As casas
Casa primeira onde tenho o coração
Em que tenho meu sonho e minha fantasia
Casa essa, meu querido dragão
Meu mundo, meu reino de magia
Tantas memórias que tenho de si
Ainda que nem tenha assistido a metade
A casa onde me achei e perdi
A casa do meu "teatro dos sonhos" na realidade
Agora que longe dela permaneço
Tenho saudades de ir a casa novamente
Tudo o que nela vivi nunca esqueço
E sempre a amarei eternamente
Casa segunda onde tenho minha guarida
A ela regresso todos os dias
Nela habita a mulher a mulher da minha vida
Mulher que me acolhe até em minhas estações mais frias
Casa essa em que não exite muro
Onde me revelo e mostro minha "demência"
Casa essa onde me sinto seguro
Em que a mulher que nela habita amo em permanência
Amo tanto, que seu aniversário eternizei
Na data que para mim foi a ideal
A primeira vez que minha primeira casa visitei
E ao pensar que as tenho, me sinto especial
Casa terceira onde tenho minha loucura e minha sanidade
Onde sinto que sou apenas mais um
Onde há reis e imperadores de verdade
E onde da fome de inspiração mato meu jejum
Ser apenas mais um, o que eu sempre quis
Ainda que meu "sossego" seja por vezes interrompido
Casa essa onde me sinto feliz
Ainda que meu "código" seja muitas vezes repetido
Casa essa onde abunda a diversidade
Em que cada um tem sua marca registada
Cada essa dos imperadores da realidade
Em que todos sabem de tudo e eu não sei de nada
Cobra silibante
Mesmo que eu seja muito "pequeno"
Sou tipo uma víbora a silibar
Veneno se combate com outro veneno
A verdadeira arte é sabê-lo administrar
Cobras se querem juntas no mesmo cesto
Quando o veneno delas é deveras semelhante
Mesmo que o passado seja um pouco funesto
Aos deuses rogo por um futuro brilhante
Cobras que mordem uma agora e outra depois
Demorando o veneno a entrar na pele dura
Começo a ver mal, mas, um mais um são dois
E o sonho da cobra mor que ainda perdura
Sempre quis cobra semelhante
Que me tirasse do sério e me desse sentido
Se de seu veneno virei amante
Sou cobra, como o fruto proibido
Silibo-me todo de a ver passar
E tento esconder a minha emoção
O seu veneno sempre hei-de "contrariar"*
Não tenho culpa, será que perdi a razão?
Chasing butterflies
Já pensei por vezes que sou d'outro planeta
Tamanha é a minha estranheza
Se foste o que desejei quando vi passar o cometa
E a senteça de verdadeira beleza
Conserteza devo ser de Plutão
Tamanha é a minha frieldade
Tamanha também é sua escuridão
Planeta deserto sem criatividade
Quiça seja eu de Neptuno
Ou de qualquer outro corpo astral
Se nada do que quero realmente reúno
Pergunto ao "juíz" o que correu mal
Não, nunca me esqueço das minhas verdades
Nem de tudo o que sempre quis
Em mim tenho duas metades
Mas quem meu corpo comanda é o "juíz"
Quisera eu ser menos letras mais ação
E não deixar escapar "o que" quero
Tomara eu ser mais realidade que ilusão
E sim ainda te espero, ainda te quero
Gesto simples
No gesto simples do meu acordar
Nada mais me causa tamanha sensação
Acordei mas quero voltar a sonhar
E quero-te assim, sem motivo sem explicação
No gesto simples do meu sorrir
Em que uso o tablet de minha memória
Vejo o fogo que me andava a consumir
Parte de minha memória, não de minha história
No gesto simples do meu ser
Erros cometidos que gostava de apagar
Mas nunca é tarde para aprender
Assim como nunca é tarde para perdoar
No gesto simples de minha sagacidade
Não sou sagaz por maldade
Quando perdo-o, perdo-o de verdade
Afinal também tenho bondade
No gesto simples de minha bondade
Ás vezes ainda sinto necessidade de me proteger
Sou só um menino com 5 mais 20 anos de idade
Que anoitece quando devia alvorecer
No gesto simples de todos os meus invernos
Travei batalhas em meu interior
Julgo ter derrotado a maioria de meus infernos
Julgo ter-me tormado uma pessoa superior
No gesto simples de meu olhar
Já não sinto que sou menos nem mais
Egocentricidade mandei-a passear
Ninguém é mais nem menos, somos todos iguais
No gesto simples de toda a minha loucura
Senti que algo em mim 'tava a mudar
O coração abandonou tempos de amargura
No dia em que começou a amar!
