Quero voar...
Quero voar…voar bem longe
Navegando no sopro do vento norte
Sobre os desertos de fogo que foge
Sobre os caminhos inventados da sorte
Quero voar sem as asas perder
Até encontrar o teu secreto coração
Com as palavras esquecidas crescer
E misturando sonhos pedir perdão.
Quero voar sem sentir dôr
E perder-me nos jardins do teu amôr.
Subitamente, para minha surpresa...
Subitamente, para minha surpresa, senti uma lágrima rolar pela minha face. Acariciando a minha pele, suave mel salgado . Em rota adquirida se precipitou no chão se desfazendo em mil goticulas, espelhos dos meus sonhos, tremendo ao vento traiçoeiro que, soprando através da janela semi aberta, teima em baralhar os destinos e os percursos já delineados pela mente e apadrinhados pelo coração.
Qual o tempo, qual sorriso
Qual lembrança que esqueceu
O vento leva nos lábios
A saudade que morreu
E eu fiquei sem saber
Se o amôr, a dôr, o riso…
Me deixam tão indeciso…
Qual dos três não serei eu ?
Apenas penso e não sinto
Tudo o que percorro eu minto
Deixei de ser quem não era
E sou apenas quase nada
Todo o resto é heresia
Todo o resto
É sonho que passou na madrugada
MÃE
Mãe
Berço de vida
Porto seguro
Luz que ilumina
Figo maduro
Voz que alimenta
Grito que educa
Mão que acaricia
Ombro que escuta
Estrela do meu norte
Sol que perdura
Mãe de Maio
Dona do meu geito
Fatima da minha fé
Senhora do meu peito
Dentadas...
Dentadas dadas com carinho não rasgam a alma.
Amôr é...
Amôr é
Morrer por quem se ama
E eu morro por ti
Por tudo o que vivi
No tempo em que tu e eu
Éramos apenas um
E um novo futuro nasceu
Morro por ti
Assim…nasço eu.
Nunca é tarde para o fogo que arde nos irriquietos corações.
Vai na noite...
Vai na noite
O halito
Dos meus passos incertos
Na escuridao do adeus
No rumo de estrelas cadentes
Perpetuadas no ceu
Vai no tempo
O rasto incompleto
Do meu eu secreto
Abandonado nas margens do medo
Vai no vento
O corpo repartido
Pelo fio das palavras ditas
Imagens aflitas
Da imensa solidao
Vai e vem
O som das coisas simples
E das preces divergentes
O resto sou eu
Simples gesto do que me deu
Que dizer da noite...
Que dizer da noite
Do som e do silêncio
Do neon ardente
Que vigia a cidade
E do olhar insano
Nas muralhas de vento
Rosas perdidas
Na intensa claridade
Que dizer dos outros
Do tempo e da razão
Das almas em prece
Em risco de saudade
E da fé traida
Nas ruas incertas
Rosas perdidas
Na imensa ambiguidade
Injecta-se o veneno
Nos corpos já feitos
Na luz e no mêdo
Deixo a brisa lavar meu rosto...
Na suave brisa da manhã lanço os meus sonhos, em palavras soltas, esperando que a brisa as enriqueça no seu caminho e no regresso me devolva a alma que perdi- quando vos perdi - quando falar doia, quando as frases se desfaziam nos lábios cerrados, quando o coração se recusou a entender o que a minha alma fazia, quando o silêncio gritava tão alto que as lágrimas corriam assustadas e se perdiam misturadas na chuva, diluindo o tempo, a saudade, o futuro, levadas para este imenso mar vazio onde exilo o meu peito e me delato sem palavras de dicionário.
Parado no tempo, sem passado ou futuro, presente incerto, viajo no vento qual folha seca, bailando ao sabor dessa brisa. As pegadas que deixo me confundem no caminho de regresso e o encanto do passo certo fica adiado nesta amnésia de emoções, desvios e incertezas. Resta a esperança que o vento se apaixone pela vida e a brisa me traga a vedadeira côr dos meus sonhos.
Deixo a brisa lavar meu rosto, marcar o rumo das minhas lágrimas.
A vida deveria ser...ou não?
A vida deveria ser uma viagem em circulo que nos permitisse rectificar os nossos erros, optimizar as nossas virtudes ,sentir novas emoçôes,explorar novas fronteiras, ver coisas que nos escaparam da primeira vez,limar todas as arestas até á perfeição. Seria repetitivo… monótono… previsivel… talvez, mas aí a morte teria o encanto do passo certo, logico, seguro,transitório para um novo circulo. Um novo circulo noutro espaço, noutra dimenção,noutra atitude. Um novo circulo de criação, conhecimento,evolução, decadência, exterminio e recomeço.
...vais sentir ainda o delfim respirar..
MARTE
FERE
DE MORTE
A SORTE
DE SARTRE
QUE PARTE
P´RÓ NORTE
DE MARTE
AJUSTE
DO NORTE
QUE PARTE
DE SARTRE
E FERE
DE SORTE
A MORTE
DE MARTE
É O FIM
DO DELFIM
ENFIM
AI DE MIM
QUE SORTE
DE SARTRE
É ARTE
DE MORTE
QUE PARTE
DE MARTE
AO NORTE
DE MIM