O Tocar
Tu me domas ferozmente, tens um
tocar faisca que, cria em mim um campo
magnetico!
Às Cegas
suspiros excitados
acompanham a aritmia
das temperaturas dilatadas dos nossos corpos
contemplados na fúria
deste momento d'euforia
às cegas
e
no tactear dos dedos dos pés
e
das mãos
encontram-se as nossas almas
já preparadas e fustigadas
no eclipse
formam uma hélice
de vozes e dos gemidos
deste momento exótico
e eufórico
agora, mais que nunca
eu, e tu, a sós
agrisalhados no prazer
nada pára à nós
deixe-me fazer
o que me prometeste ver
nesta noite, às cegas, tem de acontecer
e a satisfação vai chover....
Quem Sou eu???
Quem sou eu???
Sou um Homem
Perdido na mágoa e na cegueira deste mundo
Sou uma flor que não brota
E que murcha sem água
Quem sou eu???
Sou a indignação triste
Que procura sobreviver
Num mundo cheio de parasitismo
E nem do meu rumo, sem saber
Pessoa insegura e sem leme para guiar
Quem Sou eu???
Sou um sofrimento mulambento
Na demanda de uma alimentação
Para acalmar o resmungar do estômago
Que atormenta o umbigo
Quem Sou eu???
Sou a coragem corrompida
E submersa a mil milhas no subsolo
Sou a imagem enfraquecida sem brilho
E camuflada em forma de desespero
Quem Sou eu???
Sou a voz silenciada
E censurada que fala pelos seus direitos
Direitos ditos em gritos de raiva e dor
Reivindicando pelos seus direitos
Direitos profanados sem misericórdia
Quem Sou eu???
Sou a lenda de uma verdadeira história
Sou os hábitos e costumes fragmentados
E a discórdia de uma memória apagada
Sou o distúrbio do saber sem saber
Que Sou eu????
Sou o menino da rua
Sem família, que dorme ao relento
Sou um velho mendigo
Que vagueia nas ruelas da cidade
Sem abrigo, sem caridade
Quem Sou eu???
Sou o trabalho árduo
Que recebe migalhas
Me deixando desanimado psicologicamente
Sou a multidão dos subúrbios
Que o país não coadjuva e nem ouve
Sou o politico malfeitor
Que desintegra e engana o povo
Sim, esse Sou Eu!!!
A Magia das Palavras
A Magia das Palavras
Possua-me
Possua-me insaciavelmente
Toma-me robustamente
Controlando sentidos meus
Coloca-me na tua jaula
Da qual não me apetecerá libertar
Domina-me tacticamente
Quero ser o teu refém
Derrete-me i inunde o meu coração
No teu fogo de prazer
Que deixa o meu corpo viscoso
Asfixia-me pela tua indelicadeza
Que se alimenta da minha fraqueza
Conduza-me às tuas loucuras endemoninhadas
Integra-me na tua negra magia
Propale o teu veneno adocicado em mim
Que dele me contenho
Possua-me infinitamente
A Magia das Palavras
Egnancio Mboene
As tuas dores
Fala-me do teu esfinge
O teu silêncio é um distúrbio indesmentível
Do teu ser indolente
Arregaçado nas rugas do teu rosto
Teus passos de aritmia
Te desobstruem de caminhar direito
Teu olhar entristecido
Roga um futuro enfraquecido
No cais da vida amedrontada
Gritos surdos saem da tua voz
Que ninguém ouve
Fazem do rio uma foz
Teu corpo empalidado
De pele desitratada
Nas vivências de amparo
Bengalam mil passos largos-curtos
Indigente, tens olhos engotados
Retratam a tua meninice
Que é indizível
Quem se contempla com a tua dor
Sabe da tua proeza
A Magia das Palavras
Acróstico: Saudades
Somos um mundo
Amantes do amor
Unidos pela paixão
Dirigidos pelo afecto
Aterrorizados pela distância
Distância que não nos separa
Estamos longe um do outro
Somos a dor da saudade que não sara
A Magia das Palavras
Criança
Criança
Afável é o teu Ser
Lapidado no ventre da mãe
Tu és um Ser sereno e inocente
Um florido que não murcha
Eufórico quanto o teu sorriso
Enalteces o valor de quem
Por ti zela
Cativas a esperança da nação
Embalada em nossos ‘’coração’’
O teu advento à terra
É uma euforia inalienável
Ooohhhh! Criança
A Magia das Palavras
Impossivel Ter-te
Em meu silêncio solitário
Penso em minha vida bruta
penso de como seria bonita
Se ao meu lado estivesses tu
À primeira vista tomaste-me
tomaste-me quando ví
um brilho solto do teu olhar
Quando perto chegaste
Deste fraco ser, te apoderaste
Às vezes incomoda-me
Ter que viver com este desejo
De querer estar ao teu lado
E me inundar nos braços teus
Sem chances, continuo a desejar
Sou um Ser, tenho a minha imperfeição
Da minha imperfeição
Centrei-te o meu mundo
No qual tudo girava à tua volta
Sem que eu me desse conta de mim mesmo
Pois a cegueira tapára-me a vista
Sinto-me confortável quando comigo falas
As tuas palavras, o som da tua fala melódica
a tua respiração, a tua expressão corporal
São as coisas que reavivam o meu astral
Mas enfim, a vida nunca é estreita
E nem o que desejamos dá certo
A Magia das Palavras
Cicatrizes!!!!
Oriundo de uma pátria tradicional,
globalizada pela tradição
cercada de valores culturais e étnicos
Colonizado, censurado, condenado
Obrigado a fazer trabalhos abraçais
na minha própria pátria
Chicoteado caso não obedeça
Colonizado mentalmente e esforçado
a estudar as culturas estrangeiras
A minha difamada, espezinhada e escondida
no subsolo, feito um difundo...
A minha identidade denegrida, etnia manchada
Pais meus vendidos e transportados em grandes navios
para o estrangeiro em navios negreiros
para trabalharem arduamente sem descanso
Mães, solitárias ficam
Indefesas e sujeitas a qualquer mal
Depois chamam-me de selvagem
Pois é , é da selva onde procuraste a tua riqueza
O que fizeste comigo está tatuado na alma
grudado no coração e intacto na garganta
E nem tem preço que possas pagar
levo a cicatriz até o ultimo suspiro...
não me vou vingar
apenas saiba quero que saiba
sou gente como tu
sou de sangue, sou de osso tanto quanto tu
A Magia das Palavras
Fragmentos do Pensamento
Sinto-me invocado pelos dissabores da vida
Inibido de caminhar numa estreita estrada
Sou mais um túmulo perdido
Nas barbaridades da vida
Por mais que respire e grite pela liberdade
Sou apenas um presunto
Impotente nas saliências do pensamento
Devaneio gradativamente num mundo imaginário
Das artimanhas da vida
A meu ver, a vida é um sacrilégio
De castelo dos sonhos extrínsecos
Remoto dos neurónios intrínsecos
Tenciono deslindar este esfinge
De uma dor que desatina
Asfixio a minha aflição no sossego
Sou apenas um ser na demanda da concórdia
Que me não é legada francamente
A vida, dos sonhos, é uma discórdia
Que me pasma desesperadamenteA Magia das Palavras