Divina jornada
Viver para aproveitar?
Viver para amar?
Ou aproveitar para viver?
Ou amar para viver?
Sou uma espécie de poeta, não sou vidente
E mesmo com estas questões que me aparecem á frente
Não consigo adivinhar o futuro
Apenas consigo deletar o passado
E se for preciso, á patada e ao punho derrubo o muro
Deixando apenas uma pedra em seu lugar, para que ao vê-la me lembre de todo o meu aprendizado
Viver para sentir?
Ou viver para obstáculos abolir?
Sentir, para me sentir mais pessoa?
Ou abolir obstáculos para melhor ouvir tua voz que em meu âmago ecoa?
Sem dúvida sentir para viver
E viver apaixonadamente para a chama adormecida acender
Sem dúvida que a tua voz soa mais límpida sem o muro no meio
Mas que posso eu fazer se sou como um burro, como um esteio?
Sair de casa para aproveitar o sol que emana magia?
Ou ficar no sofá aproveitando esta acalmia?
Sair do casulo e vaguear por esse mundo
Ou ficar neste sofá aproveitando a vida de vagabundo?
Se saio de casa quando o sol 'tá encoberto
Porque não hei-de sair quando o céu 'tá aqui bem perto?
Se vagueio só por este mundo
Porque não atinar e deixar de ser esta abécula que tudo destrói em 1segundo?
Viver a vida sem complicações
Viver a vida sem cobranças, sem demasiadas questões
Verdadeira essência escondida no fundo do meu ser
E este "puto" que há-de ser "puto" até á hora de morrer
Não me importo de ser homem com mentalidade de criança
Criança livre e tresloucada, que ao som da tua sinfonia dança
Criança que vivia na inocência
E que mais tarde virando homem entrou em falência
Criança que é criança gosta de extravazar
Criança que é criança gosta do mundo percorrer, do mundo explorar
Homem que é homem gosta de em seu jardim fixar suas raízes
Homem que é homem, tem orgulho em todas as suas cicatrizes
Mas seja homem, seja criança, sou sempre meio-máquina / meio pessoa
Mesmo vagueando por aí á toa
Nunca me esqueço do mais importante nesta nação
Mais importante que ter fama e glória, é ter bom coração!
Não sou super-heroi, e muito menos defeciente
Sou um camafeu, um pouco tolo, um pouco diferente
Um gajo que 'tá sempre colado no café
Mas que sempre vê, sempre te ouve e sempre te sente
Uma estrofe para cada mês
Afinal tenho algum talento, vês?
Um verso para cada semana do ano
E afinal não sou tão frio assim, sou máquina mas também sou humano
Um ano passou desde que meu cérebro congelou
Ele que funciona como uma máquina, e mesmo assim um "mero"(GRANDE, GIGANTE, ENORME) mortal o desconstruiu e para melhor, para bem melhor a máquina mudou!
Honra seja feita a esse hacker desconhecido que instalou um vírus em meu código sem que eu me apercebesse
Nada sou
Sei que nada sou
E pouco ou nada de mim dou
Sinto-me só nest universo colorido
Não fui a nenhuma guerra, mas continuo ferido
E pior que isso, ainda fico aquém
Ferindo sentimentos de quem só me quer bem
Mas será que alguém olha para mim e se põe em meu lugar
Não que eu o mereça, mas cada uma merece encontrar su lugar
Ainda ontem com os elogios fiquei todo babado
E logo me pus a olhar para o lado
O elogio queria-o de quem mais esperava
Enquanto isso mais calado e introspectivo eu ficava
Cabizbaixo e desiludido, voltei para minha gruta
E desiludido por escrever para quem não me parece que escuta
Chegando á gruta, um sono mal dormido
Não sei se é desilusão ilusão, ou se é algo parecido
Bem ditos aventurados que não vivem de coração aflito
Mas eu sou um burro armado em génio, admito
Fulo com a vida e errante perante tantas instâncias
Mas de coração puro, em todas as circunstâncias
Queria eu saber... E ser uma pessoa diferente
Queria eu saber... E então poder seguir em frente
Mas não se segue em frente enquanto se olha para tras
Mas isto é o que acontece a quem fica á espera de ver do que a vida é capaz
Tríplice torturante
Sinto dores no ego, no corpo e na alma indomável
Sinto-me mais cansado e muito menos afável
Sinto que por vezes caminho em trilhos minados
E sinto que um camafeu sou sem o mais importante dos predicados
O ego sente saudades de algo que o enaltece
E não sendo enaltecido, fica turvo, escurece
E o medo que ele tem da escuridão
Mas isto não são virtudes, é apenas minha podridrão
Dores corporais por vícios possuir
Possuo grande vício, não vou mentir
Mesmo assim vicio-me nele todos os dias
E fico parado em minhas memórias tão frias
Alma indomável, meu grande defeito
Tua vida, meu sonho, tudo perfeito
Mas é difícil domar tamanha rebeldia
Acabando por agonizar dia após dia
Não sou único, nem normal, nem especial
Apenas sou um relógio que regula suas horas um pouco mal
Se por chuva, vento e pelo sol sou atraído
Porque não uso minha revolta pa' ser um pouco mais destemido?
