A minha caminhada
Compreensão do mundo por vezes lenta
Loucura de um ser vivo que ainda me sustenta
Abrandamento de um olhar fixo no horizonte
O Aquecimento é esquecido foi sentimento bifronte
Terra do Nunca compreendida por uma só figura
Que Deus me abençoe por esta tremenda loucura
Sofrimento melancólico que me deu novo fôlego
O coração alcoólico agora é esquecido pelo fogo
Ardor no peito que me contagia
Ritmado por palavras, eternas poesias
Visão de uma deusa nestas palavras corrompidas
Onde estará o amor que curará todas estas feridas
Estou tão vazio que só oiço o meu eco
Como um deserto, tenho o peito seco
Areia esta tão quente e ofusca-me a visão
Eu não consigo caminhar vivo na ilusão
Alucinações que me trazem novos sonhos
Aceitação numa sombra que tudo passará depois do sono
Aparecimento e desaparecimento sem noção
De uma vida que me corre entre as mãos
Eu aperto-a contra o peito mas nada é perfeito
A imperfeição tem um nobre significado neste sujeito
Visionário eu vejo o mundo ao contrário
Cúmplice do meu próprio ser eu já sou lendário
Miragem de um amor que ainda é utopia
A boca está seca sedenta de água fria
Refresca a minha alma com esses teus toques de magia
Eu fecho os olhos e sinto o bater do coração que já não batia
Poesia que me acalma enquanto ainda te procuro
É a minha certeza que ainda estou vivo e que te descubro
Paz encontrada depois de uma ténue caminhada
Poesia dada nestes caminhos dados pela madrugada
Encontrei-te amor, já tinha saudades
Ódio levado pelo amor, ódio fechado a sete chaves
É o sinal, o recomeço de uma nova vida
Sonhos voltaram ansiando por beijos com saliva
Eu vivo amor eu sou amor
Eu transmito amor eu sinto amor
Eu sou amor eu já fui ódio eu sou amor
Na caminhada pelo deserto foi onde senti a falta do calor
Eu sou só amor
Acordo, foi só um sonho, poeta, eterno sonhador.
Os dois reflexos
Beijo ardente que ilumina a minha noite
Amor incandescente que não termina com o coito
Eu amo-te tanto quero-te mais perto
Amor que visiona agua no deserto
Acabas com esta sede que me seca a alma
Este amor que não acaba e mantém a paixão salva
Eu amo o amor de saber amar
Eu sou o amor infinito e belo como o mar
Arco-íris que me pinta todo o coração
Tesouro escondido no fundo de um porão
Mistério flamejante que voa nas assas de um pássaro
Amor eterno onde me prendo e agarro
És o meu reflexo espelhado no meu espelho
Movimento sol e oxigénio deste meu reino
E quem sou eu e quem és tu?
Tu és rainha eu sou apenas mais um tolo
Desfolho toda a minha vida num livro de poesia
A vida é mais forte junta de outra vida
Eu protejo-me e protejo-te quando não te digo
Tudo o que sinto e tudo o que vejo neste labirinto
Eu sonhei um beijo um abraço e conforto
Sonhei todas estas palavras escritas em esboço
Conto ao reflexo estas palavras que para ti não tem nexo
É amor ao reflexo em escritas sem léxico
És a minha imagem e estas sempre presente
Amor que a vida me trouxe num tom transparente.
Reflexo fechado blindado a vinte e seis chaves
O tempo corre e eu sou mágico e por vezes parvo
Encravo na contagem das batidas do coração
As rugas e os cabelos brancos aparecem sem razão
Hereditário num cenário onde eu sou otário
Eu sou estúpido, eu sei, não digo o contrário
Não vejo nenhum reflexo estampado nas aguas mais límpidas
Isso é que é triste, onde esta a minha alma
Será que existe, eu olho para a palma da minha mão
No pulso cravada a palavra do amor sem visão
Eternamente o reflexo do meu sangue quente
Pintado em tinta preta permanente
Simples neste meu reflexo obscuro
O futuro ainda é mais escuro, e a luz eu procuro
Dentro de mim num desejo com loucura
Dura perdura fura não cura a dor mais pura
São dois reflexos de mim
Qual será o mais puro e genuíno
Eu vou voltar ao princípio
Ao inicio, para saber qual dos dois reflexos será melhor para o meu fim.
