Não voltarei atrás
Não voltarei a ser o que fui:
Uma mente inquieta
De uma personalidade incerta
Com uma atitude certa
Sem a identidade correcta
Não voltarei a ser o que fui:
Um ser em construção
Sem nenhuma aptidão
Um poço de desilusão
Em esforço de compreensão
Não voltarei a ser o que fui:
Uma sombra de vida,
Com a alma perdida,
Do amor em fugida,
E de felicidade desaparecida.
Não voltarei a ser o que fui.
Dor e Sentir
Esta angústia de não ser o que devia,
Este estado emocional sem melhoria,
Esta intensa dor que não alivia,
Este passado incerto: o que seria.
Este sentir tão forte e poderoso,
Esta impressão de um mundo tão perigoso,
Este pulsar do coração tenebroso,
Esta idealização de algo misterioso.
Esta escolha sem a mínima intenção,
Este impedimento de qualquer razão,
Esta vida desprovida de emoção,
Este olhar de pura desilusão.
Insónia
A insónia é suportável,
A sua razões já não.
Saber delas é execrável,
Um sofrer em antemão.
Esta inconstância do sono,
Alimentada pela inquietação,
Impede um proveitoso descanso,
E a tranquilidade do coração.
São agitadas horas infinitas,
Do passado e do futuro,
Noites que em vez de bonitas,
Se definem no obscuro.
Naturalmente
Neste verde com luz natural,
E com a vida em acalmia,
O aroma é um elixir especial,
Todo o ser tem companhia.
A minha é esta angústia interior,
Que necessito de abandonar.
O ambiente é apaziguador,
Sou livre e tenho de a abnegar.
As almas puras em correria,
Entram no meu coração.
Observo-as com empatia,
Atenuam-me a solidão.
O teu sorriso
Olhas para mim.
Sorris.
Nos teus lábios eu me perco, nos teus olhos eu navego.
O que dizes?
Não sei…
Falas como se um grande segredo fosses revelar,
mas nunca o chegas a concretizar.
Nem são as tuas palavras que me tocam o coração,
Mas sim o teu sorriso são.
Olhas para mim.
Sorris.
Separação
Perdida no desgosto,
Sucumbo à melancolia.
Apenas vejo o teu rosto,
Tudo parece mentira.
A esperança desvanece;
Instala-se então a dor.
E por mais que o negue,
Também o infame rancor.
Os corações partidos
Jamais se irão unir
Terá sido real?
Consta que foi a fingir.
Perdida em ti
Estava-me a tentar encontrar,
Mas não o consegui.
Acabei por falhar,
Porque me perdi em ti.
Perdi-me nos teus olhos,
Nos teus gestos, no teu sorriso,
Perdi-me no teu sonho
Perdi-me no teu feitiço.
Perdi-me na tua paz,
No teu saber, no teu dizer,
Perdi-me na tua vida,
Perdi-me no nosso prazer.
Um ser sem razão de ser
Sinto-me um ser sem razão de ser
Com uma vasta escuridão inglória
Da alma perdida que não tem na memória
A alegria e o prazer.
Sinto-me um ser sem razão de ser
Sem nenhuma luz a indicar,
Sem nada a assinalar
Algum caminho a percorrer.
Sinto-me um ser sem razão de ser
Neste mundo causador de dor pungente
E que contemplado atentamente,
Não me dá uma razão para ser.
Façam comentários bons ou maus p.f. ;). Obrigada.
Sonhar o impossível
Quem me dera ser o que não sou.
Sair de mim e entrar novamente.
Uma pessoa diferente.
Abrir-me ao mundo sem medo,
Sem a preocupação de mim.
Quem me dera não ser assim…
Façam comentários bons ou maus p.f. ;). Obrigada.
Original
Eu sou sempre diferente,
No que penso, digo ou realizo.
Diferente de quem só aceita,
O que tem como certo no próprio juízo.
Não acolho muitas palavras,
Nos poemas que escrevo.
O importante é a essência:
A sensação de enlevo.
Acredito que é mais directa,
A transmissão de sentimentos,
Pois a poesia não acarreta
Apenas enteamentos.