Prosas Poéticas : 

Elogio d o S i l ê ncio

 
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Elogio d o S i l ê ncio
 
Um silêncio que tudo abarca, não há limites para isto, tudo é possível nos braços deste silêncio, nas páginas em branco tudo se escreve, tudo se apaga, nada vale mais que nada, tudo vale apenas nada, e este nada vale mais do que tudo o que algum homem nesta terra poderá alguma vez imaginar, os tesouros mais grandiosos da humanidade, do universo, não chegam a ser sombras deste silêncio, são dedos de espuma a ondular na maré do silêncio, um oceano que respira suave e eternamente, um oceano que tudo é sem o saber, sem precisar de o saber, apenas ele existe, tudo o resto apenas passa.

O mundo desliza e canta e dança, e tudo é bom, todas as danças são o mesmo movimento, todos os cânticos provêm da mesma voz, uma voz que não canta, uma voz que nunca proferiu uma palavra sequer, em mil milénios nunca um som se ouviu, e as danças flutuam e rodopiam, giram em redor de si mesmas, mas Ele nunca se move com elas, Ele apenas olha, e sabe que tudo o que é olhado é também Ele, sem um único movimento este silêncio é tudo quanto se mexe no mundo, porque depois de todas as danças e depois de todos os cânticos, depois de tudo ter passado e fugido, depois disso tudo apenas o silêncio se ouve, e Ele canta, e Ele dança, sem ninguém o ver.


Não precisas de responder às tuas questões. Precisas é de questionar as tuas respostas.

 
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Andraz
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