Exigências demenciais
Não procuro muita qualidade
Quero, "exijo" verdade
Se verdadeiro e defeituoso também sou
Não quero mais do que mereço
Apenas mereço aquilo que também dou
Não procuro beleza, nem outras futilidades
Procuro alegria e bondade, nobres qualidades
Nobres qualidades, verdadeira riqueza deste planeta
Quero isto tudo, se apesar disto tudo sou forreta
Não quero um novo, nem metades, quero inteiro
Não preciso que mude, ou que nasça outravez, preciso que seja parceiro
Não preciso aprovação alheia pa' demonstrar o que sinto
Em tempos um aldrabão artífice de palavras, mas agora já não te minto
Amor próprio
Ser original num mundo de falsificações
Não tem o valor que deveria ter
Ideias de outras pessoas, ladrões
E não sei como obras desses falsários pude em tempos ler
Não sabendo ao certo quando tudo começou
Sei que original sou desde o início
Verdadade, lealdade. Será que realmente as dou?
E não, desta vez não caírei nesse precipício
O gajo mais importante do mundo para mim
É o gajo que mais nesta vida me deu
Não posso dizer que ele é bom só porque sim
Ele é bom porque o gajo mais importante do mundo sou eu
Como olhar o mundo exterior
Se não olhamos para nós em primeiro
Como acreditar em paz e amor
Se os dois matei e dos dois virei coveiro?
Cobri-os até aos olhos, com sete palmos de terra
Mortalhei seus corpos, com mortalhas de marfim
E seus mistérios que o caixão encerra
Morrerão comigo, ficam só para mim
Habito entre a loucura e a genialidade
E por vezes sou genialmente louco
Tenho quase tudo o que importa de verdade
E tudo o que tenho é-me realmente tão pouco
Um génio em tempos maltratado
E uma criança das demais difererente
Um BURRO, um louco, que se diz sobredotado
Um menino, uma criança, um eterno adolescente
Vi muitos filmes, alguns deles de tragédia
Atuei em alguns deles, nada de anormal
Olhando o passado uma divina comédia
Comediando-me a mim próprio, por ser homossexual
Nunca tive vergonha de nenhuma parte de mim
Só que ás vezes iludia-me com o dinheiro
Entrando num imenso poço sem fim
Tinha vergonha de ser quem sou, por completo por inteiro
Queria ser "igual" aos outros de todas as formas, de todos os meios
Não percebi quantas oportunidades desperdiçei
Se quer eu, quer os outros, de defeitos estamos cheios
Então, tal igualdade já alcançei
Amor próprio não tem valor estimado
Carência que já não mora mais em meu coração
Amor próprio, o amor mais procurado
No outono, no inverno, na primavera e no verão
Genialmente genial
Lembro-me de tudo o que senti, não de tudo o que vi
E já não me encontro em nenhum lugar
Ao ler o jornal como hoje li
Não sei se leio o que leio ou se continuo a sonhar
Não é que os títulos me cativem a atenção
E as notícias fiquem para lá esquecidas
Sou cego, mas tudo tem um senão
Senão as notícias que se parecem com prosas já lidas
E os filmes & séries & novelas que na tv estão em exebição
Parecem guiões de certos poemas
É que ontem finalmente descobri o padrão
E hoje só achei esquemas e dilemas
Até os comerciais que foram para o ar
Parecem por minha mente reconhecidos
Peter-pan que continuava a divagar
Provocando risadas numa cambada de "entes" queridos
Sim, agora até a mim me apetece rir
Sou mesmo um grande artista de variedades
Não sei o que ainda 'ta por vir
Mas a vir que venha de mansinho, lime minhas arestas e me deixe as qualidades
Sim, sendo genio, fui genialmente enganado
E genialmente nas mãos do mundo dançei
Genialmente continuerei sendo este "ser nada adiantado"
Engolindo genialmente todo os sapos que em tempos arremessei
P.S. Lot's of Laughts... I'm lose