Não voltarei atrás
Não voltarei a ser o que fui:
Uma mente inquieta
De uma personalidade incerta
Com uma atitude certa
Sem a identidade correcta
Não voltarei a ser o que fui:
Um ser em construção
Sem nenhuma aptidão
Um poço de desilusão
Em esforço de compreensão
Não voltarei a ser o que fui:
Uma sombra de vida,
Com a alma perdida,
Do amor em fugida,
E de felicidade desaparecida.
Não voltarei a ser o que fui.
Dor e Sentir
Esta angústia de não ser o que devia,
Este estado emocional sem melhoria,
Esta intensa dor que não alivia,
Este passado incerto: o que seria.
Este sentir tão forte e poderoso,
Esta impressão de um mundo tão perigoso,
Este pulsar do coração tenebroso,
Esta idealização de algo misterioso.
Esta escolha sem a mínima intenção,
Este impedimento de qualquer razão,
Esta vida desprovida de emoção,
Este olhar de pura desilusão.
Silêncio
Silêncio, porque existiu?
Será para alguém pensar
No que nunca conseguiu?
Silêncio, qual a tua função?
Para além da mente em meditação;
Existes na minha boca e no meu coração.
Tu que, por vezes, entristeces
E, outras vezes, permaneces
No seio de uma multidão.
Naturalmente
Neste verde com luz natural,
E com a vida em acalmia,
O aroma é um elixir especial,
Todo o ser tem companhia.
A minha é esta angústia interior,
Que necessito de abandonar.
O ambiente é apaziguador,
Sou livre e tenho de a abnegar.
As almas puras em correria,
Entram no meu coração.
Observo-as com empatia,
Atenuam-me a solidão.
O teu sorriso
Olhas para mim.
Sorris.
Nos teus lábios eu me perco, nos teus olhos eu navego.
O que dizes?
Não sei…
Falas como se um grande segredo fosses revelar,
mas nunca o chegas a concretizar.
Nem são as tuas palavras que me tocam o coração,
Mas sim o teu sorriso são.
Olhas para mim.
Sorris.
Separação
Perdida no desgosto,
Sucumbo à melancolia.
Apenas vejo o teu rosto,
Tudo parece mentira.
A esperança desvanece;
Instala-se então a dor.
E por mais que o negue,
Também o infame rancor.
Os corações partidos
Jamais se irão unir
Terá sido real?
Consta que foi a fingir.
Perdida em ti
Estava-me a tentar encontrar,
Mas não o consegui.
Acabei por falhar,
Porque me perdi em ti.
Perdi-me nos teus olhos,
Nos teus gestos, no teu sorriso,
Perdi-me no teu sonho
Perdi-me no teu feitiço.
Perdi-me na tua paz,
No teu saber, no teu dizer,
Perdi-me na tua vida,
Perdi-me no nosso prazer.
Um ser sem razão de ser
Sinto-me um ser sem razão de ser
Com uma vasta escuridão inglória
Da alma perdida que não tem na memória
A alegria e o prazer.
Sinto-me um ser sem razão de ser
Sem nenhuma luz a indicar,
Sem nada a assinalar
Algum caminho a percorrer.
Sinto-me um ser sem razão de ser
Neste mundo causador de dor pungente
E que contemplado atentamente,
Não me dá uma razão para ser.
Façam comentários bons ou maus p.f. ;). Obrigada.
Sonhar o impossível
Quem me dera ser o que não sou.
Sair de mim e entrar novamente.
Uma pessoa diferente.
Abrir-me ao mundo sem medo,
Sem a preocupação de mim.
Quem me dera não ser assim…
Façam comentários bons ou maus p.f. ;). Obrigada.
Original
Eu sou sempre diferente,
No que penso, digo ou realizo.
Diferente de quem só aceita,
O que tem como certo no próprio juízo.
Não acolho muitas palavras,
Nos poemas que escrevo.
O importante é a essência:
A sensação de enlevo.
Acredito que é mais directa,
A transmissão de sentimentos,
Pois a poesia não acarreta
Apenas enteamentos.