Se apodera de mim... Não sinto forças como outrora
Para lutar com tamanha fera...
CARA...
CARA...
Fisionomia radiante de luz em prece de paz
Caramelo gostoso dentro de chocolate em retina capaz
Veludo percorre as fontes das maçãs primaz
Rosa vermelha se abre num sorriso fugaz.
No topo reluzem madeixas o sol entranhou
O olfacto a mel em narinas perfeitas encontrou
Robustos campos delineados sobre olhar doce apaixonou
Complemento de audição em pequenez léu.
Olhar chocante, penetrante dos meus olhos
Pele suave de bebé onde amacio meus lábios
Boca que presenteia beijos de delírios
Teus cabelos louros nas minhas mãos eu acarinho
Teu nariz de contornos acetinados aceita meu cheiro a rosmaninho
Orelhas pequeninas, sensíveis fonte de prazer naquele cantinho.