Sempre que penso no que tenho
Insensível abandono
Nada mais é que lenho
Silvado de campo remoto
Quando penso no que sou
Película, invisível, descrente
Perco-me naquilo que dou
Sepulcro de quem quer ser gente
Quando penso no que quero
Guardo no peito a revolta
Porque será que espero
Que a vida não seja torta
Quando penso no que fui
Gaiata abraçando a lida
Não lamento o que não fui
Mulher de fútil tingida
Girassol ao abandono
Em ceara de urtigas
Podem crer, não me envergonho
Da cor com que estou vestida
Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...