O cais dos sentimentos
Quando
as emoções forem tantas,
o sentir se junta
a exaltação d'alma,
e as lágrimas invadem
o cais dos sentimentos,
e nada mais há a fazer,
senão, fundir abraços
no calor do abraço.
Tropa mata tropa
Tropa mata tropa
E não ganha nada em troca,
Morrem pela bandeira, dizem…
Bandeira que só sabe brincar ao vento,
Nem verte lágrima por cada tropa que cai.
Caem e voltam a cair tropas, e lá do alto,
Nos hastes que furam o olho do céu,
As bandeiras dançam tango com o vento,
Sem quererem saber dos corpos a enterrar
Por sua culpa.
Peta
O dinheiro corrompe a alma
Ter tanto dinheiro
É ter o diabo n'alma,
Por tantos mendigos se passa,
E nenhuma tostão se deixa tinir
Em mãos estendidas ao vento
Peta
Chuva amiga
Chuva amiga,
Me dê tuas lágrimas,
Lágrimas que dão vida
À terra poeirenta
Lágrimas parteiras
Que da terra molhada
Dão luz à existência
E perpetuam gerações
Da terra molhada
A vida brota, revitaliza
Pinta de verde os pastos
E dá fartança aos homens
Peta
Verão e gulosos olhares
Aí, vem o verão,
onde corpos são entregues ao sol
e aos gulosos olhos,
que buscam o desconhecido,
nos corpos pelados dos banhistas.
Vultos desnudos
dos príncipes e princesas do ocaso,
tornam-se no epicentro dos olhares
afogados em imaginações impossíveis.
corpos lambidos pelas línguas do sol,
expõem tudo ou quase tudo,
e fazem batucar corações,
que levantam poeira nas ondas.
Peta
O plagiador e o ciumento
O plagiador furta bons poemas
Pra se adentrar furtivamente
No mundo dos poetas,
O ciumento difama bons poetas,
Pra inseri-los no seu submundo.
Se a verdade é pra ser dita,
Dos dois, quem é o pior inimigo
Da literatura?
Se é amante da poesia e da verdade,
Não vire a página sem responder
Peta
As guerrinhas
não sei encurtar asas
às sombras
nem podar cabelo rebelde
que de mim se levanta
e tece guerrinhas no pó
dos meus olhos
Peta
A dor do desamor
Na dor do desamor
Coração chora com vigor
E a alma é banhada de lágrimas
No silêncio de quem desama
Peta
Careço do teu beijo
Eu sou pedaço dum céu
Num jardim sem flor,
Namoro beija-flor
À espera do beijo teu
Nas folhas caídas do jardim
Careço de teu beijo
Pra acalentar este desejo
Que me veste de cetim
Peta
O efeito das sombras
Sombras são sempre sombras
E nada mais,
Quando assombram a alma
A dor nasce e magoa corações,
É impossível livrar-se das sombras
Elas caminham ao nosso lado
E quando possível, saem das sombras
Pra assombrar destinos prescritos
Peta