Se a saudade for pouca
Se a saudade for pouca
A paixão dissipa-se com o tempo,
O coração esquece o passado
E o amor precocemente morre
Choram corações no silêncio
Sem lágrimas nem lástimas,
E se premedita o enterro do amor
No cemitério dos enfados
Peta
O dinheiro corrompe a alma
Ter tanto dinheiro
É ter o diabo n'alma,
Por tantos mendigos se passa,
E nenhuma tostão se deixa tinir
Em mãos estendidas ao vento
Peta
Chuva amiga
Chuva amiga,
Me dê tuas lágrimas,
Lágrimas que dão vida
À terra poeirenta
Lágrimas parteiras
Que da terra molhada
Dão luz à existência
E perpetuam gerações
Da terra molhada
A vida brota, revitaliza
Pinta de verde os pastos
E dá fartança aos homens
Peta
As guerrinhas
não sei encurtar asas
às sombras
nem podar cabelo rebelde
que de mim se levanta
e tece guerrinhas no pó
dos meus olhos
Peta
A dor do desamor
Na dor do desamor
Coração chora com vigor
E a alma é banhada de lágrimas
No silêncio de quem desama
Peta
Careço do teu beijo
Eu sou pedaço dum céu
Num jardim sem flor,
Namoro beija-flor
À espera do beijo teu
Nas folhas caídas do jardim
Careço de teu beijo
Pra acalentar este desejo
Que me veste de cetim
Peta
O efeito das sombras
Sombras são sempre sombras
E nada mais,
Quando assombram a alma
A dor nasce e magoa corações,
É impossível livrar-se das sombras
Elas caminham ao nosso lado
E quando possível, saem das sombras
Pra assombrar destinos prescritos
Peta
Dás-me teu amor e dou-te meu afeto
Irmão!
Se me deres teu amor
Dou-te meu afeto,
Se me abrires teus braços
Dou-te meu abraço,
Se me soltares teu sorriso
Dar-te –ei minha alegria,
Se houver espaço
No teu coração,
Depositarei minh’alma,
E amaremos este mundo,
Onde todos cabemos
E sobra inda lugar,
Pra geração vindoura.
Peta
Na barca do amor
Na barca do amor,
A visão guia
A alma ordena
A paixão coordena
O coração segue as coordenadas
Traçadas pra amar.
Peta
Passear o cão
Diz-se passear o cão,
Mas entre homem e cão
Quem passeia quem?
Peta