Feira cardiovascular
O vendedor gritava.
Leve o mês inteiro por quatro conversas fiadas e um encontro chegando atrasado , o vendedor não se responsabiliza se dentro de algum silencio for esquecido e o coração já não estiver mais com você quando se recordar .
Mas não se preocupe se o coração já foi comprado e foi embora compre o novamente , com duas desculpas esfarrapadas e uma promessa completamente falsa.
Pobre coração mais vendido do mercado,mal sabia ele que sua função era mesmo ser trocado de muito amor fiado.
Infestação
Medos são irracionais ou que não se sabe entender,
como uma criança que não entende um palhaço sorridente,
na verdade boa parte do problema é este
Meus medos são basicos
talvez tudo por dentro seja mais bruto
não combine com meu aspecto de fora
e exatamente por isso eu ando tendo medo de poças d'água .
Eu desenvolvi esse após me afogar
não faz muito sentido porem
a pequena poça me lembrava a imensidão
de água que entrava pela minha garganta
sufocando qualquer esperança de sobrevivência .
Os medos eram poucos mas
eu vi esses medos terem crias
como os vermes abaixo de minha pele
colocando larvas em minhas veias
Essa infestação de medos me conhece tão bem
Eu tenho medo de olhar nos olhos de minha mãe.
Eu tenho medo do pequenos grãos de arroz
Eu tenho medo que a lamina escondida em minha gaveta.
Eu tenho medo do que pode acontecer.
Por favor não cativar
Sua voz realmente me alcançou , por um encontrar viu quem verdadeiramente sou ,
se me arrancasse a roupa estaria menos nua do que o seu olhar me deixou ,
o silencio se encaixou e cada átomo em mim presente entrou em desespero ao medo do toque áspero de uma mão gentil em um ser tão fútil que sou.
O cigarro e o fumante
Serei teu cancerígeno produto ,tão formidável tabaco
Entrarei em teus pulmões , para te libertar do teu amargo .
Eis que quando te trago ,posso senti-la em meus lábios
E quando te escarro , você é apenas um cigarro.
Pagante
Sento em teu colo , teus dedos tem mais fome que sua alma,
tua boca deseja mais do que meus lábios e sim a carne.
Você me deseja assim , tremula , chorando e ofegante .
Me fez de refém no meu próprio corpo ,trancando minha mente ,
rasgando minha roupa pois pouco se importa como vou sair daqui.
Mas eu não sou mais uma vitima tua , eu gemi em teu ouvido porque eu gosto.
Eu te dei meus pontos fracos, mostrei tudo que amava pra você ,
me destruir sem piedade .
Ah cão infernal , que se dedicara a me corromper .
Me deixou tantas marcas e dor que confundi com cartas de amor.
Esse teu jeito de foder no altar me faz louvar ofegante teu nome ,
como puta bem paga eu não sei mais me conter .
Morde meu corpo rasgando minhas leis , queimando meus papeis com teu tabaco , debochando de minha poesia , me sobrando a ferida exposta .
Amo-te tanto meu amor ate que termine por me dizimar .
Me odeia tanto que criou dependência no meu corpo molestado .
Mimada
Hoje eu descobrir que ainda sim sou apenas uma criança.
Quando não pude compreender que nem sempre podemos ter o que desejamos ao máximo ,
eu não me contive e como uma criança mimada eu mordi os lábios , olhei para todos os lados e por fim fechei os olhos e já por fim lagrimas escorriam ao saber que não teria o que desejava ,
mas um sussurro do fantasma imaginário me cortou o choro ao me lembrar que não ter o que tanto queria já me fez chorar antes ,
como em qualquer outro dia , saudades , já não sentia e me lembrei que em outro dia prometia que '' nunca mais choraria por alguém que não teria ''
Escrevendo meu amor
Escrevi pousando meus olhos no parar do tempo ,que parou encima do teu cabelo ,
este tempo era sim o mais perfeito soneto e teus olhos mais claros que verbo era dois grandes e brilhantes adjetivos.
