medo
Tenho o meu pensar
Naquele estranho mar
Onde não encontro nada
Quando caio na almofada
Cabeça minha baralhada
Como aquela carta dada
Naquele dia esquecido
Tenho o olhar ferido
Aquele livro que olha
Sentada a que desfolha
As mensagens por mim lidas
Que vão deixando feridas
Todo eu quero ter
Sem nada poder ver
Remexo no passado
Estou a ser enganado
Pelo meu maior pavor
Que me traz a dor
Num mundo de ilusão
Da minha dramatização
São a penas duas cartas
Que tem vidas fartas
No mundo que me rodeia
Na vida que me odeia
Passado que és mal dito
Cérbero que esta frito
Mundo de profundo escuro
Dito por todo o meu duro
Martins Silva
1
Não sai quem sou
Não sai para onde vou
Estou a tentar fugir
Para não ter de agir
Escrevo nos actos
Como nos factos
Odeio a confusão
Olho para a ilusão
Nas pedras das calçadas
As vidas que são faladas
Ralho com o presente
Não vaio da mente
Escravidão constante
Grito com altifalante
Parem com isso
Eu não vou nisso
Nas fotos imortais
Samos todos iguais
Profundezas do rizo
Onde perdemos juízo
Martins silva
Anjos vivos
Num dia eu acordei
Sem saber que amanha serei
Chegou a noite depressa
Comi todo da travessa
Vem ai a hora de sair
Bebendo whisky para me rir
Perco a noção das horas
Vou deitando as mágoas
Perco-me de todos
Vou contando os passos
Caio no chão desamparado
Duas almas aparecem ao meu lado
Não vejo nada a frente
Perdi-me dentro da minha mente
Alas ajudam-me a levantar
Pensai que fosse voar
Mas na cama foi cair
Elas olham para mim a rir
“Lembra-te de nós”
Mas nem da voz
Os anjos vieram
Mas rápido foram
Gostava de poder agradecer
Por não me deixarem morre
(não sei bem quem elas são mas pelo que me lembro são de letras, Inês e Mariana)
(dia 28/29 de Outubro de 2008 no meu dia de anos)
Encontro
Libertai-me da quê-la dor
Passai por tamanho horror
Ignorada toda aquela vida
Esqueci-me da grande ferida
Liberta esse teu demónio
Eles não têm de ter frio
Dá-lhes uma pequena chama
Mas nunca dês a fama
Apaga o teu dito deus
Acredita mais nos teus
O ódio desse teu monstro
Deves a tu extingui-lo
Se não és capas
Cala a boca rapaz
O ódio que cinto isso sai muito bem
Afinal o medo era de mim próprio
(eu dantes tinha medo do meu pensar mas a gora não ele e que tem medo de mim.)
Falésia
Estou olhando no infinito
Para algo que não e dito
Esperando pela tua fala
Estou dentro daquela mala
Embrulhado na mortalha
Por causa de minha falha
Para o céu o no inferno
Algo que não despeno
Estou a deitar fumo
Deitado como prumo
Na falésia que arde
Por ter sido um frade
A lenha que está queimada
Pela aquela tamanha fada
Meu rosto esfriado
Cara de mal-encarado
Farto de tanto tédio
Para mim não a remédio
Nas vésperas de verão
Eu gostava de ser cão
Cinzas ao mar lançadas
Pelo escoro carregadas
Não pode comer mel
Porque não levai farnel
As vidas são amargas
Não quero as sagas
Cinco são as perfeições
Sais são as opressões
Não quero ver o povo
Porque para eles o bobo
Na miséria em que toou
Impossível ver onde vou
Invencível a toda a fome
Cá em baixo eu que dorme
O rio apenas agora acabou
Ou será que agora começou
Martins Silva
Perdido
Tenho esta folha em branco
Porque não quero escrever
Quem medirá poder renascer
Gostava para ser franco
Tão lento este relógio
Que esta no meu pulso
Sangue que eu tusso
Odeio todo o elogio
Quero ignora-lo sempre
Não estou a aguentar mais
Estou nas rectas finais
Quero poder ignorara
Irmãos de armas
Um dia seremos heróis de uma guerra
Em que lutamos apenas por um lugar
Para podermos ter o nosso próprio lar
E ditaremos o fim da nossa guerra
Teremos todos os nossos irmãos
E podermos estender as mãos
Para nos ajudar sempre
E pena e que nada e para sempre
Viver ao lado das armas
Não deitaremos mais lágrimas
Porque cada um e um deus
No qual eu não quero dizer adeus
O meu carregador estava vazio
Vocês colocaram lá as vossas balas
Vou guardar todas as vossas falas
Porque me tiraram o frio.
(obrigado meus irmãos)
Desconhecida
Sinto falta de alguma coisa
No meio disto ela poisa
A resposta tarda a vir
Porque tenho eu de sorrir
Todo o que fiz foi em metades
Nada foi por inteiro
Gostava que fosse verdadeiro
Entre todas as idades
Passeias a beira-rio
Eu sai que tens frio
Andas contra a corrente
E ficas mais contente
Como tu gostava de ser
Tens força para viver
Contens a calma nos sonhos
Parecem-me serem risonhos
Onde esta a minha mente?
Não sai onde ela estará
Vejo a perdida, só a falar
Sozinha para mim esta a cantar
Quanto tempo ela lá vai ficar
Deixai de a ver lá sentada
Enquanto eu foi escrevendo
Perdi todo o rumo enquanto vou lendo
Num lugar onde a lotação esgotada
Cada fósforo um cigarro
Fumado na tontura de cada dia
Como se fosse a hora da partida
Vejo a porta mas não a saída
Parece não saber o que queria
Vou aguentar todo este fardo
Pareço estar cada vez mais amarado
Já chega de riscar frases
Vale mais e do que tu fazes
Se procurares bem há-des encontrar
No rio lá bem enrolada
Por mim próprio encontrado
No fim deito-me na almofada
Mas a final onde e que ela esta?
E a tua será que tu sabes!?
Uma foto uma imagem
Olho na tua fotografia
Guardo o teu rosto na memória
Deslumbra-me a expressão do teu olhar
Olho e fico sem palavras para falar
Não te amo nem te desejo
Mas acalma-me quando a tua foto vejo
Olho para ti sem saber bem porque
No entanto nem tudo tem de ter um porque
Perco tempo a pensar e a escrever
Apenas sem saber o que dizer
O vento leve por ti passou
Teus cabelos lisos ele levantou
Mas ate a tua beleza se rendeu
E a calma o teu rosto lhe deu
Não sei o que escrever mais
Mas a tua imagem vale muito mais