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“Gira bola, que gira”

 
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Sou tudo !
O céu. A terra. O mar.
No tempo aconteci, hei-de acabar
E comigo, inteiro, o mundo.

Este saco de entulho
Sem fundo,
Onde vasculho
Até a morte... Lá estar.

(Que fique bem escondida
Até mais noite ser,
Enquanto a vida
Me apetecer.)

Pois eu, até gosto tanto disto,
Disto que é, andar nisto,
Neste mundo dos humanos.
Que amamos e odiamos,
Escutamos e ignoramos. ...

Ser aqui,
Juiz. Júri.
Advogado.
Inocente. Cúmplice.
Culpado.
Réu absolvido,
A testemunha condenado !

Nesta bola, tão gira,
Que gira.
Dia e noite, sem parar.
E a cada momento que gira,
Nos faz girar !

É o tempo a passar,
A história a desfilar. ...
Por altos e baixos,
Estradas com buracos,
Mas também, vias rápidas.
E mesmo, vias lácteas !

Por tentações e excessos.
Privações e carências.
Ilusões e abcessos.
Acções. Paciências.


(... E pensar que tudo isto,
Tudo a que assisto
E por ora, resisto.
Ao fim disto, me irá levar. ...
É cedo ainda,
Tenho tudo ainda,
Tão ainda,
Por começar)

Nesta bola, tão gira,
Que gira.
Dia e noite, sem parar
E a cada momento, que gira
Nos faz girar !


Urbano da Vila

 
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Urbano-da-Vila
 
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