Mas o que pousara em teu cabelo era uma flor,
que a natureza mandou pois também não se conteve com tamanha poesia sorridente
e como plateia em euforia jogou uma flor por pura alegria.
Escreve-te foi mais que prosopopeia em metáfora , foi cometer todos os erros ortográficos e ainda sim ser uma oração mais que divina ou coordenada .
Estranhamento
Eu escrevi uma cartar ,
depois de muitas de amor,
uma de despedida .
Escrever uma carta de suicídio me fez querer estar viva,
Nunca retribuir o amor o que recebia me fez me odiar por não saber amar ,
Não comer os animais me fez mais humanitária e mais anorexia .
Depois de algum tempo você começa a gostar do vazio.
Pesadelos me fizeram mais acordada ,
elogios me dão vergonha ,
Eu não gosto de abraços e andar de mãos dadas ,
Pois meu corpo se acostumou com o frio constante .
O que é mesmo essa sensação de euforia?
Para onde foi meu folego de viver que abandonou meu pulmão e não retornou a minhas veias para bombear esse corrupto silêncio que se instalara.
Em que noites acordadas caminhando em ruas caladas ficou a diversão?
Ser beijada por alguém que me admira me fez triste ,
abraçar quem me ama me fez querer ir embora,
me desculpar com quem odiava não me emocionou .
Eles estão torcendo por você ,
Eles querem de deuses a teus lábios ,
mas não é sua culpa se você não se ama .
O espelho é um estranho , teu cheiro já não é o mesmo .
A casca parece estranha e eu não consigo me encaixar nesse corpo .
Quem é o estranho no espelho?
O Holocausto feito em mim
Você era um truque de magica,
aos pouco se torna claro a farsa.
Mergulhei tão fundo em teus olhos
que você aproveitou para me afogar .
Você não me destruiu,
você me corroeu a pureza,
socou a pele ate o roxo e
cravou seus dentes no meu coração
estraçalhando ele com seus dentes de cão.
Você abre corpos apenas para deixá-los tão vazios quanto você.
Se quiser ver mais sobre mim ou meus desenhos aqui algumas redes sociais :
https://www.instagram.com/mayradinizfotos/
https://www.instagram.com/maydinizart/
No solo abaixo de nós
Arrastam teu corpo coberto de flores a cova.
Dizem adeus e vão embora .
Teu corpo foi limpo e agora reside a 7 palmos abaixo terra .
Como se isso tirasse os vermes de dentro de você.
Não há água pura que limpe tuas entranhas podres .
Todas essas flores não vão tirar teu perfume de enxofre .
Não passa de mais indivíduo agora muito bem vestido de defunto .
Pra onde foi teus milhões agora?
Acorda de dentro do caixão imundo !
Não á inferno para ti ,
Ah de viver por entre aqueles que se assemelham ,
sinta as Lacraias andarem por sua espinha,
o doce toque de formigas pelo seu corpo .
Veja como você é podre!
Esses germes viviam dentro de você !
Teu escarro de vida trouxe o caos a terra ,
tu que sussurrou aos anjos mentiras ,
rasgou inocentes entranhas para depositar teu cuspe ,
corroeu a pureza com teu gozo ,
você me fodeu sem consentimento .
Eu morri onde você me deixou ,
caminhei nua pelo chão úmido e gosmento,
coberta por lodo ,
eu via os vermes andando por debaixo de minha pele ,
eu vi minhas entranhas abandonarem meu corpo
e quando já escorria sangue dos meus pés...
Eu me ajoelhei á terra e pedi que me transformasse de volta ao barro .
Mas ninguém ouviu minha prece
Eu bebi o sangue que ainda escorria , comi as pontas de meus dedos ,
me ajoelhei ao Deus que vivia abaixo do solo.
Atendeu minhas preces me purificando com a chuva ....Mas dentro de mim , havia a necessidade ,
O verme que em mim habita.
O desejo que fugia da realidade.
De te comer putrificado .
Ola meus queridos venho informa que nesse sábado 21/10 eu estarei apresentando esse poema no teatro santa rosa aqui em João Pessoa as 5:30 . compareça quem quiser