O ESPELHO
Por Gláucia Maria Santos Nogueira
Quantas vezes olho no espelho e lamento ainda ver lágrimas no meu rosto. Se eu pudesse, escolheria um destino diferente. Tenho vontade de estender meus braços, buscar algo que me traga algum conforto... Vontade de acreditar que meus sonhos ainda são possíveis, que o passar dos anos não impossibilitaram a realização de tudo o que imaginei e sim tornar os desejos mais fortes. Mas nesse momento, qualquer palavra otimista vai se perder no vento.
Meu rosto ficou marcado pelas lágrimas como se você tivesse vivido muitos anos. Hoje tudo o que se perdeu e se apagou... Ao longo da vida, podemos vê que muitas coisas fazem parte somente da nossa imaginação. Sempre demoramos muito tempo para nos levantar de uma grande queda, mas nada dura para sempre. Não sei quando é que as coisas melhoram, mas acho muito triste acreditar que não haverá solução.
Acho que ninguém tem a resposta que a gente procura, então não adianta sofrer por isso. Colocarei aos pouco minhas decisões para o futuro, já que não tenho certeza se elas darão certo. Mas o mais importante é a vontade de mudar. Quando olho para trás, sinto que fui mais fraca do que gostaria e de repente, olhando novamente, acho que poucas pessoas teriam a mesma força. Somos mesmo feitos de fraqueza e força, e que muitas vezes esses momentos acabam se misturando.
Como procuro uma forma de amenizar os meus conflitos, de tornar mais tranqüilo o meu sono. A vida continua e sempre haverá obstáculos, mas sempre haverá chance de vencê-los.
Mas talvez tudo isso seja apenas uma pequena peça de um longo processo que está somente começando. Não vou desistir, vou continuar, e sempre que for preciso, enxugarei as lágrimas do meu rosto até que possa olhar no espelho sem maldizer as conseqüências de tanto pranto.
