Sonetos : 

COMO CÃO SEM OSSO

 



Nascemos no deserto, como cão sem osso.
Somos filhos da madrugada aqui proscritos.
E há crianças loucas espectros de um poço
Pra onde correm as águas e outros detritos.

Sim! é isso! somos todos rudes divergentes
Esperando o próximo comboio, na estação.
Deserdados, numa Terra de dor, indolentes
Clamando o nome de Deus – ó provocação!

O grande lagarto banha-se ao sol de verão,
E eu só queria saber o que se passa aqui…
Quais os limites alcançados pela percepção.

O mundo está em fogo, há ruínas no teatro.
Alguns salvaram-se, outros ainda ardem ali.
E na rua um reboliço, de gente em aparato.

Jorge Humberto
07/12

 
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jorgehumberto
 
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