Se eu pudesse ...
Pudesse eu não ter limites...
E o mar seria o cenário de fundo...
Num misto de incerteza e infinito...
Viria em forma de mar...
Trazer a minha boca o teu beijo...
Tal não seria o desejo...
De cada vez que me viesse beijar...
Se eu pudesse...
Se me fosse permitido...
Fazer do mar um amigo...
Fazer de ti um amor...
Ter em cada onda um carinho...
Em cada gesto uma flor...
Se eu pudesse...
Ai se eu pudesse ...
Em qualquer lugar ...
Sempre...
Em algum lugar,
Lembrarei de ti... de nós
Dos sonhos e planos,
Desejos humanos
Que um dia dissemos sentir...
Sempre...
A qualquer hora
Num lugar qualquer,
Os teus olhos murmuram
Desejos calados,
Mumificados pelo tempo
Sempre...
Para sempre...
Bastará um fechar de olhos
E o teu fantasma...
Ali estará
Sempre...
Ana Cristina Cardoso
Nas tuas mãos ...
Nas tuas mãos ... por entre os teus dedos ...
Acalmas o meu querer ...
Fazes de mim leoa brava e leoa mansa ...
Que não descansa ...
Só para te amar ...
Por entre os teus dedos ...
Escorro eu, feita essência ...
E na mais pura inocência ...
Fazes-me mulher ...
Nas tuas mãos ... Nas tuas mãos fervilho ...
Como se acendesses um rastilho ...
De fortes emoções ...
E depois ...
Ao amanhecer ...
Nessas mãos de querer ...
Acalmas-me o ser ... deixas-me descansar ...
Para mais tarde voltar ...
A acenderes-me tua ... Nas tuas mãos !!!
Não prometas ...
Farta de planos, promessas, enganos...
Que consomem a alma...
Cada dia um pouco mais...
E esse teu olhar, dizendo que será diferente...
No meio de tanta gente...
Não me consegue fazer sorrir...
Não ...
Não prometas ...
Que mais uma vez vais voltar ...
E que na tua boca...
O Mundo vai mudar ...
Não ... não mais uma vez ...
Me iludirei nas tuas palavras ...
E me contarás rábulas de me fazer brilhar o olhar...
Não ...
Desta vez, não será assim ...
Pois um grande Amor...
Também chega ao fim!!
Eu ...
Deixa-me viver,
Deixa-me olhar...querer,
Deixa-me respirar do ar que se sente lá fora,
Deixa-me comtemplar o horizonte,
E atrás daquele monte...
Está um Mundo por descobrir...
Deixa que eu seja eu,
Com tudo que tenho,
De bom e menos bom...
Com dias de Arco-Íris,
E outros cinzentos...
Com palavras amargas,
E outras de afecto...
Com sorrisos profundos,
E lágrimas intensas...
Uns dias tão segura,
Outros tão frágil...
Com um nascer de Sol,
em cada manhã...
E nuvens cinzentas,
em cada fim de dia...
Deixa-me ser eu...
Conserva a minha essência...
Única,
Verdadeira,
Original...
Mesmo que ás vezes,
me magooe a mim própria...
Com actos tão terrívelmente aguçados,
Como um punhal!!!
Ana Cristina Cardoso
Meus dias de Mulher ...
Contando pelos dedos os dias que já vivi...
As histórias que ouvi...
Os sorrisos que dei e as lágrimas que caíram...
Contando bem...
São já muitos esses pequenos pedacinhos de mim...
São tantos ou tão poucos que os guardei...
Dentro de uma caixinha pequenina...
Porque alguns permanecem iguais, outros ainda crescem ...
Há dias em que sou a mais brava das almas...
Guerreira ... quase selvagem...
Num misto de exotismo e coragem...
Há outros, em que fico quieta no meu canto...
Choro cada pranto...
E sinto-me o ser mais minúsculo...
Frágil, indefesa ... sem saber para onde ir...
Nessas alturas lembro ... que o tempo é por vezes cruel...
Teima em correr ... e coisas que eu pensei viver ...
Não vieram ...
Não vieram, mas veem um dia ...
Só não sei para quando a alegria, de os ver chegar...
Hoje, sinto-me assim ...
Frágil e indefesa, como uma pequena presa ... pronta a ser atacada ...
E no coração que é do tamanho do Mundo...
Não cabe nada... de apertadinho que está...
Os meus dias de Mulher ... as minhas coisas ... os meus segredos ...
Misto de sedução e carinho ...
Guardo aqui num cantinho ... para te dar ao amanhecer ...
São assim ... Os meus dias de Mulher!!!