Don de nao Amar
O don de não amar esta ligado a pureza
Tristeza que se emana com a minha certeza
É certo que o sentimento eu afogo-o em álcool
Natureza natural forte quente como o sol
Sou gelo mas queimo como o fogo
Sinto-me frio sombrio por dentro do corpo
Morto interiormente que me suaviza
Penumbra do amor que desaparece com uma breve brisa
Loucura que me trás uma enorme secura
Segura esta vida bebido sem brandura
Vivido dividido entre o amor e ódio
Don da escolha do não sentir em nome de código
Tu don louco num futuro tão incerto
Desperto o correcto do coração pouco aberto
É ferro é de aço agora também é de pedra
Nega a espera do amor que não me afecta
Demência que me faz bem e me faz voar
Eu quero dependência deste don de não amar
Carência do amor que me liga a poesia
O don de não amar esta sempre presente como magia
Solitário condenado a eterna solidão
Tenho o don de poder prender o amor apenas na mão
É o don de não amar
Sentimento Confuso
A falta de visão é que me trouxe melancolia
O excesso de sonhos é que me trouxe a poesia
Amor questionável por momentos breves
Nada é decifrável são apenas sonhos leves
Neves que congelam-me o coração
Síndrome de poeta que aumenta a pulsação
Escrita genuína não deixa que o coração pare
É quente é calor é chama que no chão arde
É rápido é contacto é colapso no acto
Por culpa de um Homem que quebrou todo o pacto
Prioridades são confusas na pele que abusas
Usas sentimentos quando não me recusas
Sou intruso e não abuso do meu corpo sujo
Não sou intrujo não burlo sou poeta luso
Fujo da negação da acção sou limpo e límpido
Quando entro para dentro de ti com um toque rígido
Desculpas são bravas e consumadas
São batalhas que tu travas quando dizes que me amas
Não é falso não é mentira
Por mais que não queiram sentiram sempre a minha ira
Fira a mente derrepente num sentimento tão diferente
Eu sou diferente não compreendes por mais que eu tente
Farto do abstracto quero passar para o concreto
Pouco dialecto mais acções mesmo não sendo certo
Peso na cabeça orientado pelas tonturas
Sou mais forte que as tuas previsões futuras
Respirações nulas tabaco infiltrado
Fumo branco que respiro para ser mais rápido
Olhar sobre mim mesmo mão na testa
É um teste que atesta sou só a alma que resta.
Criador de Sonhos
Criador de sonhos que busca o inatingível
Em busca de algo mais forte que o visível
Eu crio o teu sonho em tons de fogo
Cor do céu de um sol-posto
Oposto de uma noite escura que não me arrefece
Calor que me sua que apregoa a minha prece
Flor que solta as suas pétalas coloridas
Eu crio o teu sonho com sons de vidas
Primeiro grito de um ser vivo
O choro da vida com amor consumido
Eu amo-te vida e crio o teu sonho
Em palavras sem perdoes que eu sempre perdoo
Primeiro sonho o que escrevo, depois escrevo o que sonho
São pinturas de Van Gogh em escrituras que ninguém descobre
Eu crio este sonho que é meu que é teu
Visionário sem fundo do meu próprio eu
Aura que transmito em contágio de loucura
Sonhos em palavras que cria a ternura
Amor emotivo de um eterno sonhador
Corroídas as miragens pelo cabrão do impostor
Mas eu continuo a criação do nosso criador
Sou Deus das palavras Jesus e toda a sua dor
Eu tive um sonho criar os vossos sonhos
Fui eu que criei a mulher e todos os seus contornos
Criador de sonhos em busca do inacessível
O impossível é possível basta confiar nele
Insaciável na escrita poética
Eu não paro de criar sonhos nas vidas mais caóticas
E eu sonho que o sonho não pode ter fim
Vive a realidade do sonho criada dentro de mim
Rejubila a vida no teu sonho que mais brilha
O sonho da poesia que eternamente será lida
Criador de sonhos inestimável
Aqueles sonhos que tu vives no teu toque palpável
Eu crio o teu sonho assombrado por fumos
Pele sensível de cor clara orvalhado por perfumes
Gotas salgadas que escorrem pelo teu rosto
São ácidas e corroem todo o teu gosto
Crio sonhos que dão vida as estrelas
Mas as mortes chegam e tu contínuas a não percebe-las
Crio ciclos vivos reino dos vícios
Sou criador de sonhos de todos os fins e princípios
Sou o único criador de sonhos ainda vivo
Continuo a criar a minha eternidade neste livro.