Canto triste
Rosas expostas ao vento
Saudade acalentando a alma
Desejo ver-te em versos
Cantando amor e sonhos
Sonhos que vivem no meu ser
Invadem meu íntimo
Levam nas asas da paixão
Fazem feliz meu coração
Canta! Canta neste jardim
Que estou a te escutar
O canto de mavioso pássaro
Sempre hei de admirar
Canta! Canta, que me fazes feliz
Tenho vívidas inúmeras desilusões
Hoje quero ser teu aprendiz
Canta! Manda embora minhas ilusões
Canta! Renascem as esperanças
No jardim coberto de flor
Onde felizes as crianças
Brincam com pétalas de amor
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Povo das águas
Ondas furiosas se erguem
Tentando engolir a inocência
Que luta bravamente
Espera e quer sobreviver
Crianças sobem no convés
Satisfeita, espreita a indecência
Aliciando covardemente
Quem luta para viver
Mais uma inocência ultrajada
Mais uma esperança vencida
Meninas que se fazem moças, exploradas
Homens que se tornam bichos, demônios
Governo inerte que não vê nada
Mídia que ignora, vendida
Crianças sendo violentadas
Frustrando a inocência, frustrando sonhos
Cenas poéticas
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Mar serenado
Olhos fechados
Brisa suave no rosto
Alem, o mar calmo
Cenas poéticas
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Beleza divina
A simplicidade é um ornato que enfeita a vida de homens e mulheres, tornando-os mais belos diante do seu semelhante e atraindo a benevolência de Deus.
Cenas poéticas
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Abandonada na praia
Uma rosa abandonada na praia
À espera de seu amor que partiu
Compadecida de sua sorte
As águas vinham refrescar-lhe as pétalas
Ao sentir o frescor das águas
Ela lembrava-se das últimas palavras
No momento do embarque:
“Hei de voltar, te amo!”
Porém, iam passando os dias
E a rosa na praia passeava
Com os olhos voltados para o horizonte
Perscrutando as águas do mar
Desalentada, murmurava uma canção saudosa
“Foi, pra nunca mais voltar”
Mas, a rosa não perdia as esperanças
Todos os dias voltava à praia
E indagava às gaivotas do seu amor
Que pipilando respondiam:
“Vimos, mas não sabemos se volta
Partiu pro alto mar
Levou a alegria consigo
E a saudade deixou cá”
E assim, passavam-se os dias
E a rosa murchava, fenecia
A saudade a consumia
Mas mantinha a certeza
Do regresso do seu amor
As ondas, suas companheiras
Vinham beijar-lhe os pés
Mitigando-lhe a dor
Lançava objetos na areia
Para alegrar a pobre rosa
Outras vezes, brincavam de desmanchar castelos
O que a rosa fazia maquinalmente
Pensando: “Desfez-se meu castelo de sonhos
Nunca mais hei de encontrá-lo”
Numa destas manhãs límpidas e claras
As ondas jubilosas
Beijavam os pés da rosa
Que cantarolava sua canção de saudades
Eis que surge ao longe
Um barco que volta
Um grito potente é ouvido:
“Voltei, voltei porque te amo!”
A rosa é levada pelas águas até o barco
Para encontrar seu amor
O cravo, que marcara seu coração
Suas fiéis companheiras
Desenham na areia da praia:
“O amor sempre vence!”
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Na partida um anjo lhe sorria
Na partida um anjo lhe sorria
Uma aura iluminava todo seu ser
Nada receava, nada temia
Confiava no iluminado anjo
Que estendia-lhe formosas mãos
Em um convite de amor e doçura
No último adeus
Sua alma cândida, pura
Era aceita por Deus
Representada no seu porta-voz celestial
Que colhia preciosa flor
Apresentando-a ao ser Divinal
Agradecia, uma prece murmurava
Com o brilho intenso dos olhos
Pois seu lábios nada pronunciava
Apenas entreabertos, sorria
Assim, encontrou a Deus
Que o esperava de braços abertos
Ao som de clarins e luzes intensas
Houve regozijo intenso nos céus
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Caminhos
Nos caminhos por onde andaste
Eu te segui e me ocultei
Temia de que não me amasse
Por isso nunca me mostrei
Segui de longe teus passos
Querendo por ti ser aceito
Quis estreitar-te em meus braços
Encheu-me de dores o peito
Mas o destino assim quis
Em coincidência feliz
Ao admirar tua imagem
Fui por ti desejado
E no fim dessa viagem
Caminhamos lado a lado
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Definição de Amantes
Amante é...
Amor presente nas pessoas
É pensar nas coisas boas
Sentir saudade de quem está ausente
Amante é...
Amar e ser amado
Entregar-se em adoração
Ser eterno enamorado
Amante é...
Esquecer as desilusões
Crer no amor perfeito
E buscar a felicidade com fé
Cenas poéticas
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A dificil conquista da felicidade
Comparo a felicidade a uma flor que brota em cima do lajedo. Nossa vida é este lajedo bruto, porém, brotando a felicidade, há de ter um efeito contrastante.
Cenas poéticas
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O ladrão enganado
Quero o que tens de mais precioso
Sou um audacioso ladrão
Não quero prata, jóias, ouro
Venho roubar teu coração
Venho roubar teus sentimentos
Aprisionar tua liberdade
Furtar de ti mil juramentos
De amor por toda a eternidade
Colher as flores que plantaste
Ferir teu coração que nunca amou
Ocupar tua mente com meu rosto
Fazer-te sofrer de desgosto
Virei e sutilmente com engano
Palavras suaves, dizendo que te amo
Quando perceberes, estarás dominada
Serei teu dono, assim algemada
Vim roubar e fui roubado
Ferido, tristonho, cabisbaixo
Eu pensava que era ousado
Não passei de pobre coitado
A vítima me escapuliu
Sem deixar sequer um recado
Foi para longe, fugiu
Deixou me só e enganado
Cenas poéticas
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