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de

 
 


. façam de conta que eu não estive cá .





espero-te à porta com o coração nas mãos para te entregar. da minha história não falam estas paredes, ainda tão puras de mim, ainda tão brancas que nem o negrume da noite lhes traz um pouco do que tenho para te dar. quero que saibas que já há algum tempo espero por ti, pés adentro do corpo, alguma solidão entre as rugas das mãos e esta tão longa e dura melancolia. falar-te-ei da sombra crepúscular dos meus afectos, escrever-te-ei poemas entre os poros e vida fora dedicar-te-ei o meu silêncio, em penas ou prantos ou outros gemidos, entre noites mal dormidas e não jeitos de te amar. perdoa-me por não saber dar-te, de outro modo, o que me resta do que sou. ao passado deixo estas memórias, invioláveis, tão imperfeitas como as feições do meu rosto ferido de lágrimas. ao presente e ao futuro deixo os nossos corpos dados um ao outro, na mais perfeita sintonia de que já alguma vez se ouviu falar.


 
Autor
Margarete
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Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 26/04/2010 21:49  Atualizado: 26/04/2010 21:49
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 Re: de à mar
há várias estações que o peito rasgado espera o amor. seja à chuva que escorre, ao calor que abrasa a pele, em silêncio espero o meu amor.

um beijo