Acabou a poesia que me sustinha a fé nos dias, e corria bicho solto pelas campinas do meu querer. Aquele que rolava em novelos de prazer pelas ladeiras dos sentimentos, bolhas d’água e sabão, delicadezas a explodirem em festas no ar.
Triste ver um poema espalhado pela casa, mãos perdidas dos dedos pelos cômodos, sem poder na pena e tinta tomar vida.
E um grito canta da sala à varanda, uma música cai do piano, uma lágrima alimenta o aquário e a alegria sai pela porta da frente. Na soleira um sorriso sem viço sobre o tapete de boas vindas.
Tudo por causa daquele nome retido na boca, que feito um livro guardou as palavras, e, levou consigo os meus versos. Sem ele não existe poesia que valha um poema.
Já não me lembro d´ontem "da ocidental praia lusitana" nesta minha amnésia quinhentista sei que existes - ó estrofe lusíada ! mas não sei se existe o teu tempo ... e ... sei ... que não existe mais a caravela que te ergueu - ó epopeia ! agora , em arremesso desesperado , o pescador , lança a rede ... e ,como se fora oráculo, pesca o mar morto
Como se tudo em mim estivesse certo Parte de mim já enlutou de vez A Vida não me sabe, me esqueceu decerto!? Poesia amanhã quem sabe, talvez?! Paradas estão minhas palavras, me surgem tardias Distraídas, ocupadas, ausentes até. Esboroam-se no rasto dos meus dias Estão remando contra maré.
Leva-as a raiva duma lágrima em liberdade Deixam meu chão castanho de saudade Fico ferida, espero por elas nos poentes Sei-me perdida, não há modo de as entender Depuro-as com doçura, lanço-as como sementes Embalo-as no regaço, onde as deixo adormecer.
Desfazadas no tempo, cobre-as um nevoeiro Fizeram meus sonhos hoje vagabundos Sigo-as com amor, sigo-lhes o cheiro Tremem na memória, nas mãos em gestos profundos
Caio na noite que se avizinha Adormeço no útero de onde hei-de renascer Ficou uma palavra como eu sózinha A palavra AMOR Disponho-me agora às lágrimas, neste Outono a acontecer Como ao orvalho, se dispõe uma flor.
Mas de repente alguém chorou apesar de nascer um novo dia e a pobre gota surpreendida bebeu as lágrimas caídas voltando de novo a encarnar a beleza colorida das flores
Deslizou feliz pelos caules esguios porque as lágrimas que sorveu era de um amor belo e cristalino
O destino modificou-se e no livro grosso da vida ficou lá escrito então
Enquanto na terra existir lágrimas vertidas por amor nunca mais a pobre gota submissa morrerá de desilusão e viverá sempre em pleno esplendor.
Sorriso que inspira a luz do sol brilho das estrelas na pupila Dedos que merecem cada anel de saturno visao da perfeiçao na minha retina Iris farta de amor e melanina Labios que me prendem a voce presença que ilumina Alma rica dadiva divina Sua luz interior se propaga pelo breu das esquinas Leva estigmas da vida e o calor da aurora Menina mulher senhora Razao da flor que aflora Lagrima inocente da pequenina menina dos olhos que chora Forma um oceano de saudade quando vai embora
Quando nas mãos de Deus a gente se coloca, No coração o regozijo faz morada, Fardo fica leve, aflição não mais sufoca... Cessa a lágrima! Vislumbramos nova estrada!
Quando nas mãos de Deus a gente se coloca, A vida se renova ao longo da jornada. Profundamente, a dor do nosso irmão, nos choca. E perdão nós liberamos de alma lavada.
Quando nas mãos de Deus a gente se coloca, O receio pelo amanhã não faz pousada. Vencer batalhas, a fé sempre nos convoca! E a alma, pra tudo, se sente preparada.
Quando nas mãos de Deus a gente se coloca... Vida eterna é a parte da herança que nos toca.
Vejo-te ao longe. O meu coração bate mais forte com a tua chegada. Aproximamos-nos e o coração quase que para. A primeira lágrima rola em sinal de tanta saudade e amargura de tão poucos anos de existência. Corro. Mais veloz que o mais veloz animal acampado na selva. Veloz veloz veloz... Mas tu sempre mais que eu. E o tempo não passava. Pareciam anos e anos a separar-nos. Finalmente, frente a frente, soltei um suspiro, e o tempo não durou mais. Senti o teu corpo junto do meu, o teu bater do coração, a tua respiração ofegante resultado da correria. Beijei tua face, mais morena que o habitual, como o teu remédio calmante da alma. Apertaste-me contra ti. Um abraço e nova lágrima, novo suspiro...
Acordei. Tudo isto não passava de um sonho. Continuavas longe de mim. E toda a água do meu corpo serviu como consumação do meu sofrimento.
