PARALELAS
PARALELAS
Ela vivia no Gerúndio
Correndo
Sofrendo
Acreditando
Chorando
Temendo
Querendo
Chegando
Partindo
Morrendo
Ele inseguro, no Pretérito Futuro
Esperaria
Tentaria
Insistiria
Pensaria
Falaria
Amaria
Assim, é imperativo
Que nunca vivam
O Presente do Indicativo
MARGEM
MARGEM
Pra onde foi o caminho que um dia passou por mim?
Seguiu só sua caminhada
Deixei-o ir...
Não sei por que o fiz
Se tudo que eu mais queria era partir
Pra onde foi o caminho que um dia passou por mim?
Será que vaga sozinho...
Que rota terá tomado?
Pra onde foi o caminho que até pensei que era meu?
Talvez, esteja distante num outro tempo e espaço
Quem sabe?
Enquanto eu quase perdida nesta encruzilhada busco a rota a ser tomada
Por onde anda o caminho que por aqui passou?
Talvez, fosse o tal destino que de mim desencontrou
CONFIDÊNCIAS
CONFIDÊNCIAS
Não gosto quando as coisas calam
Gosto quando as coisas falam,,,
falam coisas(sem medo)
Gosto quando as coisas falam!
Falam coisas que calam... dentro de mim!
MOLECAGEM
MOLECAGEM
O vento passou por mim...
Soprou-me um segredo!
Como eu não entendi
e fugi cheia de medo...
Ele (desencantado com a minha reação)
tentou levantar-me a saia
que segurei com as mãos
MINHA ORAÇÃO
MINHA ORAÇÃO
Nossa Senhora dos Desenganos
Dos descaminhos humanos
Senhora dos esquecidos
Senhora dos que padecem
Dos que não merecem prece
Senhora dos desvalidos!
Senhora dos sem fronteiras
Senhora dos sem raízes
Senhora das meretrizes!
Senhora dos inconcientes
Senhora dos inclementes
Senhora dos infelizes!
Senhora dos injustiçados
Senhora dos mal-amados
Senhora dos desalmados
Senhora dos que não dizem...
Senhora dos que proclamam
Senhora dos que profanam
Senhora dos que bendizem
Senhora dos que desvelam
Senhora dos que velam
Senhora dos que esperam
Dos que se desesperam
Senhora das cicatrizes!
Senhora das pegadas jamais apagadas..,
Senhora da Luz!
Senhora da Clemência...
Perdoe-me a impaciência!
Devolva minha cruz!
INTERROGAÇÃO
INTERROGAÇÃO
Há tantas vidas,em cada vida,tecendo urdida malha
e só nos damos conta da existência migalha
Há riquezas de fatos,tomadas de decisões;
circunstâncias que impedem ou aprovam ambições...
Caminhos intrincados,obstáculos agregados,
escolhas convenientes...
Erros acertados,acertos desbaratados
Decepções indigentes
Rumos amaldiçoados
Vitórias inesperadas
Choques de acontecimentos
Fatalidades travadas,covardemente entalhadas,
no impiedoso tempo
Virtudes abandonadas
Qualidades exacerbadas
Dissimulados defeitos...
Tantas vidas eclodidas,
perdidas,
renascidas,
revolvidas num só corpo...
...e ninguém dá conta delas?
Por qual?
Por qual,se chora o morto?
LUZ
LUZ
Conta-me tuas aventuras
Dize-me o que procuras
Lá...
Tão dentro de nós!
Fala da ansiedade!
Faze-me entender a vontade
que extrapola os limites
e alimenta a tua coragem
Obedeces a esta engrenagem
que no teu peito arde
e que a mim...me faz covarde
e a ti...
-poeta faz!
QUEM QUER CASAR?
QUEM QUER CASAR?
Castanha e lisa cor
cobre teu corpo brilhante!
Com graça desconcertante
caminhas por toda parte
Perscrutas meio assutada...
mas segues as coordenadas
do teu destino inconstante
Provocas os meus sentidos
e à embriaguez te condeno
(usando do meu veneno)...
Eu sei que tu não me escapas:
-Inda mato estas baratas!!!!!
AOS POETAS
AOS POETAS
Conta-me tuas aventuras
Dize-me o que procuras
Lá...
tão dentro de nós!
Fala da ansiedade!
Faze-me entender a vontade
que extrapola os limites
e alimenta a tua coragem
Obedeces a esta engrenagem
que no teu peito arde
e que a mim...me faz covarde
e a ti...
poeta faz!
A PERGUNTA QUE NÃO CALA
É tarde...
Inútil é buscar a verdade que a origem perdeu
Quando a morte não desculpa...
A vida se culpa e perde a razão
Tantos atos insanos...infinitos...desumanos...
Não se esgotam no tempo
Diante das evidências,onde as consciências?
A quem o remorso corrói?
Dói, uma dor inaudita!
- Dor - a palavra maldita
que não cala
que não fala
que não se dilui na memória!
O silêncio se expande
A vida se abre em chagas!
Pelo Universo em pranto, ecoa em todo canto
a pergunta:
- Por que matas?