Poemas : 

Coxas rasgadas

 

Lembro como se fosse hoje,
aquela madrugada de inverno,
a sala revestida de mármore,
branca como tuas coxas
que se rasgaram na minha pressa de ser.
Sou desde aí impassível
ao sangue que te escorre
e retinta o alvo lençol.
Sou na insensibilidade dessa dor
que não queria sentir
mas que almejo minha.
Em cada letra,
cada palavra que te dedico,
escorre o mesmo sangue
que macula a alva nulidade,
e marca
o percurso errante que me traçaste.
Eternizas-me
o inverno do momento que fui,
essa dor que não devia ser minha.
 
Autor
jaber
Autor
 
Texto
Data
Leituras
857
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
3
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/11/2011 21:36  Atualizado: 10/11/2011 21:36
 Re: Coxas rasgadas
Sensibilidade...
...e desejada cumplicidade.

Muito bom!

Abraço
Berloques

Enviado por Tópico
Carlos_Val
Publicado: 10/11/2011 21:57  Atualizado: 10/11/2011 21:57
Da casa!
Usuário desde: 11/03/2011
Localidade: Braga a residir em Gaia
Mensagens: 421
 Re: Coxas rasgadas
o poema traduz sensibilidade conjuntamente perda, rico em síntese e vocabulário, grato pela partilha

abraço poético

Val

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 11/11/2011 00:11  Atualizado: 11/11/2011 00:11
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 17963
 Re: Coxas rasgadas
Exposta a lua na peneira do dia... essa dor de amanhã repousa serena no hoje. (obrigada) bjs