Uma gota salgada, neste ocenao de mágoa. Uma trégua, uma régua (passada) uma folha amassada,
Lágrima, um maço no fim, escasso, um soluço sem espaço, um laço, um apagar de um traço, uma negra linha em esfumaço. um soco no meio do baço, um distanciar (sem abraço) um límpido líquido em que me desfaço, (e me refaço).
Uma vida, (triste e amputada) amargurada.
Uma família distante, distanciada, pela diástase assexuada.
Lágrima, uma página, (virada) arrancada, triste apagada amassada, em forma de água na minha face rasgada de mágoa, vermelha, pletórica, edemaciada.
Melhor água lavada do meu coração uma gota no oceano da desilusão.
Lágrima, uma álgebra quebrada, soma errada, eu, tu e minha alma calada.
Mas com lágrimas, minhas mágoas, são lavadas com essas águas tristes e salgadas, que serão desaguadas bem no fundo, do oceano do mundo.
A viagem tinha destino, só seguir o roteiro. Curtir a paisagem rumo ao trajeto sonhado Porem em seu longínquo e confuso mundo Partiu do trem em movimento aos braços de Deus
O teto, antes aparentemente estável e firme. De repente são escombros e cacos espalhados Nos trilhos da inquietação a alma soluça... Margeando o coração, sangra a ferida aberta.
A dor da perda nos aprisiona os sentidos Faz-nos impotentes, ata os movimentos. Ressentidos, queremos de volta o passado. Num lento e dolorido vôo, burlar o calendário.
Na frustrada tentativa de atrasar o relógio Só resta o baque insano e o choro côncavo...
Glória Salles 04 setembro 2009 19h36min
Olá, sou filha da Gloria. Mamãe está com a saúde bem debilitada por conta de alguns problemas emocionais acontecidos ao longo deste mes. Estamos muito, muito triste, esse soneto não consegue exprimir a dor que estamos sentindo... Obrigada pelo carinho de todos.
"Homenagem a essa menina tão amada, que achou que a "viagem" não mais valia a pena, e pulou do "trem da vida", para os braços de Deus... Saudades e todo nosso amor ..."
Nasci da tua ausência, Entre os sussurros nocturnos Da nudez da lua, pálida, Como a névoa dos teus olhos, Que te cega, Indiferente aos queixumes Sofridos, Ardentes, Chorados...
Vi-me coberta de lágrimas, Invísivel ao inquieto amor Que só geme em meu peito.
Mergulhei na escuridão Da noite sagrada, E perdi-me entre trilhos De bosques sombrios (Como a minha alma?)...
Mortifiquei-me destruída Na sensibilidade da palavra E ausentei-me De um corpo Que nunca foi meu.
Sal que galga a face nasce na mágoa água do amalgama: dor e amor. Sal que amarga, nasce morrendo pela face defalece frio no vazio, sem cor. Água da vida que lava ferida desbotando o amor.
... Havia um homem muito rico, muito poderoso que morava em uma linda mansão. Em um determinado dia, esse homem resolveu homenagear seus amigos com uma grande festa em sua mansão. Então, chamou todo os seus convidados, cada qual mais abastardo que o outro. Era noite, fazia muito frio e chovia mansamente. As horas passavam rapidamente e, quando a madrugada chegava, um mendigo tocou a campainha daquela casa. O anfitrião atendeu à porta, e o velho mendigo pediu-lhe um prato de comida. O proprietário daquela linda mansão ordenou a um de seus empregados que lhe preparasse uma bandeja com lixo e sujeiras. O homem rico entrou no salão com a bandeja na mão sob o olhar incrédulo dos convidados, e diante de todos ofertou ao velho mendigo aquela bandeja contendo lixo e sujeiras. O velho mendigo recebeu de suas mãos aquela bandeja e, com tanta alegria e satisfação que invadia seu coração agradeceu humildemente, o que surpreendeu a todos que se encontravam naquela linda mansão. Com toda a sua humildade transparente, o velho mendigo pediu àquele homem rico que o aguardasse no salão, pois, em retribuição ao seu presente, ele também, gostaria de presenteá-lo... E assim, o velho mendigo saiu em êxtase, com a sua bandeja de lixo e sujeiras na mão e, no centro do jardim daquela mansão, ele dobrou os joelhos no chão, fez uma breve oração e lavou a bandeja com suas lágrimas, logo em seguida, colheu inúmeras e lindas flores daquele jardim, e colocou na bandeja que brilhava de tão limpa que estava. O velho mendigo, então, retornou ao salão daquela mansão com um radiante sorriso estampado no rosto e a bandeja de flores na mão, e presenteou aquele homem rico, enquanto os convidados ficavam estagnados sem acreditarem no que viam, e disse ao homem rico: As pessoas presenteiam aos outros com aquilo que tem de melhor dentro de seu coração.